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CAMILLE NARRANDO

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CAMILLE NARRANDO

21 de setembro, 2024.

—Amor, pegou tudo mesmo? — perguntei, enquanto fechava minha mala.

Apollo estava de costas pra mim, ajeitando a mochila dele com uma calma que só ele tinha. Ele deu uma olhada rápida por cima do ombro, aquele sorriso de canto que fazia parecer que nada o preocupava.

— Já, princesa. Só falta você parar de se estressar com as suas coisas — respondeu, num tom meio brincalhão.

Revirei os olhos, mas um sorriso escapou antes que eu conseguisse me controlar. Ele sempre fazia isso, me provocava de leve só pra quebrar qualquer tensão. Mas, pra ser sincera, dessa vez eu estava mais ansiosa do que nervosa. A viagem pro Rio de Janeiro não era só uma viagem; era o aniversário da Batalha do Coliseu, um evento que lotava e chamava MCs do Brasil inteiro.

— Sabe que eu não tô estressada, né? Só quero garantir que a gente não esqueça nada. Vai que você deixa o carregador de novo. — Olhei pra ele de canto, vendo a careta que fez ao lembrar da última vez que ficou sem bateria no meio de uma trip.

— Que isso, cê nunca esquece de jogar na cara, né? — Ele riu, se aproximando pra me dar um selinho rápido. — Relaxa, eu tô levando até coisa que nem preciso.

Abracei ele de leve, sentindo o calor do corpo dele e o cheiro do perfume que eu adorava. Apesar da provocação, ele sempre dava um jeito de me acalmar.

— Bom, então acho que a gente tá pronto. É estranho não estar indo para rimar... — comentei, quase num sussurro.

Apollo puxou meu rosto de leve pra me olhar nos olhos.

— Camille, hoje você vai só pra curtir, tá ligado? Sem cobrança, sem peso. Vai ser a MC mais estilosa da plateia.

Aquiesci com a cabeça, tentando absorver as palavras dele. Fazia tempo que eu não ia pra um evento só pra assistir, sem a pressão de rimar, e isso mexia comigo. Mas ele tinha razão. Essa viagem era pra ele brilhar, e eu tava ali pra apoiar.

— Certo, então bora logo antes que o Bigão comece a ligar reclamando que tamo atrasando todo mundo — falei, pegando a mala e rindo da cena que imaginei.

Apollo me ajudou com a bagagem e, juntos, saímos rumo à van que já nos esperava. A energia da viagem já começava a aparecer antes mesmo de pisarmos na estrada. E eu sabia que o aniversário da Batalha do Coliseu ia ser inesquecível.


Quando chegamos na rua, a van já tava estacionada. O Bigão, como sempre, tava na frente, encostado na porta do motorista, com os braços cruzados e uma expressão de impaciência.

— Finalmente, hein! Achei que ia ter que ir buscar vocês pela mão. — Ele riu, mas dava pra perceber que tava mesmo no pique de partir logo.

— Calma, parça, nem deu tanto atraso assim — Apollo respondeu, jogando a mochila no porta-malas. — Tá parecendo que tá indo pra guerra.

𝐕𝐄𝐌 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎, apollo mc.Onde histórias criam vida. Descubra agora