Pauneiro: briga de casal

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Os estados estavam reunidos em uma sala conversando, enquanto São Paulo fumava tranquilamente, soltando a fumaça pelo canto da boca.

Rio: "E aí, cara, tu não vai parar de fumar não?"

Santa Catarina deu um gole em seu café e completou: "É verdade, todo santo dia você aparece com um cigarro numa mão e uma xícara de café na outra."

São Paulo, sem tirar o cigarro da boca, respondeu secamente: "Por que vocês dois não vão tomar no cu, hein?"

Rio riu, provocando: "Nossa, Sampa, pegou raivinha? Tá mal-humorado hoje?"

São Paulo retrucou, apertando os olhos: "Sampa é o seu dia mais simpático!"

Ceará, sempre com um sorriso travesso, entrou na conversa: "Eita, que nem um bom dia você dá, e já chega mandando a gente se lascar."

São Paulo soltou uma risada seca: "Cala a boca, Ceará. Pelo menos eu não tô de castigo por ser um pestinha."

Os outros riram, enquanto Ceará cruzava os braços com um olhar irritado.

Ceará: "É sério isso? Vai jogar na cara?"

Santa Catarina, tentando aliviar a tensão, comentou com um sorriso: "Relaxa, Ceará, faz parte. Todo mundo aqui já ficou de castigo um dia. Só que tu tem um talento especial pra isso."

São Paulo deu mais uma tragada, soltando a fumaça lentamente: "O problema não é nem o castigo, é que vc sempre acha um jeito de se meter onde não deve, Ceará."

Rio, se aproximando de Ceará, deu um tapinha em seu ombro: "Relaxa, um dia tu aprende. Ou não."

Nesse momento, Minas Gerais entrou na sala com uma expressão curiosa.

Minas Gerais: "O que tá rolando aqui? Mais uma das briguinhas de sempre?"

São Paulo: "Nada de novo, só o Ceará sendo o de sempre... um verdadeiro filho da puta."

Ceará, ainda irritado, tentou mudar de assunto: "E cadê o Brasil? Sumiu de novo?"

Rio, rindo: "Deve estar no escritório, como sempre. Trabalhando, coitado."

A conversa continuava leve, mas já era possível perceber que os ânimos entre os estados poderiam esquentar a qualquer momento.

Rio, com um brilho nos olhos, olhou ao redor e perguntou: "Ei, rapaziada, vocês estão com vontade de comer um doce?"

São Paulo, que já estava de mau humor, resmungou enquanto dava mais uma tragada: "Doce? Pra que diabos eu ia querer comer doce agora? Tô aqui de boa com meu cigarro e café."

Rio, provocando como sempre: "Ah, Sampa, tu só sabe fumar e tomar café! Relaxa um pouco, cara. Um docinho não vai te matar."

São Paulo, irritado: "E quem te pediu opinião, hein? Se eu quiser tomar só café e fumar o dia inteiro, problema é meu!"

Rio, levantando uma sobrancelha: "Nossa, tá todo estressadinho hoje. O que foi, tá de TPM?"

São Paulo soltou uma risada irônica: "TPM? Cara, se tem alguém aqui que age como um dramático, esse alguém é você, Rio. Sempre cheio de frescura."

Rio cruzou os braços, indignado: "Frescura? Pelo menos eu sei me divertir e não sou esse rabugento de sempre!"

São Paulo, agora de pé, encarou Rio de perto: "Ah, é? Então por que você não cala a boca e para de me encher?"

Rio, sem recuar: "Calar a boca? Quem devia calar a boca é você, São paulo! Vive reclamando de tudo!"

Os dois começaram a discutir como um típico casal briguento, suas vozes aumentando a cada troca de farpas.

Enquanto a briga esquentava, Bahia, que estava sentado quieto no canto, observando tudo, levantou-se com um sorriso tranquilo e anunciou: "Ó, eu vou buscar o doce pra gente, tá? Vocês dois podem continuar nessa briga de casal aí."

Rio e São Paulo pararam por um segundo, olhando para Bahia, mas logo voltaram a discutir, como se nada tivesse interrompido.

São Paulo: "Briga de casal? Só se for ele! Eu não tenho paciência pra esse mané."

Rio: "Olha só quem fala, o estressadinho!"

Enquanto Bahia saía rindo para pegar os doces, os outros estados olhavam a cena com risinhos de canto. Não era novidade que as discussões entre São Paulo e Rio sempre pareciam uma briga de casal, com direito a drama e provocações, mas no final eles acabavam se entendendo.

Brasil, já perdendo a paciência com o barulho que vinha da outra sala, não conseguia mais se concentrar no trabalho. Irritado, ele levantou-se abruptamente da mesa e foi em direção ao tumulto. Ao chegar na sala, ele olhou ao redor, vendo Rio de Janeiro e São Paulo trocando farpas.

Com um tom sério e firme, Brasil gritou: "Que porra está acontecendo aqui?!"

Todos ficaram em silêncio por um segundo, e Brasil, percebendo de onde vinha a confusão, fixou os olhos em São Paulo e Rio.

Suspirando, ele esfregou a testa, tentando manter a calma. "São Paulo e Rio de Janeiro, vocês podem calar a boca, pelo amor de Deus?! Vocês parecem um casal brigando!"

Os outros estados na sala começaram a segurar o riso, enquanto São Paulo e Rio desviaram o olhar, claramente constrangidos. São Paulo, sempre orgulhoso, murmurou: "Casal? Eu? Nem pensar."

Rio, com um leve sorriso, respondeu provocando: "Tá vendo, pai? Ele não admite, mas é ele quem começa."

Brasil, ainda exasperado: "Eu não tô nem aí pra quem começou. Eu só quero paz pra trabalhar! Se continuarem brigando, vou botar os dois de castigo, igual fiz com Ceará."

A ameaça foi o suficiente para fazer os dois ficarem quietos. Bahia, que acabava de voltar com os doces, colocou a bandeja sobre a mesa e, com seu habitual bom humor, disse: "Bom, pelo menos agora temos doce pra acalmar os ânimos, né? Comam aí e se comportem."

Brasil deu um último olhar de advertência para os dois antes de voltar para o escritório, tentando recuperar a paz que tanto desejava.

Bahia, com um sorriso carinhoso, segurou uma bandeja com o doce favorito de Brasil e se aproximou.

Bahia: "Pai, aproveitando que você está aqui..."

Ela entregou o doce a ele, com um brilho de orgulho nos olhos.

Brasil sorriu ao pegar o doce, seu semblante suavizando.

Brasil: "Obrigado, princesa."

Ele se inclinou e deu um beijo carinhoso na testa de Bahia antes de voltar para o escritório, com um ar mais calmo e satisfeito.

Assim que Brasil voltou ao escritório, ele se sentou à mesa e começou a saborear o doce que Bahia havia trazido. O sabor trouxe uma sensação de conforto, e por um breve momento, ele conseguiu relaxar.

Enquanto isso, na sala, São Paulo e Rio de Janeiro finalmente se acalmaram, mas ainda trocavam olhares de implicância. Ceará, que assistia de canto, não conseguiu evitar um riso abafado.

Ceará: "Rapaz, vocês dois são fogo. Se não fossem tão teimosos, já estariam casados."

São Paulo: "Vai se fuder, Ceará!"

Rio de Janeiro: "Deixa ele, Sampa. Quem cala, consente."

São Paulo, visivelmente irritado, se levantou, mas Bahia, que tinha acabado de voltar da cozinha, interveio antes que a discussão recomeçasse.

Bahia: "Chega, né? O pai já tá irritado demais com vocês. Vamos dar um tempo."

Todos concordaram em silêncio, voltando a se concentrar em suas conversas ou em simplesmente relaxar. Enquanto isso, Brasil, no escritório, ainda pensava sobre a dinâmica entre seus estados, refletindo sobre o quanto eles podiam ser problemáticos, mas também eram sua família.

~Reencontro de infâncias: Entre Rivalidades e corações ~ Braarg Onde histórias criam vida. Descubra agora