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CAMILLE NARRANDO

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CAMILLE NARRANDO

27 de setembro, 2024.

O Apollo sempre foi assim; cabeça dura, teimoso, e às vezes quase insuportável. Mas quando começamos a namorar, ele parecia diferente, mais cuidadoso, como se estivesse sempre atento aos detalhes que me incomodavam. Talvez por isso, aquela briga tenha doído tanto. Foi a primeira vez que ele realmente estourou comigo, e mesmo que ele tenha se desculpado, não dava pra ignorar o quanto aquilo me magoou.

Ainda assim, era difícil ficar brava com ele por muito tempo. A forma como ele voltou a mim, sincero, vulnerável, mostrando que estava disposto a mudar, foi o que me fez querer resolver aquilo de verdade. Depois de tudo, a gente conversou por horas, com ele me pedindo desculpas e explicando o que sentia. Não foi perfeito, mas foi honesto. E era isso que importava.

Quando recebi a mensagem dele mais cedo, me senti dividida. Por um lado, estava cansada de repetir as mesmas discussões. Por outro, era impossível negar o quanto eu me importava. O Apollo tinha esse efeito sobre mim — me irritava até o limite, mas sempre achava um jeito de me puxar de volta, como se as palavras dele fossem cordas que me prendiam.

Depois que saí do quarto do Barreto e do Guri, voltei para o meu. Me joguei na cama, tentando organizar os pensamentos. Minha cabeça estava uma bagunça, mas meu coração já sabia a resposta. Eu só precisava decidir se estava pronta para admitir isso pra ele.

Peguei o celular e reli a mensagem umas três vezes antes de responder. Escrevi e apaguei várias vezes até que finalmente mandei algo simples:

"A gente conversa mais tarde. Só... não vacila de novo, Apollo."

Não demorou muito para ele responder com um simples "Não vou, prometo." Mesmo com a simplicidade das palavras, eu sabia que ele estava sendo sincero. E isso já era um começo.

Mais tarde, enquanto o pessoal estava no salão do hotel jogando conversa fora, decidi que precisava de um tempo sozinha para pensar. Passei pelos corredores, o som das risadas ficando mais distante, até que cheguei à sacada do hotel. A noite estava fresca, e o som das ondas quebrando na praia era quase terapêutico.

Eu estava perdida nos meus pensamentos quando ouvi passos atrás de mim. Não precisei me virar pra saber quem era. O Apollo tinha um jeito de ocupar o espaço, mesmo quando estava quieto. Ele se aproximou, parando ao meu lado, mas não disse nada de imediato.

— Pensei que você fosse me dar mais tempo. — Minha voz saiu calma, mas carregada de uma leve provocação.

— Eu sei. Só achei que você podia querer companhia. Se não quiser, eu saio.

Suspirei, sem olhar diretamente pra ele.

— Não precisa sair. Mas se vai ficar, seja direto. Sem rodeios, Apollo.

Ele assentiu, se inclinando na sacada, os olhos fixos na praia.

— Eu tô tentando, Milla. De verdade. Não quero que cê ache que eu tô aqui só pra me justificar. Eu só... não quero que você duvide do quanto eu me importo.

𝐕𝐄𝐌 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎, apollo mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora