Sn: Até mais tarde, pessoal. Falou pra vocês. – Saí da sala, mas continuava com aquela sensação incômoda de estar sendo observada.
Eu realmente não ligo se for seguida por pessoas encarnadas. Agora, se for um espírito… Só de pensar nisso, um arrepio subiu pela minha espinha, e eu apertei o passo.
Sn: O Senhor é meu pastor e nada me faltará… – Fiz o sinal da cruz e comecei a bater palma. – Defuma com as ervas da Jurema! Oh, defuma com as ervas da Jurema!
"Ah, mas você tem que ter medo de quem tá vivo", pensei comigo mesma. "Sai do meio, filhote de chupim! No vivo, eu dou uma surra e ele ou ela aprende a parar de seguir os outros, mas um fantasma? O que a gente faz com a caralho de um fantasma?"
Quer saber de uma coisa? Vou descobrir agora quem é o idiota que está me seguindo.
Virei em um beco e me escorei na parede, esperando a pessoa passar. Quando o fez, eu agarrei. Bom sinal: pelo menos não atravessou minha mão. Ótimo sinal.
Joguei a pessoa contra a parede e segurei seu pescoço com meu antebraço.
Sn: Quem é você e o que quer comigo? Você tem exatos 20 segundos pra abrir o bico ou eu quebro o seu pescocinho. – Não estava blefando.
???: Espera, espera! Não estou aqui para te machucar.
A voz era calma, mas havia um toque de nervosismo. Mesmo assim, eu não aliviei a pressão no pescoço dele.
Sn: Você ainda tem 15 segundos.
???: O Umemiya mandou me certificar de que você estava segura. Nada mais.
Eu o encarei por alguns segundos, tentando decidir se ele estava falando a verdade ou se eu só estava prestes a me meter em mais problemas.
Sn: O Umemiya, é? Então manda um recadinho pra ele… – Coloquei meus lábios perto do ouvido do garoto. – Se você ou qualquer outra pessoa dessa gangue, que eu ainda não sei a quem pertence, vier atrás de mim ou dos meus amigos… Eu mato todos vocês.
???: Mas é o Umemiya…
Sn: Eu já sei que não foi o Umemiya que mandou você. Ele é meu vizinho, e ele é intrometido demais pra mandar terceiros verificarem alguém. Então, se você for esperto, vou deixar você ir embora na moralzinha. Mas se tentar pegar essa faca que tá na sua cintura, a única coisa que vai servir de recado vai ser a sua cabeça na mesa de quem te mandou. Entendido?
???: C-como v-você…
Sn: Como eu descobri? – Falei, sarcástica, segurando a risada. Esse menor não sabia de nada, pelo visto. – Irmão, eu venho de um lugar que você não vai querer conhecer. – Soltei um riso perverso que ecoou pelo beco. – Agora mete o pé, se não quiser que eu te mande todo fodido pra passar o recado.
A pressão no pescoço do garoto aumentou por um segundo enquanto ele tentava processar tudo o que eu disse. Ele estava visivelmente nervoso, e eu não podia deixar de sentir um certo desprezo pela sua ingenuidade. Esses moleques acham que podem intimidar qualquer um, mas não sabem com quem estão lidando.
Sn: E então? Vai tentar a sorte ou vai levar o recado como um bom garotinho?
O garoto engoliu seco, claramente intimidado, mas tentou disfarçar o medo com um aceno rápido.
???: Tudo bem, tudo bem! Eu vou, eu vou...
Soltei o pescoço dele, mas não recuei. Ele tropeçou para longe de mim, sem ousar pegar a faca que eu sabia que estava na sua cintura. O olhar dele era de quem queria correr, mas estava tentando manter alguma dignidade.
Sn: Inteligente da sua parte. Agora some daqui antes que eu mude de ideia.
Ele saiu correndo sem olhar para trás, tropeçando nas próprias pernas enquanto desaparecia no fim do beco. Eu cruzei os braços, soltando um suspiro. Umemiya... Que droga você está envolvido agora?
O que mais me irritava não era ser seguida, era o fato de que, onde quer que eu fosse, parecia que sempre tinha alguém querendo testar minha paciência. Mas eles iriam aprender do jeito mais difícil que eu não sou alguém com quem se brinca.
Beijos. Até o próximo capítulo ✨
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A Nova Delinquente
FanfictionSn foi colocada em um colégio de delinquentes depois de nem mesmo a Febem querer a jovem garota-problema. Como último recurso, seus pais a mandaram para uma escola de delinquentes no Japão. Agora, ela é a única delinquente mulher em uma escola tomad...