Capítulo 3: O suporte

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Depois de algumas semanas na clínica de reabilitação, Gabi Guimarães já começava a sentir os primeiros sinais de progresso, ainda que lentos. Ela estava determinada a voltar às quadras o mais rápido possível, mas sabia que a estrada seria longa. Felizmente, não estava sozinha nessa jornada.

Naquela tarde, enquanto Gabi se preparava para mais uma sessão de fisioterapia, ouviu vozes familiares se aproximando do quarto. Ela sorriu ao reconhecer o som das risadas que tantas vezes ecoaram pelos vestiários e hotéis durante as competições.

A porta se abriu, revelando as figuras de Natália, Carol e Macris, suas colegas e amigas de longa data na seleção brasileira. Elas entraram no quarto com a energia vibrante de sempre, carregando sacolas cheias de lanches e presentes.

“Olha só quem veio te tirar do tédio!” exclamou Natália, a capitã da equipe, com um sorriso largo.

“Parece que a gente precisa animar essa paciente, né?” Carol completou, colocando as sacolas sobre a mesa. “Trouxemos algumas coisinhas para você, Gabi.”

Macris, a levantadora talentosa e uma das melhores amigas de Gabi na equipe, aproximou-se com uma expressão carinhosa. “Como você está, Gabi? A gente estava preocupada.”

Gabi sorriu, emocionada com a presença das amigas. “Estou melhorando, mas confesso que sinto falta de treinar com vocês. É difícil ficar aqui enquanto vocês estão lá se preparando.”

Natália puxou uma cadeira e se sentou ao lado da cama, segurando a mão de Gabi. “Você vai voltar, Gabi. E quando voltar, vamos estar todas lá te esperando, prontas para arrebentar juntas.”

“É isso aí,” concordou Carol, sempre a primeira a levantar o ânimo da equipe. “E até lá, vamos te ajudar no que for preciso. Podemos até treinar com você aqui, se quiser.”

Macris riu, acrescentando com um tom brincalhão. “Imagina a gente fazendo treino tático aqui no seu quarto? A galera da fisioterapia ia adorar!”

Gabi riu, sentindo a tensão se dissipar com a presença das amigas. “Vocês são incríveis, sabia? Eu estava precisando disso... A Dra. Sn tem sido ótima, mas nada como vocês para me fazer rir.”

“Opa, será que a Gabi tem um crush na médica?” provocou Natália, levantando uma sobrancelha.

Gabi corou instantaneamente, balançando a cabeça. “Claro que não, gente... Ela é minha médica. Só isso.”

“Só isso?” Carol perguntou com um sorriso malicioso. “Já vi essa história antes. Mas tudo bem, a gente não vai te pressionar... por enquanto.”

O clima leve e descontraído fazia Gabi se sentir mais animada. As amigas passaram a tarde com ela, conversando sobre os treinos, os planos para o próximo campeonato, e até sobre assuntos mais pessoais. Cada uma delas sabia o quão difícil era para Gabi estar afastada das quadras, e faziam de tudo para mantê-la conectada ao time.

Entre risadas e histórias, Natália pegou uma bola de vôlei que Carol havia trazido e a girou nas mãos. “Sabia que essa bola já está com saudades de você? Estávamos falando outro dia, e todas concordamos que o time não é o mesmo sem você lá.”

Gabi pegou a bola, sentindo o toque familiar sob os dedos. Um sorriso determinado apareceu em seu rosto. “Eu vou voltar. Prometo. E quando voltar, a gente vai ganhar aquelas Olimpíadas.”

“É assim que se fala!” exclamou Macris, estendendo a mão para um toque de incentivo.

“Você tem todo o tempo do mundo para se recuperar, Gabi,” disse Carol, séria pela primeira vez. “E estaremos ao seu lado em cada passo. Se precisar, a gente até traz o time inteiro para te apoiar aqui.”

Depois de mais algumas horas de conversa, as amigas precisaram se despedir, mas não sem prometer que voltariam em breve. Elas deixaram Gabi com um coração mais leve e uma nova força para continuar lutando.

Logo depois que as meninas saíram, a Dra. Sn entrou no quarto, observando o sorriso no rosto de Gabi. “Vejo que a visita das suas amigas fez bem a você.”

“Fez sim,” Gabi respondeu, ainda segurando a bola de vôlei. “Elas me lembraram do que estou lutando para voltar. Me sinto mais forte agora." Sn sorriu, puxando uma cadeira para sentar-se ao lado de Gabi. “Isso é ótimo. Você está progredindo bem, Gabi, e com essa determinação, sei que você vai conseguir.”

Gabi olhou para Sn, sentindo uma onda de gratidão. “Obrigada, doutora... Por tudo.”

Sn respondeu com um sorriso suave. “Não precisa agradecer. Só estou fazendo meu trabalho. E além disso, é um prazer trabalhar com alguém tão dedicada quanto você.”

Enquanto as duas discutiam os planos para os próximos dias, Gabi não pôde deixar de pensar em como sua vida estava mudando. Com o apoio das amigas da seleção e da Dra. Sn, ela sabia que nada era impossível. O caminho para a recuperação ainda era longo, mas com tantas pessoas ao seu lado, Gabi estava mais determinada do que nunca a vencer.

Cᴏʀᴀçãᴏ ᴇᴍ ᴊᴏɢᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora