Capítulo 34

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Aviso
*Contém cenas de tortura, violência.
Se for sensível, não leia.

*Não revisado.

[...]

Jimin

Abro os olhos com dificuldade, sentindo uma dor cortante atrás da minha cabeça. Vejo Jungkook apagado na minha frente. Por um momento fico confuso, não lembro de nada... Até que as lembranças voltam de uma vez.

Lembro da surpresa de ver Jungkook invadir o cinema praticamente se arrastando no chão, achei mesmo que ele tinha ficado doido de vez. Mas para minha surpresa, tinha um motivo. Motivo esse que nos trás aqui, nesse momento.

Do outro lado da sala, vejo o menino irritante apagado. Minha cabeça dói, tento focar meus olhos, minha visão está embaçada. Mexo minhas mãos, mão elas estão presas, assim como minhas pernas. Tento me arrastar até ele, mas não consigo, meu corpo inteiro dói. Aperto meus olhos e consigo ver.

Daqui posso enxergar, mesmo com dificuldade sangue seco na cabeça do garoto. Jungkook respira de forma lenta, sua posição no chão não parece ser nada confortável, ele está amarrado como eu.

Um aperto enorme apossa do meu peito. Mas que merda, preciso pensar em algo. Sei que meu irmão está nos procurando nesse momento, mas ainda sim, preciso pensar em uma forma de sair daqui, tirar Jungkook daqui. Não sei explicar a imensidão de sentimentos que me rondam nesse momento, mas ver ele ali, daquele jeito me faz querer matar quem fez isso com ele.

Nem sempre fui assim... Digo, nem sempre me preocupei com ele. Na verdade, faz pouco tempo que me sinto assim... É meio confuso. Basicamente, ele chegou do nada e não consegui me livrar dele, mesmo que tentasse.

Sempre tive tudo na vida. Em meus quase 17 anos, nunca precisei me preocupar com nada. Dinheiro? Nunca tive problema, nasci rico. Mulheres? Sempre tive todas no lugar e hora que quisesse. Roupa? Joias? Carros? Tudo, tudo que quis, não precisava, mas queria, eu tenho. Uma vida perfeita, perfeita nos olhos de muitos. Mas ninguém sabe o meu pessoal... Ninguém entendi.

Ainda muito novo, me vi sem meus pais. Eu e Tae mal tínhamos feito 5 anos e eles foram levados de nós. Ainda você para de pensar... Ok, as pessoas morrem. Sim, elas morrem mesmo, mas ao perder meus pais, mesmo sendo novo. Eu entendi que quanto mais pessoas próximas a mim, mais dor quando elas forem... Aí eu criei a minha personalidade.

Na medida que fui crescendo, me afastei de todos. Yoon e Tae é os mais próximos de mim, aqueles que eu morreria, daria minha vida por eles. Hobi, Nam e Jin, não deixo se aproximar, mas ainda sim... Gosto deles. São minha família. Amigos? Não quero. Me mantenho longe de todo resto. Um escudo, uma forma de não sofrer.

Tudo rolava me mantendo na minha zona de conforto. Até a Noona aparecer... É, Nina chegou e trouxe meu pesadelo com ela.

Sempre fui inconsequente, entre mim e o Tae, sempre sou eu a meter em problemas, fugir... Deixando Yoon de cabos em pé. Meu irmão, mesmo que jovem, assumiu a responsabilidade por nós, pegando o papel de pai. Sim, ele é meu pai. Eu e Tae vemos ele assim. Quando comecei a dar trabalho, ele começou a pegar mais no meu pé, o que fez eu me tornar um pouco mais rebelde. Fugir da escola, sair escondido para transar, ignorar castigos, entrar em problemas... Sempre estou metido em algo. Não ia ser diferente agora, tirando o fato que uma dor alucinante apareceu não tão do nada, pois já sentia algo, mas forte o suficiente para me fazer desviar do caminho e parar em um hospital.

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