XXXVI

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- Vamos depressa Tomás,  a Juliette vai ter a criança.

- Não posso ir mais rápido.  Estamos a chegar.

Assim que estacionaram  Rodolffo saiu e entrou a correr em casa.

- Ju!  Cheguei, meu amor.

Entrou no quarto e ela estava sentada na cama com a mala ao lado, pronta para ir para a maternidade.

- Dói tanto, Rodolffo. - disse ela contorcendo-se a cada contração.

Ele segurou nela ao colo, pegou na mala e saiu de casa.  Colocou-a no carro, voltou atrás para fechar a porta e mandou Tomás correr.

- Correr não que não quero ter um acidente.

- Falta muito, Tomás?

- Calma menino.  Já chegámos.

Pegou em Juliette no colo e correu para a entrada da maternidade.

- A minha filha vai nascer.  Um médico.

- Senhor, coloque a sua esposa aqui nesta maca.   Agora vamos tratar dela.

Rodolffo ficou na sala de espera enquanto Juliette era levada para dentro.

- Porque ninguém me vem dizer nada?  Que agonia Senhor.
Senhora enfermeira, demora muito?

- É assim mesmo.  Logo lhe vêm trazer notícias.

Algum tempo depois que para ele significaram horas, uma enfermeira vem dar-lhe a notícia de que a criança tinha nascido.

Rodolffo sorriu e quis ir vê-las.

- Espere mais um pouquinho que estão a prepará-las para irem para o quarto.

Quando finalmente lá chegou, Juliette amamentava Maria Inês.

- Que lindas, as minhas princesas.  Obrigado meu amor por este presente.

- É tão linda, não é Rodolffo?

- A bébé mais linda que já vi.  Doeu muito?

- A dor já passou.  Olha como ela mama direitinho.

- A fazer-me ciúmes, é lindeza?

- Rodolffo!!!

- Estou a brincar.  Eu passei um nervoso muito grande ali fora.  Demorou muito tempo.

- E não.   Eu achei que foi rápido.

- Misericórdia.  É uma angústia que não tem fim.

Dois dias depois os três saiam da maternidade de regresso a casa.

Na porta deles estava um táxi e uma jovem descia do mesmo e pegava a mala que o motorista lhe entregava.

- Juliette,  é a Isabel.

- A Isabel?  Sabias que vinha?

- Não.   Veio de surpresa.

- Ah não!  Não cheguei a tempo de ver o nascimento?

- Pois não Isabel.  A Maria Inês chegou há dois dias.

- Deixa eu pegar, Ju.  Aí que coisa fofa.

- Vamos entrar. Tomás, de momento não preciso de ti.  Podes ir.

Entraram em casa e foram para o quarto.   Juliette trocou a fralda de Inês  e colocou-a para dormir.

- Isabel, vieste só para ver a tua sobrinha?

- E a ti e à Juliette.   Estava com saudades.  Talvez vá a Coimbra.

- Vai mana.  A Eugénia vai ficar tão, mas tão feliz que tu não imaginas.

- Eu sei.  Continuo e corresponder-me com ela.

- E o Martin?

- Estamos meio que chateados.  Eu decidi vir para lhe dar um tempo e repensar tudo.  Quando regressar logo se vê.

Teus olhos negrosOnde histórias criam vida. Descubra agora