LAUREN NÃO FAZIA IDEIA do que estava pensando.
Tinha o próprio plano – irritar Astrid até à morte a respeito do verme humano com quem ela escolhera se casar, ser uma verdadeira pedra no sapato da irmã postiça, naquele que deveria ser o momento mais feliz de sua vida.
Será que Lauren estava sendo babaca ao arquitetar essa trama?
Possivelmente. Tudo bem, provavelmente. Mas era uma diversão inofensiva, só uns mergulhinhos no rio com cacos de vidro no fundo, uma maneira de manter um pouco de controle, o que Astrid – e Isabel, aliás – sempre tiveram aos montes.
Astrid ia fazer sua vontade, independente de qualquer influência e Lauren não tinha dúvida de que aquelas duas semanas terminariam com o casalzinho feliz navegando em direção ao pôr do sol e ela voltando para Nova York com 15 mil no bolso, sem maiores prejuízos.
Além disso, e daí se Astrid se casasse com aquele cara? E daí se Astrid aceitasse ter cem bebês em Seattle? E daí se Astrid vestisse um avental todas as noites para preparar o jantar do marido?
Talvez Astrid gostasse de fazer essas coisas.
O feminismo, afinal, significa ter o mesmo respeito pelo mesmo trabalho, não garantir que uma mulher nunca asse um bolo nem pegue uma cerveja.
Mas Camila tinha lançado aquele olhar pidão para Lauren. Ela era tão... droga, tão doce em seu cuidado com Astrid, em sua preocupação genuína, que Lauren se derretera.
Ela nunca tinha cedido com tanta facilidade na vida e ainda não sabia ao certo o que acontecera naquele quarto, como tinha
acabado aceitando ajudar a porra do clã a acabar com o casamento da irmã.
Lauren receberia o pagamento mesmo em caso de cancelamento. Essa fora uma pequena cláusula que ela acrescentara ao contrato-padrão feito especialmente para sua amada família.
Então, ali estava ela, colaborando com
as melhores amigas de Astrid a derrubar o patriarcado. Um babaca por vez.
Quando chegaram à porta do quarto de Astrid, Lauren ficou para trás, escorada na parede e com os braços cruzados. Tinha aceitado ajudar, mas era bom manter distância. Uma mensagem do tipo eu não sou como vocês para
Dinah e Camila.
Mas Camila foi até ela, sorrateira, o ombro roçando no seu, cheirando a roupa limpa e exalando aquele aroma de campo que Lauren lembrava de ter sentido naquela noite na Taverna da Stella.
– Você acha que vai funcionar? – sussurrou Camila, enquanto Dinah batia à porta.
Seu hálito cheirava a menta e Lauren de repente desejou ter escovado a droga dos dentes.
– Não faço a menor ideia – respondeu Lauren.
Pensou em acrescentar algo como talvez Astrid e Spencer sejam mesmo perfeitos um pro outro, mas logo se virou o suficiente para olhar nos olhos castanho-escuros de Camila, onde viu esperança e mais alguma coisa.
Naqueles olhos havia o mesmo lampejo de interesse do dia em que ajudara Ruby com o vestido e sentiu um frio na barriga. Estava nervosa mesmo. Não ficava assim perto de uma mulher desde...
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CAMREN: Ela Não Se Importa
FanfictionADAPTAÇÃO!!! Comédia romântica, que arrancará muitas risadas e suspiros. Retrata, com bom humor, os contratempos das relações amorosas, familiares e de amizade. Capa by @Mari_Oliver8 (Sra. Minha Esposa).