𝐕𝐄𝐌 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎, apollo mc.

14.

APOLLO NARRANDO

02 de agosto, 2024.

Minha mente ainda tá presa no octógono. Toda vez que fecho os olhos, parece que não saí de lá. Cada vez que me perco nos pensamentos, eles me puxam de volta praquele espaço. As rimas, os gritos, a energia... tudo ainda ecoa na minha cabeça. Nem consegui processar direito tudo o que aconteceu nesses últimos dias. Ser bicampeão da BDA era algo que eu sonhava, mas viver isso foi surreal.

Mesmo com a cabeça a mil, eu sabia que não dava pra perder a resenha pós-BDA que o Alva e o Bob estavam armando. A galera ia se reunir, e os moleques já tinham falado que iam passar boa parte do tempo jogando bola. Não sou de deixar um campo de lado, então me preparei. Peguei meu short preto de futebol, uma camiseta térmica branca e joguei por cima a blusa nove do Jaquelines. O rolê prometia ser daquele jeito, ainda mais depois de uma vitória dessas.

Na real, ainda sinto o peso das últimas batalhas no corpo, mas a vibe da galera sempre dá aquela renovada. Além disso, depois de tudo que rolou, estar com a Camille só aumenta essa sensação de que tô no lugar certo, com as pessoas certas. Ela vai tá lá também, e isso sempre dá uma animada a mais.

Peguei minha carteira e meu celular, joguei no bolso e, em seguida, as chaves do carro e da minha casa. Desliguei as luzes, conferi se tava tudo certo e saí trancando a porta.

Entrei no carro e dei partida, o motor rugindo baixinho enquanto eu dirigia em direção à casa da Camille. O caminho era familiar, mas toda vez que eu ia pra lá, sentia aquele friozinho na barriga. Ela tem esse efeito em mim.

A resenha ia ser pesada, mas antes eu queria ver ela, sentir a energia que só ela passa.

Peguei meu celular assim que passei na esquina da casa dela. Abri as mensagens e entrei no contato dela.

Princesa, virei a esquina agora!!
Pode descer!

Tô descendo, tabom, japinha!