IX

54 14 13
                                    

Na manhã seguinte Rodolffo tomava café com a mãe e a irmã.   Juliette estava na cozinha e ainda não tinha saído de lá.

- Senhora Maria o Rodolffo pediu-me namoro e eu aceitei. - disse mostrando a aliança.

- Por Deus, Juliette!  Isso se chegar aos ouvidos dos patrões vai ser um sururu!

- Só a senhora e nós sabemos.  Espero que não saía por aí a contar.

- Deus me livre.  Não quero confusões para o meu lado, mas prepara-te porque daqui a dois dias o Rodolffo não vai estar cá para te proteger.

Filomena vinha a entrar naquele momento.

- Proteger do quê e de quem?

- Estava a comentar com Juliette que não pode apanhar muito sol e deve proteger-se.

- É verdade.  Este Verão tem sido muito quente. Protege-te rapariga.  Maria, quero que faças frango assado para o almoço.

- Algum acompanhamento especial?

- Não.   O trivial.  Vou sair com Rodolffo e Isabel, mas voltamos para o almoço.

Os três saíram, Maria permaneceu na cozinha, Eugénia e Juliette subiram para limpar os quartos.

Juliette estava a limpar o quarto de Rodolffo quando este entrou.  Tinha-se esquecido da carteira.

Viu que Eugénia estava ao fundo do corredor no quarto da mãe e atreveu-se a roubar um beijo a Juliette.

- Esta noite vou no teu quarto.  Não tranques a porta.

Juliette repreendeu-o com um dedo nos lábios e impediu que ele falasse.

- És doido, e se te vêem?

- Caso contigo e levo-te comigo.

- Vai embora, sai daqui.

Rodolffo obedeceu e desceu as escadas a correr pois já a mãe gritava da rua.

Enquanto Filomena e Isabel visitavam as diferentes boutiques da Rua Augusta e Chiado, Rodolffo preferiu sentar-se na esplanada do café  "A Brasileira" e tomar um café.

Ao fim de horas mãe e filha desciam o Chiado carregadas de sacolas.

- Tu não compras nada, filho?

- Não.   Comprei apenas as um presente para uma amiga especial.

- E onde está?

- Aqui no bolso. É pequeno e não é necessário sacola.

- Quem é a amiga mano?  Eu  conheço?

- Creio que não.

- É da Suíça?

- Ahahaam.

- Se já compraram tudo voltemos a casa  vamos almoçar e preparar para fazer as malas.

- De certeza que vou pagar excesso de bagagem.  Tenho tantas coisas novas para levar!

- Pede ao teu irmão para levar algumas .  Ele só tem uma maleta pequena.

- Posso levar algumas coisas menos calcinhas.  Não quero morrer de vergonha se abrirem  a mala.

- Vergonha estava de férias quando nasceste.  Desde quando tens vergonha?

Entraram em casa, arrumaram as sacolas e dirigiram-se para a sala se jantar.

Teus olhos negrosOnde histórias criam vida. Descubra agora