Acordei no dia seguinte bem cedo e senti o cheiro de café.
Tomei banho, vesti-me e quando
Cheguei à cozinha, Eugénia tinha a mesa posta.- Dormiu bem Rodolffo?
- Dormi. Custei a adormecer por causa da ansiedade, mas assim que peguei no sono consegui dormir bem.
- Então coma, porque o café está quentinho. Tem pão fresco e bolo.
Encontrei a minha vizinha Adelaide e perguntei pela Juliette. Ela disse para perguntar no comércio aqui perto onde ela trabalhou um tempo.- Então vamos agora?
- Calma. Só abrem às 9 horas. Tem tempo de comer descansado.
- Descansado eu só fico quando a encontrar. A minha Ju!
Deve estar a pensar tão mal de mim.
Quem recebeu as cartas que eu mandei?- Deve ter sido a Maria. Ela é que normalmente atendia o carteiro.
- Também preciso descobrir quem falsificou a letra dela na carta que eu recebi.
- Isso deve ter sido alguém da empresa. Lá em casa ninguém tinha habilidade para isso.
Às 9 horas em ponto estavam na porta do comércio da senhora Alda.
- Bom dia. A minha vizinha Adelaide disse-me que uma menina Juliette trabalhou aqui. Nós andamos à procura dela. Sabe dizer onde a podemos encontrar?
- Ah a Juliette! Boa menina. Só sei que quando saiu daqui disse que ia trabalhar na casa de um médico. Não sei se aqui ou fora da cidade.
- Médico do hospital ou particular?
- Deve ser do hospital porque ela sentiu-se mal e foi a uma consulta ao hospital. Não sei mais nada.
- Estava doente? - perguntou Rodolffo.
- Foi só um mal estar, mas quem são os senhores?- Alda teve receio de dizer que ela estava grávida.
- Eu sou dona da casa onde ela estava. Este aqui é o meu patrão. Precisamos muito encontrá-la.
- Pois é a unica informação que posso dar. Se soubesse mais eu diria.
Saíram dali e Rodolffo deixou Eugénia em casa e foi ter ao hospital. Chegou na recepção e mesmo sabendo que as informações são confidenciais ousou perguntar.
- Menina desculpe, mas podia dizer-me se tem alguma ficha de doente com o nome de Juliette da Costa?
- Senhor, não posso dar essa informação. É confidencial.
- Por favor. E caso urgente. Eu preciso encontrar essa jovem. É muito importante. - a esta altura Rodolffo apelava para tudo e de olhos rasos de àgua suplicava para que a recepcionista lhe desse a informação.
- Calma senhor. Vou ver o que posso fazer. Espere aqui.
Ela saiu e voltou com uma folha de papel. Nela constava a morada da Eugénia, o nome da Ju e ainda do médico que a atendeu.
- Este médico é de cá?
- Sim. Ele é a esposa trabalham cá no hospital.
- Sabe se ele está cá agora?
- Mariana, o doutor Rafael está no consultório?
- Está sim.
- Siga este corredor, no final vire à direita e a seguir à esquerda 3° consultório. Deve estar lá a enfermeira assistente, veja se ele o recebe.
Rodolffo agradeceu e percorreu o enorme corredor com a sensação de que estava no bom caminho.
Esperou um bom bocado até que ele terminasse o atendimento e foi reparando que a maioria das pacientes era mulher e grávida.
Um misto de alegria, dúvida e remorso foi-se instalando até que finalmente a enfermeira o chamou.