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CAMILLE NARRANDO
14 de setembro, 2024.
Encostei-me no ombro de Apollo enquanto me ajeitava na poltrona da van, deixando o cansaço do dia se acomodar junto comigo. Ainda não acreditava que estávamos nessa jornada juntos, prontos para uma das maiores oportunidades das nossas vidas.
Eu, Apollo, Alva e Bob, os apresentadores da BDA, estávamos a caminho do Rio de Janeiro. Hungria tinha convidado a gente para um freestyle no show dele, e onde? No Rock in Rio! Só de pensar, um frio na barriga tomava conta de mim. Eu e Apollo trocávamos olhares cúmplices de quem sabia que aquele momento era grande.
A van seguia pela estrada, e o silêncio era quebrado apenas pelo som da nossa playlist que rolava baixinho.
Apollo olhava pela janela, pensativo, com aquela expressão que só ele tinha antes de um grande evento. Eu sabia que ele tava concentrado, mas também animado. Era nosso momento, e era impossível não sentir aquele peso — no bom sentido. Todo mundo que batalha sonha com um convite desses, e a gente conseguiu.
Bob e Alva, que estavam mais à frente, trocavam ideias sobre o evento e faziam planos de como seria. O papo ia de boas, mas de vez em quando alguém soltava uma piada e ria alto, quebrando a tensão que pairava no ar. Era como se todo mundo estivesse tentando disfarçar o nervosismo, mas dava pra sentir.
De repente, Apollo se vira pra mim, com aquele sorriso meio de lado, como quem quer provocar:
— E aí, princesa, pronta pra amassar no Rock in Rio? — Ele sussurrou, tentando não atrapalhar a conversa do Bob e do Alva.
Revirei os olhos, mas não segurei o sorriso. Ele sabia exatamente o que dizer pra aliviar a tensão.
— Sempre pronta, só não sei se você tá, "rei do improviso". — Dei uma risadinha, provocando de volta.
— Tá duvidando? Só espera pra ver, a gente vai fazer história.
Encostei de novo no ombro dele, sentindo aquela segurança, aquele apoio que eu nem sabia que precisava até ele aparecer. A noite no Rio ia ser nossa, eu sentia isso.
Chegamos na Barra da Tijuca no começo da manhã, e a primeira coisa que senti foi a brisa do mar. Desci da van junto com Apollo, Bob e Alva, e ficamos ali por uns segundos, absorvendo o ambiente. O hotel, com sua fachada moderna e recepção iluminada, era imponente, e dava pra ver que o lugar era bem próximo da praia. Eu estava animada e um pouco cansada, mas a adrenalina não deixava eu pensar em descanso ainda.
Ao entrarmos no saguão, fomos recebidos por um funcionário que nos entregou os cartões dos quartos. Apollo e eu trocamos um sorriso meio conspiratório quando recebemos o nosso — era um quarto de casal. Nem preciso dizer que Bob e Alva perceberam e começaram a provocar.
