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CAMILLE NARRANDO
19 de junho, 2024.
Os dias passaram bem rápido, tão rápidos que hoje é o antepenúltimo dia aqui em Cabo Frio.
Eu e Apollo continuamos na mesma, os dois de cu doce. A química entre a gente era inegável, mas a gente insistia em não dar o braço a torcer. Depois da live que fizemos no dia 16, os fãs piraram, e os edits de casal só aumentaram. Cada notificação que chegava era uma nova montagem nossa, e tinha uns que eram até bem criativos.
A gente sempre tentava disfarçar, mas era impossível não notar as olhadas que trocávamos durante as refeições ou nas brincadeiras que rolavam com a galera. O clima leve e descontraído do lugar só ajudava a intensificar essa tensão.
Hoje, o pessoal tá mais tranquilo. Jotapê deu a ideia de fazermos um churrasco e, finalmente, aproveitar a piscina da casa, já que ninguém entrou nesses últimos quatro dias. O clima aqui tá gostoso, e parece que todo mundo tá afim de curtir o dia sem pressão, só na resenha.
Os meninos subiram pra se arrumar, iam dar um pulo no mercado pra comprar as carnes e as bebidas pro churras.
Olhei pro Apollo, que ainda tava largado no sofá, focado no celular. Dei um sorriso de canto e desviei o olhar, fingindo que não tava nem aí.
Ele tava com aquela regata branca pendurada no ombro, e uma bermuda de moletom cinza. O boné, como sempre, jogado pra trás, meio desajeitado. Isso deixava ele mais atraente do que o normal, e só de ter essa visão dele, minha mente já ia longe. Cada detalhe fazia meu coração bater mais rápido, e eu odiava o fato de que ele me fazia sentir assim sem nem precisar se esforçar.
Suspirei, tentando me concentrar em qualquer outra coisa, mas era difícil demais com ele por perto.
- Caraí, mana, disfarça! - a Kakau falou, sentando ao meu lado no sofazinho que fica de frente pro vidro, dando visão pra sala.
Olhei pra ela, sem saber se ria ou ficava vermelha. Com certeza, eu tava tentando disfarçar, mas deve ter sido um fracasso total.
- Que foi? - perguntei, tentando manter a compostura.
Ela deu uma risadinha, olhando discretamente pro Apollo, que ainda tava lá, absorto no celular.
- Não precisa ser tão óbvia, cê tá parecendo uma adolescente apaixonada. - Ela alfinetou, com um sorriso maroto.
A verdade é que eu não conseguia evitar. Apollo tinha esse jeito que me deixava nas nuvens, e a Kakau sabia bem disso. Ela só precisava de um momento pra me provocar.
- Para com isso! - respondi, dando um leve empurrão nela. - Não tô fazendo nada!
Mas, no fundo, eu sabia que ela tinha razão. Era difícil não ficar olhando pra ele quando ele tinha aquele ar despojado e atraente.
