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APOLLO NARRANDO

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APOLLO NARRANDO

26 de maio, 2024.

- Caralho, cuzão, essa ficou foda demais! - Tavin solta, quando eu saio da cabine do estúdio.

Estávamos gravando minha música, que compus esses dias. Também tô pensando em fazer um clipe pra ela futuramente. O negócio tá forte, e sinto que pode ser um bagulho grande.

Vamos fingir que eu não fiz essa música pensando nela. Se eu contasse o que tô sentindo pro Tavin, ficaria bem óbvio. Melhor deixar quieto, guardar isso comigo por enquanto.

- Parça, o Jota nos chamou pra colar lá hoje de noite. - Tavin diz, mexendo no celular, sem nem levantar a cabeça.

- Pode crer, vamo nessa. Preciso mesmo dar uma saída e espairecer um pouco a cabeça. - Respondo, tentando manter o foco longe da pessoa que não sai da minha cabeça.

- Suave então, parceiro. Eu vou no shopping comprar uns negócios. Te encontro mais tarde? - Tavin responde, já guardando o celular no bolso.

- Fechou, às 19h lá em casa pra nós ir. - Tavin concorda, me dando um toque antes de sair do estúdio.

Fico sentado na cadeira, rodando de leve, preso nos meus pensamentos. O estúdio tá quieto agora, só o som distante da cidade entrando pelas janelas.

Fico pensando, como vou explicar isso pra alguém? Como vou contar pro Tavin ou pra qualquer um que cada linha que escrevi foi sobre ela, sem parecer que eu tô perdendo o controle?

Levanto da cadeira, pego minhas coisas e desligo o estúdio. Vou até o carro, jogo a mochila no banco do passageiro e me sento no banco do motorista. Sigo pro caminho de casa, pensando em como me arrumar pra essa resenha.

[...]

Chegamos na casa do Jotapê, e como eu esperava, só está o pessoal do grupo. A galera de sempre, espalhada pelo quintal e pela sala, o som rolando de fundo. O clima era tranquilo, nada muito grande, mas todo mundo ali já se conhecia há tempos.

Cumprimentei o pessoal, trocando ideia rápida com alguns, e logo fui pra cozinha preparar meu copo. Peguei uma vodka na geladeira e comecei a misturar, tentando me concentrar em qualquer coisa que não fosse o fato de que Camille tava ali.

Voltei pro quintal e vi a galera reunida em uma roda, rindo e conversando. Me aproximei e, sem pensar muito, me joguei ao lado do Tavin. Assim que sentei, percebi que, inevitavelmente, fiquei de frente pra ela.

𝐕𝐄𝐌 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎, apollo mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora