Rodolffo entrou e encontrou um médico ainda jovem. Cumprimentou-o e explicou toda a situação. Rafael olha para ele com curiosidade.
- Como é que eu sei que é quem diz?
Rodolffo mostrou a documentação que provava a sua identidade.
- A Juliette está na minha casa com a minha esposa e os meus bébés gémeos.
Rodolffo não aguentou e desatou num choro compulsivo. Rafael pediu à enfermeira para trazer um copo de àgua e Rodolffo bebeu toda.
- Acalme-se. Não pode chegar perto dela nesse estado.
- Como ela está? Está bem?
- Muito bem, mas igual a si, chorona.
- Quero ir vê-la. Por favor deixe-me ir vê-la.
- Vou ligar para casa para saber se estão em casa. Depois dou-lhe a morada. Ainda tenho algumas consultas senão ia consigo.
- Alô. Inês, vão sair?
- Não. Voltámos agora do parque.
- Onde está a Juliette?
- Lá em cima a trocar a Carolina. O Artur está aqui comigo.
- Está aqui o Rodolffo. Vou mandá-lo aí. Cuidado para ela não passar mal.
Assim que desligou entregou a morada a Rodolffo e explicou como chegar lá. Não era longe e não era difícil.
Rodolffo despediu-se com um abraço e ao passar na recepção sorriu para a recepcionista e atirou-lhe um beijo.
Correu para o carro e seguiu as indicações.- Inês, a Carolina adormeceu. Queres que leve o Artur?
- Eu levo. O Rafael ligou e disse que mandou entregar uma coisa. Se bateram à porta abre e recebe por mim.
- Está bem. Vou adiantar o almoço.
Alguns minutos depois
Toc, toc, toc.
Juliette estava na cozinha, limpou as mãos, ajeitou o vestido e os cabelos e foi abrir a porta.
Olhou, esfregou os olhos e voltou a olhar para de seguida se atirar nos braços de Rodolffo.
Este apertou-a junto ao peito num abraço de quem tinha medo que ela fugisse de novo.
- Vieste? - sussurrou ela.
- Tinhas dúvidas? Perdoa-me tudo o que te fizeram.
- Não foste tu. Não tenho que perdoar.
Ali na entrada deram o beijo há tanto tempo calado. Inês assistia a tudo do alto da escada num ângulo que não podia ser vista.
- Entra, não fiques à porta.
- Como estás? Tenho tantas saudades e tanta coisa para dizer.
- Estou bem melhor agora. Também tive saudades e medo de não te ver mais.
Armaram contra nós, mas agora não interessa. De momento só quero saber se está tudo bem?
- Inês, anda cá, vem ver quem está aqui.
Inês desceu e Juliette fez as apresentações.
- Seja bem-vindo a nossa casa Rodolffo. O Rafael já tinha ligado. Fique à vontade. Juliette eu vou ficar lá em cima para vocês conversarem.
Só agora Rodolffo se deu conta da barriga de Juliette. Apesar dela usar um vestido largo aos bons observadores não escapava a barriga saliente.
- Ju tu estás grávida? Eu vou ser pai?
- De uma menininha, amor.
Rodolffo sentou-se no sofá colocou Juliette no colo, beijou a barriga dela e por alguns minutos chorou abraçado a ela.