O Envelope

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Narrador: Seguindo a vida, as duas continuaram curtindo a fossa, a diferença é que Daniela não sabia que aquilo tudo que a jornalista lhe falara, era mentira.
Abatida, Malu estava quase definhando por dentro, já que por fora, tinha que manter a aparência, como se não estivesse passando por um problema, que ela simplesmente, ignorava.
Tudo por causa daquele maldito envelope que ela recebeu naquele dia. Mas afinal, qual o conteúdo daquele simples envelope?

Flashback On

Conferiu algumas correspondências que tinham chegado e viu um envelope lacrado com seu nome. Abriria depois que reunisse as roupas que tinha ido buscar ali.
Quando finalizou tudo, abriu as correspondências, agendou alguns pagamentos e por fim, abriu o tal envelope.

Ia lendo página por página e sentindo o ar faltar em seus pulmões. Não conseguia acreditar no que estava vendo escrito naquelas folhas.
Sentindo um misto de medo e indignação, deixou rolar lágrimas grossas por seu rosto.

- Não é possível - abafou o horror que sentia ao ler aquilo, com a mão na boca - não, não - o sentimento era de pura negação.

Em vez de dar continuidade e fazer o que tinha combinado com Daniela, Malu desfez sua mala e ligou pra Zilma:

- Zilma, é a Malu! Está podendo falar? - deixou a mensagem na caixa postal do celular da irmã.

Quando Zilma ouviu o recado da jornalista, retornou:

- Oi, Malu. Estava no centro cirúrgico. Que foi? Está tudo bem?

- Não, não está... preciso que você venha até aqui, pode ser? - estava nervosa, mas não deixava transparecer.

- Claro que sim. Mas da pra adiantar o assunto? - falou.

- Sou eu... eu descobri uma doença! - falou devagar, sem querer deixar as palavras saírem de sua boca.

- Como é que é? - Zilma respondeu assustada com a revelação da outra.

Malu só chorou e não disse mais nada. Desligou e esperou que a irmã viesse até ela. Quando se encontraram, se abraçaram forte, mas Malu já estava desestruturada:

- Malu, pelo amor de Deus, o que está acontecendo? - disse assim que se separou dela.

- Leia... - estendeu o envelope para ela.

Zilma leu página por página... era médica e sabia como os pacientes reagiam quando recebiam um notícia dessa:

- Malu, esse envelope era pra ser aberto junto ao médico e não por você sozinha! Olha aí! Agora você está pensando algo que pode não ser, porque você não é médica pra dar o diagnóstico correto - tentou dissuadir ela.

- Então me dê você, o diagnóstico! Você não é médica? - estava assustada.

- Eu sou cardiologista e não neurologista! - não se conformava da mulher ter aberto o envelope e ter visto o resultado dos exames que tinha feito há uns meses atrás, pois aproveitou e fez um check - up de tudo, quando ainda pensava em engravidar com sua ex.

- Pára de me enrolar, Zilma! - se enfureceu - você sabe muito bem o que está escrito nesses papéis!

- Eu não vou compactuar com você, sobre isso! Não, até irmos no especialista! Precisamos também de uma segunda opinião!

- Eu não vou em droga nenhuma!! - jogou o envelope em cima da mesa.

- Como que você não vai? Vai sim, nem que eu precise te amarrar, você vai!

- Pra quê? Pra ele me dizer que eu vou morrer? Pra ele me dizer que tenho pouco tempo de vida? Sim, porque pela descrição do tumor, isso está bastante sério! - se exaltou mais uma vez - não e não! Eu não quero!!!

Extras - Daniela e Malu 💌Onde histórias criam vida. Descubra agora