Capítulo 41

566 44 118
                                    

Aviso
*Contém cenas de bullying, violência.
Se for sensível, não leia.

*Não revisado.

[...]

Jungkook

Estranhamente, eu me sinto bem perto dele. Jimin sempre tem algo que me faz querer ficar perto, me trás curiosidade. É algo que não sei explicar. Desde o sequestro mal nos falamos, me sinto meio estranho em relação a isso... Eu realmente achei agora as coisas poderiam ser diferentes. Mero engano, sou um iludido, afinal de contas.

Faz poucos dias do nosso resgate. Nam hyung decidiu finalmente fazer o pedido ao Jin hyung. Eu ouvi antes de tudo acontecer ele reclamando sobre não achar o momento certo por Yoon hyung, fico muito feliz por enfim ele ter conseguido. Com uma surpresa preparada por Nam com ajuda de Naná e Yu, eles enfim estão em lua de mel. Noona me convenceu a cantar na entrada no casamento foi vergonhoso, até ver no fundo do jardim, os olhos curiosos e brilhantes do Jimin. Um misto de sentimentos quase me fez errar a letra, mas no fim eu consegui cantar. O casamento foi bem bonito, primeiro casamento que fui e confesso que esperava tédio e sono, me surpreende em sentir felicidade por estar ali presente. Pela primeira vez me senti em uma família que não fosse eu, Naná e Yu.

O que eu não conto, é meu medo de dormir e sonhar mais uma vez com tudo que passei junto do Jimin. Mesmo ele me ignorando, lá ele me protegeu como pode e me ajudou a me manter vivo até a chegada do nosso resgate. Ali, comecei a sentir algo diferente... Não sei explicar, mas todas as vezes que ele me protegia mesmo sabendo que seria agredido ou machucado... Algo mudou em mim.

Sem perceber, acabo pegando no sono. Meus olhos pesam e quando assunto, já estou outra vez de volta naquele lugar.

— Finalmente, agora posso brincar com você Docinho... Seria um desperdício se eu não pudesse.  — A voz do homem nogento que nos mantinha no caveiro pode ser ouvido bem próxima do meu ouvido. Assutado, olho na direção da voz, mas não tem ninguém.

Várias gargalhadas, idênticas as que eu ouvia toda vez que éramos agredidos soa a minha volta. Na escuridão não posso ver nada. Somente a risadas arrepiantes. Tento correr, fugir mesmo sem conseguir enxergar nada. Mas antes que eu possa chegar a algum lugar, se isso fosse possível. Nesse momento, algo me faz cair no chão. Não consigo ver, não vejo nada, tudo é escuridão.

— Não... Não... Não... — Tento gritar, mas minha voz não sai. Alguém agarra meus pés, me arrastando pelo chão, sinto pedras, cascalho ferindo minha pele. Tento gritar, mas já não tenho voz nenhuma.

— Jun... — Ouço a voz do Jimin ao longe. Ele me chama pelo apelido, tossindo muito em seguida. — Me ajuda Jun...

Tento falar, mas a minha voz não saí. Desesperado, me debato no chão percebendo que dessa vez minhas mãos e pés estão amarrados. Não sei o que está segurando meus braços e pernas, mas machuca muito minha pele. Tento me mover, mas não consigo.

Mãos, sinto mãos correrem pelas minhas pernas e as gargalhadas afastadas, agora soa no pé do meu ouvido.

— Docinho, docinho, docinho... Você vai alegrar tanto minha noite, docinho... — Arrepio até os ossos com a voz. Desesperado, tento fugir, me soltar. Não vejo nada, a escuridão torna tudo mais arrepiante, minha voz não saí. Tento gritar, me mexer... Eu tô sufocando, meu Deus, eu não posso deixar eles me fazer isso. As mãos ragam minha blusa, é quando minha voz aparece mesmo que alguma coisa não me deixa gritar.

— Não faz isso, por favor... Não me toca... Não... Não... Isso não... NÃO. — A única coisa que sai da minha boca enquanto eles continuam arrancando minha blusa do meu corpo, puxando minha calça, as gargalhadas, a escuridão... Medo, sinto muito medo.

Além da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora