Capítulo 40

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Aviso
*Contém cenas com tópicos sensíveis.

*Não revisado.

[...]

Yumi

Horas atrás...

Não dá mais para negar que a possibilidade de uma transa pode ter resultado em uma vida. Esses últimos dias eu fiz de tudo para negar, para fugir... Mas não dá mais. Com ajuda da Nina, fico no carro em frente a farmácia esperando por ela. Fazer um teste de gravidez, torna tudo real. Eu não estou pronta pra esse resultado, se vier um positivo... O que eu vou fazer? Suspiro, vendo minha amiga voltar pro carro.

O certo seria voltar e descobrir o resultado, mas ou eu faço agora ou espero e fico sem coragem mais uma vez. Porque na minha realidade de agora, coragem tem sido a última coisa que venho tendo nos últimos dias. Uma decisão impensada, não mede que insistir para paramos no primeiro estabelecimento, que acaba sendo um restaurante chique, seria a cauda da minha maior doer essa noite.

Fazer o teste é basicamente fácil. Fazer xixi no copinho, colocar o palitinho e aguardar... 1, 2, 3... Os 60 segundos necessários para a realidade que não quero descobrir se arrastam. Até que enfim... Está ali. Dois riquinhos... Positivo.

Em choque, sem reação. Me sinto vazia, um frio no meu ventre é a única coisa que sinto nesse momento. Assim, sem conseguir esboçar reação, junto tudo na sacolinha. Dos vários testes na sacola, somente um foi necessário para confirmar o que os sintomas presentes já mostravam e eu não quis ver... O que eu vou fazer agora?

Saindo de cabeça baixa do banheiro, sigo o caminho por onde passei. Mal dei dois passos, alguém tromba em mim forte o suficiente para me desequilibrar. Por pouco não caio no chão. Por impulso, agarro o braço da pessoa que acaba sendo uma loira que se pendura em mim para não ir de encontro ao chão.

- Aí meu Deus. - Ouço uma voz melodiosa soar da pessoa que trombou comigo de frente ao banheiro.

Minha cabeça dói, meu desespero aperta a cada segundo... O vazio está aqui, mas meu medo está lá também... Eu só não consigo reagir, não consigo chorar ou gritar. Desde que vi o positivo, a única coisa que faço é respirar.

- Você está bem? - Pergunto no automático, enquanto seguro o braço da mulher que trombou em mim evite do que ela caia no chão.

- Sim, estou. Graças a você, não sei como consegui virar meu pé do nada. - A loira fala sorrindo pra mim. - Desculpa trombar com você, estou tão ansiosa hoje. Sabe, estou em um encontro com o homem dos meus sonhos, meio que não sei reagir... Não vejo a hora dele me pegar de jeito. - Ela fala como se fosse normal falar algo assim com uma estranha na porta do banheiro.

- Ah sim... Eu p-preciso ir... Um bom encontro pra você. - Digo me afastando da mulher na intenção de seguir até a mesa que Nina me espera. Eu só quero ir embora, pra finalmente poder chorar.

- Oh querida, perdão. Eu costumo falar demais. Obrigada por ter se segurado, seria um tombo feio... - Ela sorri, tento devolver um sorriso amarelo para sair dali.

Devagar, caminho perdida em pensamentos. Medo e incertezas são as únicas coisas que vem à minha cabeça, por mais que desconfiassem, ter a certeza está sendo desesperador. Ainda sim, não consigo reagir, me sinto tão... Perdida. Olho pra frente congelando ao ver quem está ao lado da Nina. Os olhos de Hoseok grudam em mim de uma forma, eu não consigo não olhar, desviar os olhos é impossível, então continuo olhando até estar frente a frente com ele. Parando ao lado da Nina.

- Oi... - Falo baixo. De perto, percebo que ele está bem arrumado, daqui sinto seu perfume. Seus olhos preocupados me analisam, eu devo está horrível, isso explica esse olhar sobre mim.

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