Capítulo 8 - Ops!!!

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LAUREN BAIXOU A CÂMERA e analisou a foto na tela.

Camila abraçava Ruby, a cabeça virada por sobre o ombro, a boca um pouco aberta, os lábios levemente franzidos e o obrigada lançado no ar.

Com o cabelo preso e aqueles óculos de nerd sexy, o salto dourado e o vestido de renda se avolumando no quadril antes de chegar à canela, ela estava maravilhosa.

Clássica.

Um ícone, até.

E a foto tinha ficado muito boa. A luz estava perfeita, com o clarão suave do corredor ao redor de Camila e de Ruby, como se estivesse protegendo as duas.

Mas ainda melhor era a expressão nos olhos de Camila, que estava fixa em Lauren. Estava agradecida, claro. Estava óbvio que ela tinha ajudado a evitar algum tipo de catástrofe pré-adolescente, mas o brilho no olhar de Camila era mais que isso. Era interesse.

Lauren sorriu para a tela. Qualquer que fosse a dança que as duas estavam dançando, ela gostava.

Astrid estava muito enganada – Camila estava no mínimo intrigada e Lauren com certeza era capaz de fazer alguma coisa com isso.

No entanto, não sabia dizer ao certo por que tinha se oferecido para ajudar Ruby com o vestido.

Estivera fotografando em segredo a discussão entre Astrid e Josh – de quem Lauren se lembrava vagamente como o cara da escola que jogava beisebol –, imaginando que Astrid adoraria ter o registro de sua boca retorcida e sua testa cheia de ruguinhas ao repreendê-lo.

Mas então tudo se encaixou: Camila chorando enquanto puxava a filha, que estava triste e que não devia ter mais que 11 anos, pelo cotovelo em direção ao banheiro.

Lauren sabia que Camila era mãe, que tinha engravidado logo que terminara a escola e decidido ficar com o bebê. Na época, não havia sentido nada ao saber da notícia – tirando, talvez, uma leve alegria mórbida, porque a decisão de Camila signicava que ela não iria para Berkeley com o resto do clã.

Antes que ela mesma se desse conta disso, tinha se afastado da discussão mesquinha de Astrid e ido em direção a Camila, fascinada com o fato de alguém da sua idade ter uma filha quase adolescente. Ou talvez estivesse mais fascinada com o vestido dela, que se acomodava perfeitamente seus seios.

De qualquer forma, ali estava ela, vendo Ruby quase ter um ataque por causa de um vestido.

Uma lembrança voltou à sua mente: Isabel à porta do quarto com os punhos cerrados enquanto Lauren, com 13 anos, sentada na cama, destruía o vestido que a madrasta queria que ela usasse em um evento beneficente que havia organizado.

Você não é capaz de fazer isso por mim?, perguntara Isabel. Depois de tudo o que eu fiz por você?

– Posso ver? – Lauren se ouviu perguntar, e foi o que bastou.

Ela e a garota entraram no banheiro e, quando Lauren perguntou como ela queria que o vestido fosse, Ruby começou a tagarelar sobre o coturno que tinha ganhado da mãe de aniversário em abril e algo simples que não pinicasse sua axila.

Agora, enquanto Camila e Ruby voltavam para o salão, Astrid pigarreou.

Lauren ergueu o olhar e viu o maxilar tenso da irmã postiça.

Então, ajudar Ruby rendeu o bônus de irritar Astrid. Aquele dia ia ser melhor do que ela esperava.

– Pois não, querida?

Astrid semicerrou os olhos.

– É sério? Como por um acaso, justamente você destrói o vestido que eu dei à Ruby?

CAMREN: Ela Não Se ImportaOnde histórias criam vida. Descubra agora