Capítulo 34

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Hermione abriu os olhos e se viu na Terra dos Sonhos. O contorno familiar e escuro da casa de pedra a cercava, as cortinas das janelas fechadas como se ela as tivesse fechado antes de ir para a cama. Uma música fraca chegou aos seus ouvidos, como uma orquestra tocando em algum lugar fora de vista. 

Sua cabeça girava enquanto ela tentava se sentar ereta. Ela fez uma careta — ela estava usando aquele vestido de baile enorme de novo, o mesmo de sua segunda viagem à Dreamland. Desorientada, ela olhou ao redor, apertando os olhos na escuridão, tentando descobrir por que estava ali.

Malfoy tinha acabado de sair para falar com Astoria. Ele tinha aberto seu medalhão por algum motivo? Ele não estava aqui na casa com ela, de qualquer forma.

“Mandrake!” ela gritou. Ela não tinha tempo para essa bobagem! Se Malfoy quisesse falar com ela, ele teria que fazer isso na vida real.

ESTRONDO.

Um barulho de abalar a terra sacudiu a terra, sacudindo as janelas da casa. Hermione saiu da cama, correndo para a porta para ver o que havia causado aquele som horrível.

Lá fora, ela engasgou.

O campo ao redor da casa de pedra, as encostas varridas por urzes e a vasta paisagem aberta que antes era tão pacífica, tornaram-se um depósito de lixo. Móveis, prédios, todo o Expresso de Hogwarts — até mesmo um estádio de Quadribol em tamanho real — agora ocupavam os campos. Uma montanha de detritos — vassouras, mesas, esculturas de gelo, árvores, enormes pilhas de areia e todo tipo de outras coisas espalhavam-se pela área. Pessoas também, enquanto uma orquestra e The Weird Sisters pareciam estar em uma batalha de domínio musical, e uma estranha mistura de foliões dançando valsa e strippers voadoras dançavam entre mesas de jogo e piscinas gigantes de chocolate. Acima dela, jogadores de Quadribol voavam pelo ar vestindo nada além de toalhas, ziguezagueando para evitar fadas cintilantes.

Ela localizou a fonte do barulho alto com bastante facilidade. Um dos castelos (havia dois, embora Hogwarts estivesse quase irreconhecível, pois parecia ter caído no campo de cabeça para baixo ) estava fumegando e meio desmoronado, como se alguém tivesse acabado de detonar uma rodada de explosivos.

“Meu Deus,” Hermione suspirou.

Era tudo. Todos os devaneios, todos os lugares que ela e Malfoy tinham ido juntos.

Apesar da estranheza da cena no chão, foi o céu que mais perturbou Hermione.

Uma linha de nuvens escuras de tempestade se formou no horizonte, formando um gigantesco anel giratório ao redor dela por todos os lados. Era um tom ameaçador de cinza profundo, e Hermione teve a estranha sensação de que começaria a se fechar lentamente para dentro, bem sobre o local onde ela estava.

“Malfoy?” Hermione gritou, mas no momento em que disse o nome dele, ela soube que era inútil.

Malfoy não estava aqui. Ela sentiu isso em algum lugar em seus ossos.

Ela tinha que voltar para ele. Algo estava errado com Dreamland. Algo estava muito, muito errado mesmo.

“Mandrake!” ela gritou, esperando que a cena turbulenta se dissolvesse.

Não aconteceu. Em vez disso, ela ouviu gritos.

Um jorro de líquido oleoso — polidor de vassoura? — irrompeu do chão, irrompendo alto no ar como um gêiser, chovendo sobre a multidão de dançarinos distantes. Eles escorregaram e lutaram, gritando enquanto um tsunami de polimento os espalhava como pinos de boliche.

As mãos de Hermione voaram até a boca.

Ela tinha feito isso? Mandrake deveria acabar com um devaneio, não causar caos e destruição. O que diabos estava acontecendo?

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