Capítulo 14 - Vinhedo e Spa Lírio Azul II

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CAMILA NÃO FAZIA IDEIA do que tinha passado por sua cabeça.

Bom, ajudar Astrid. Esse era o espírito por trás da ideia de dividir a cama com Lauren Jauregui – evitar que a melhor amiga surtasse durante a atividade pré-casamento para a qual ela e Dinah estavam bem animadas.

Ela viu os primeiros sinais do surto, Astrid respirando como um touro diante de um toureiro e sabia que a amiga devia estar se sentindo péssima por ter esquecido Lauren.

Além disso, percebeu a decepção de Lauren. Ou não era decepção exatamente, mas... ela não sabia ao certo. Contudo, havia algo por trás do olhar dela quando ficou claro o que tinha acontecido.

Seu rosto permaneceu inexpressivo, até entediado, mas seus olhos reluziram, como um vento forte quase apagando uma vela logo antes da chama voltar à vida.

Então, claro, se oferecer para dividir o quarto com Lauren pareceu a melhor decisão. Dinah com certeza não faria isso, e, se as irmãs ficassem no mesmo quarto, a viagem provavelmente terminaria em derramamento de sangue.

Camila era a escolha óbvia.

Mas agora, após entrarem e a porta do quarto se fechar, uma pontada de nervosismo atravessou seu estômago.

– Que bonito – disse Lauren, arrastando a mala de rodinhas até a cama e se jogando sobre os lençóis brancos, esparramando-se como uma estrela-do-mar.

– Hum, pois é. – Foi tudo o que Camila conseguiu responder.

Quando Lauren se jogou, sua regata preta subiu, revelando uma faixa de pele lisa e clara. O umbigo. Os ossos do quadril.

Camila se virou para outro lado, respirou, deixou a mala sobre uma poltrona no canto e a abriu, vasculhando as roupas sem nenhum objetivo específico, só para fazer alguma coisa, qualquer coisa, que não ficar olhando para Lauren esparramada na cama.

O quarto era bonito mesmo. Piso de madeira escura, paredes cinza-claro com quadros em tons vivos para contrastar com as cores neutras, uma cama enorme com edredom e lençóis brancos, travesseiros azuis posicionados metodicamente para destacá-los.

Uma janela larga cobria a maior parte da parede dos fundos, e a vista era incrível: um vale cintilante e fileiras de parreiras suculentas como ondas de folhas verdejantes.

Ao levar a nécessaire para o banheiro, Camila entrou praticamente em um mini-spa, com piso de ladrilhos de vidro do mar, boxe enorme de vidro e pia dupla de porcelana com metais em bronze.

Ela abriu a torneira da pia mais distante, passando os dedos no fluxo de água fresca enquanto colocava a cabeça no lugar.

A suíte era ridiculamente grande para uma pessoa só, a cama era o próprio estado do Oregon. Ela e Lauren mal perceberiam a presença uma da outra.

Provavelmente.

Talvez.

– Oi.

Camila se assustou quando Lauren apareceu atrás dela.

– Eita, desculpa – disse Lauren, colocando a própria nécessaire sobre a bancada de mármore. – Tá tudo bem?

– Tá, sim.

Camila deu um jeito de sorrir para ela, mas então Lauren se escorou na bancada e ela teve que desviar o olhar.

– Acho que está na hora da gente tirar a roupa, hein?

Camila derrubou o potinho de brilho labial que tinha aberto sem pensar, girando o dedo no rosa cintilante só para ter alguma coisa para fazer. O potinho caiu dentro da pia e a torneira aberta encharcou o brilho antes que ela conseguisse pegá-lo de volta.

CAMREN: Ela Não Se ImportaOnde histórias criam vida. Descubra agora