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APOLLO NARRANDO

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APOLLO NARRANDO

23 de setembro, 2024.

O quarto tava vazio, e o silêncio só fazia o peso do que rolou entre mim e a Camille ficar ainda maior. Eu não queria que as coisas fossem assim, mas parecia que cada vez que a gente tentava se entender, eu acabava estragando tudo.

Passei a mão no cabelo, frustrado comigo mesmo. A última batalha ainda ecoava na minha cabeça. Perder nunca foi fácil, e não era só pelo público, nem pelo meu ego. Era por mim, pela cobrança que eu mesmo coloco em tudo.

Dei um soco leve no colchão, tentando descarregar um pouco da tensão, mas não ajudou. Nada parecia ajudar. Eu tava assim desde cedo, e quando Camille começou a me pressionar, a única coisa que consegui fazer foi explodir. Não era justo com ela, mas era o que aconteceu.

Levantei da cama e fui até a janela. O céu nublado parecia combinar com o que eu sentia por dentro. Olhei pra rua lá embaixo, mas não vi sinal dela. Não sabia onde Camille tinha ido depois de sair daqui, e isso só aumentava a culpa.

— Porra, Apollo. Você realmente sabe como meter o louco nas coisas... — murmurei pra mim mesmo.

Fiquei uns minutos parado ali, tentando organizar os pensamentos, mas cada vez que a cena da nossa briga voltava à minha cabeça, só piorava. Ela tava certa em sair. Eu tava sendo um idiota e sabia disso.

Peguei o celular e abri o WhatsApp, mas não consegui escrever nada. Qualquer mensagem que eu mandasse ia parecer vazia agora. Suspirei e joguei o aparelho de lado.

Resolvi sair do quarto, tentar espairecer. Talvez andar um pouco me ajudasse a pensar. Mas, no corredor, a ideia de bater na porta de alguém veio. Barreto e Guri estavam no quarto ao lado, e mesmo sabendo que eles provavelmente iam zoar minha cara, decidi ir até lá.

Bati na porta duas vezes, tentando não parecer tão desesperado. Foi Guri quem abriu, com aquele sorriso meio debochado que ele sempre tem.

— Olha só quem apareceu. Tava demorando pra você vir até aqui. — Ele deu um passo pro lado, me deixando entrar.

Assim que entrei, vi Camille sentada na cama, com uma lata de refrigerante na mão. Ela me olhou por um segundo, depois desviou o olhar, claramente ainda irritada.

— E aí, mano? Cê não tinha outro lugar pra ir? — Barreto soltou do canto do quarto, mexendo no celular, mas com um sorrisinho.

Ignorei a provocação dele e foquei em Camille.

— Posso falar com você? — perguntei, minha voz mais baixa do que o normal.

Ela deu um gole no refrigerante antes de responder, sem me olhar.

— Não sei. Você tá disposto a falar ou vai gritar de novo?

Aquelas palavras me atingiram mais do que eu esperava, mas eu sabia que merecia.

𝐕𝐄𝐌 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎, apollo mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora