A Nova Delinquente

23

Umemiya: Levem ela agora!

Desespero.

Esse era o sentimento que todos do Furin estavam sentindo enquanto corriam para salvar Sn. O silêncio entre eles era quebrado apenas pelas respirações pesadas e pelos passos rápidos, ecoando nas ruas escuras.

Choji: Quem foi?

Renji: Fui eu, por quê? Tá putinho? Cai pra...

Antes que ele pudesse terminar, Sakura, em uma velocidade absurda, o derrubou no chão com um único movimento fluido, o som do impacto reverberando no chão sujo.

Sakura: Você não tem noção com quem mexeu…

A voz dele estava carregada de raiva, uma força quase palpável que parecia vibrar no ar. O corpo de Renji estremeceu ao sentir o peso da situação, mas antes que ele pudesse reagir, Umemiya tentou intervir.

Umemiya: Sakura, eu cuido dis... — Foi interrompido.

Sakura: Cala a boca. — A fúria em suas palavras era tangível, e os rapazes do primeiro ano sentiram o peso daquela ameaça, como uma lâmina afiada pronta para cortar. — Ren, se você deixar minha amiga morrer...

Sakura/Suō/Tsugeura/Mitsuki: Você morre. — A aura assustadora que emanava dos quatro era tão real que parecia engolir o ambiente ao redor, fazendo até o ar parecer pesado e denso.

Umemiya ficou impressionado, pois nem mesmo os Reis Celestiais, conhecidos por seu poder e brutalidade, tinham aquela aura monstruosa e assassina que agora cercava o grupo.

Choji: Parece que os Keel estão levantando. — Seu sorriso triplicou de tamanho, transparecendo ainda mais sua raiva pelo tom venenoso que usava.

Jo: A gente cuida deles. Foquem nesses merdas. — Falou estalando os dedos, como se estivesse pronto para quebrar ossos.

Umemiya: Não precisa.

Jo: Da briga ou da gente cuidar deles?

Sakura: O plantador de tomate. — Todos ficaram surpresos. Ela era a única que ousava falar assim com ele. — Se quer resolver tudo escutando os problemas das pessoas, esquece.

Suō: Lhe respeito muito, Umemiya. Mas a Sn é nossa prioridade. — Seu tom ríspido fazia a maioria de seus companheiros tremerem, temendo pelo destino dos Keel.

Mitsuki: E adivinha. Vamos retribuir na mesma moeda.

Todos: Vão esfaquear eles? — Perguntaram surpresos, o choque estampado em seus rostos.

Tsugeura: O quê? Só vamos mandar eles para o hospital.

A luta no barracão se intensificava. O som de socos e chutes ecoava pelas paredes de metal. A poeira subia do chão a cada golpe que os Keel recebiam, tentando se manter de pé. O cheiro de suor e sangue começava a dominar o ar, denso e sufocante, como se o próprio ambiente estivesse se rendendo à violência.

Ren corria pelas ruas estreitas, guiado por Nirei, que, ofegante, indicava os atalhos por onde nunca tinham passado antes. As luzes fracas dos postes lançavam sombras sinistras nas paredes enquanto os dois seguiam em uma corrida desesperada contra o tempo.

Nirei: A próxima esquina! Na próxima esquina fica o hospital! — Sua voz falhava conforme ficava para trás, as pernas cedendo de exaustão.

Ren não hesitou, ultrapassando o amigo e disparando em direção ao hospital. A adrenalina corria em suas veias, seus passos ecoando nas ruas desertas até que finalmente avistou as luzes brilhantes da entrada de emergência.

Ren: Ela foi esfaqueada e está perdendo muito sangue! — Ele falou entre respirações ofegantes, tentando recuperar o fôlego após correr tão rápido, o desespero em sua voz evidente.

Os paramédicos se moveram rapidamente, abrindo espaço e preparando a área para a emergência.

Paramédico: Emergência! Liberem a área!

Rapidamente, Sn foi colocada em uma maca e levada para a sala de emergência. As portas se fecharam atrás deles, e Ren sentiu um frio percorrer sua espinha. O silêncio que seguiu foi sufocante. Agora, tudo o que restava era esperar.

Nirei chegou pouco depois, exausto, apoiando-se em Sugishita enquanto tentava recuperar o fôlego, o suor escorrendo pelo rosto.

Ren: Só nos resta esperar. — Preocupação, medo de perder uma pessoa que havia aprendido a admirar em tão pouco tempo.

Sugishita: Ela vai ficar bem. A Sn tem muita força... — Ele disse, mas até ele mesmo se questionava sobre isso. Seu medo era notório em seus olhos trêmulos. — Ela ainda vai implicar muito com a gente…

Os rostos de todos estavam sérios, apreensivos. Mesmo sem falar, todos estavam rezando pelo melhor para Sn.

No barracão, os Keel estavam sendo derrotados. O chão já estava coberto de destroços e marcas da briga. Umemiya, consumido pelas emoções, derrubava os membros dos Keel ao lado de Togame e Choji, os punhos firmes e os olhos brilhando de raiva.

Sakura e os outros três focavam nos líderes. Seus golpes eram precisos, brutais, movidos pela fúria que só crescia com cada insulto.

Takeru: Vocês... vocês vão se juntar àquela puta em breve. — Sua voz estava fraca, faltando-lhe o ar a cada palavra, já que Sakura garantira que cada golpe fosse fatal.

Sakura chutou Takeru com toda a sua força, o impacto fazendo-o colidir com uma pilha de caixas. O som de ossos rachando foi audível, mas ele ainda insistia em provocá-la.

Sakura: Puta? Continua falando, você só me dá mais motivos para acabar com você.

A cada troca de golpes, Takeru provocava Sakura, mas ela não dava sinais de ceder. O sangue fervia em suas veias, a raiva a impulsionava a cada soco, cada chute. Ao seu redor, Suō, Tsugeura e Mitsuki faziam o mesmo, cuidando dos outros líderes com igual intensidade.

Ranji: Ela é só uma qualquer. Por que se importam tanto assim? Mulher como ela tem em cada esquina. — Falou com deboche, provocando Suō que estava em sua frente.

Suō: Você é engraçado. — Ele disse, sarcástico. — Ela, diferente de você, tem propósito, lealdade e caráter.

Com um único golpe, Suō derrubou Renji, nocauteando-o. Todos ao redor ficaram surpresos, pois Suō sempre se mostrara uma pessoa calma, mesmo sob pressão extrema.

Na sala de cirurgia, os médicos faziam de tudo para não perder a vida de Sn. A tensão no ar era espessa, o som constante das máquinas monitorando seus sinais vitais ecoava pela sala.

Uma lágrima escorreu do canto do olho da garota.

Enfermeira: Não vamos perder ela! — Exclamou ao olhar para a máquina que mostrava os batimentos da garota, que diminuíam gradativamente.

Médico: Desfibriladores agora!

Beijos. Até o próximo capítulo ✨