Chaophya Hospital

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Ela estava respondendo um email em seu celular quando sentiu um impacto forte o suficiente para quase a levar ao chão. Engfa foi rápida o bastante para segurar quem quer que tivesse sido o responsável por quase a derrubar, firmando a pessoa e ela própria.

Ela quase não acreditou quando viu quem era. 

Era Charlotte.

Engfa Waraha sentiu-se eufórica quando percebeu a proximidade de seus corpos. Ela tinha seu braço esquerdo enrolado na cintura fina de Charlotte e sua mão direita segurando o braço macio da mulher, a parte da frente de seus corpos se tocando, tudo isso para que nenhuma das duas caíssem por conta da forte colisão. Involuntariamente, Engfa pressionou mais forte, percebendo que estava tocando a mulher. Ela sentiu arrepios pelo corpo.

A mulher a olhou com aqueles olhos que lembravam o universo, seu cenho franzido demonstrando surpresa. 

"Charlotte."

Engfa sentiu deleite ao pronunciar o nome e teve vontade de repetir várias vezes. 

"Engfa."

Nenhuma das duas havia de fato se apresentado, mas após o último encontro, seus nomes finalmente foram revelados.

Engfa nunca havia realmente pensado na sonoridade do seu nome, no significado ou qualquer outra coisa, mas quando Charlotte o pronunciou, sua voz melodiosa e suave, as vogais e consoantes juntas nunca lhe pareceram melhores. 

Charlotte tinha o cabelo preso em um coque, os fios soltos apenas detalhes que enfatizavam sua beleza. A mulher se afastou, e Engfa sentiu como se tivesse perdendo algo quando a mulher saiu de seus braços. 

"Sinto muito mesmo." A mulher se abaixou para pegar o celular de Engfa no chão. Engfa nem tinha notado que havia caído.

Charlotte usava uma regata preta, calça jeans justa e em cada um dos pés, um calçado diferente. Ela olhou com pesar para a tela quebrada e o entregou com as mãos tremendo. "Vou pagar o conserto, prometo." E tão rápido quanto apareceu, se afastou, andando para longe depressa. 

Engfa a olhou, pensando no motivo da mulher estar com tanta pressa. Quando a mulher tropeçou em seus próprios pés e quase caiu, Engfa a seguiu, estranhando o comportamento da mulher. "Charlotte, espere!"

A mulher pareceu não escutar e continuou a correr pelo gramado em frente ao prédio, se encaminhando para o portão principal. Engfa acelerou seus passos e a alcançou, puxando levemente seu braço para fazê-la parar. 

"Me solta!" A mulher gritou, agitando seu braço firmemente para se livrar do aperto. 

Engfa a soltou imediatamente, assustada com o grito. Ela não havia puxado forte, foi apenas para impedi-la de continuar andando.

Charlotte notou que era Engfa e no meio de sua expressão de preocupação, houve uma pitada de vergonha. "Desculpe."

Engfa acenou com a mão, descartando o pedido. "Charlotte, o que houve? Para onde você está indo com tanta pressa?"

"Malee." A mulher falou com a voz trêmula. "Me ligaram da escola dela, disseram que ela teve uma reação alérgica e a levaram para o hospital."

Engfa sentiu seu coração tremer dentro do peito, o pensamento da garotinha sorridente no hospital a deixando tensa. Ela notou que Charlotte parecia prestes a chorar e reparou que a mulher não tinha nenhuma bolsa consigo. "Você vai até lá de carro?"

Charlotte negou, os lábios tremendo. "Eu..." Ela olhou ao redor, parecendo completamente perdida. "Eu não sei... Heidi viajou. Acho que... táxi!" A ideia pareceu surgir em sua mente naquele instante e ela fez menção de continuar andando, mas Engfa se colocou na sua frente (não querendo a tocar novamente e a assustar).

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