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APOLLO NARRANDO

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APOLLO NARRANDO

08 de outubro, 2024.

Uma semana. Já fazia uma semana que eu e a Camille tínhamos nos resolvido. O tempo passou voando, mas, ao mesmo tempo, parecia que tudo tava mais claro. A gente voltou pra São Paulo, pro nosso ritmo normal, mas o que ficou dessa viagem foi mais do que só lembrança. Foi uma certeza: eu não podia vacilar com ela de novo.

O problema sempre foi meu ego. Desde que comecei nas batalhas, isso era parte de quem eu era. Entrar no palco com a cabeça erguida, sentir a energia da galera e acreditar que nada poderia me derrubar. Mas essa confiança, às vezes, passava do ponto. E com a Camille, isso já tinha causado mais estrago do que eu queria admitir.

Ela me desafiava, me fazia querer ser melhor, mas ao mesmo tempo sabia exatamente onde cutucar pra me fazer perder o controle. Só que dessa vez, eu não podia deixar meu orgulho falar mais alto. Eu já tinha entendido que o que a gente tinha era real, e eu não ia perder isso por conta de erros meus.

Enquanto pensava nisso, o celular vibrou em cima da mesa. Peguei e vi a notificação: mensagem da Camille.

— "E aí, amor, tá ocupado? O Nolly acabou o beat da sua música. Bora pro estúdio pra escutar?"

Um sorriso escapou antes mesmo que eu pudesse responder. A ideia de trabalhar em algo que era nosso – porque, de um jeito ou de outro, tudo que eu fazia tinha um pouco dela – me animava.

— "Demorou. Tô indo."

Mandei a mensagem e já fui pegando a mochila. Passei pela sala, onde o Tavin tava jogado no sofá, mexendo no celular.

— Aí, vou no estúdio. Não me espera pra janta.

Ele só acenou, sem tirar os olhos da tela. Saí de casa com um misto de ansiedade e animação. Trabalhar com o Nolly era sempre uma experiência da hora, mas fazer isso com a Camille do meu lado deixava tudo melhor.

O estúdio era nosso refúgio. Um lugar onde tudo parecia fazer sentido, onde a música falava mais alto que qualquer treta. E hoje, eu sabia que ouvir aquele beat seria mais do que só um teste. Seria uma nova etapa, um recomeço.

Ao chegar lá, ela já tava esperando na recepção. Vestia uma camiseta oversized e shorts jeans, com o cabelo preso num coque bagunçado. Mesmo assim, parecia a pessoa mais confiante do mundo.

— Até que enfim, hein. Achei que ia me deixar aqui plantada.

— Não exagera, princesa. Eu só demorei porque tive que atravessar o mundo.

Ela revirou os olhos, mas abriu um sorriso.

— Bora?

Assenti, seguindo ela pro estúdio. Mal sabia eu que aquele beat do Nolly ia marcar um dos momentos mais importantes da minha carreira – e da nossa história.

𝐕𝐄𝐌 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎, apollo mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora