No dia seguinte, Brasil sentiu que precisava de um tempo para si mesmo. O tumulto em sua mente e o peso de suas responsabilidades o levavam a buscar refúgio na praia, como tantas vezes fizera em sua infância. Com os pés descalços na areia quente, ele caminhava devagar, o som do mar ao longe chamando-o para um encontro silencioso com suas próprias memórias.Assim que chegou, se sentou na areia macia e fechou os olhos, permitindo que o barulho das ondas embalasse seus pensamentos. A brisa suave trazia um toque de sal no ar, e o cheiro do oceano o envolvia, fazendo-o lembrar de momentos passados. Brasil recordava-se de quando era pequeno e fugia para a praia em busca de alívio, pegando conchas como um jeito de se distrair da tortura de Portugal. Essas conchas, cada uma diferente da outra, eram como pequenos pedaços de liberdade que ele colecionava, guardando em si um sentimento de paz que ele tanto almejava.
Os minutos passaram, e ele manteve os olhos fechados, apenas sentindo o vento e ouvindo o mar se aproximar lentamente da beira da areia. Seu corpo relaxava, mas sua mente ainda estava presa ao passado, às lembranças que tentava deixar para trás.
Até que, ao longe, uma figura conhecida apareceu.
Amazona havia ido à praia naquela manhã, sua mente carregada de pensamentos, seu coração apertado. Ela andava com passos pesados, como se o peso das emoções estivesse pressionando-a. Quando viu Brasil sentado ali, a presença dele trouxe um pouco de alívio, uma chama de esperança. Ela sabia que ele sempre buscava a praia quando precisava de tranquilidade, assim como ela. Talvez, estando perto dele, pudesse encontrar algum conforto.
Sem fazer barulho, Amazona se aproximou e se sentou ao lado de Brasil, o olhar distante, fixo no mar. Brasil, ainda com os olhos fechados, notou sua presença e falou com aquela voz suave e atraente que ele costumava ter quando estava em paz:
Brasil: "Oi, Amazona..."
O tom de sua voz, calmo e sereno, parecia capaz de curar feridas invisíveis. Amazona sentiu um leve tremor no peito ao ouvi-lo, mas permaneceu em silêncio, o peso de seus sentimentos ainda bloqueando qualquer palavra.
Depois de um momento, Brasil abriu os olhos e olhou para ela. Imediatamente, ele notou algo de errado no olhar dela – havia tristeza, uma dor silenciosa que ela não conseguia esconder. Sem pensar duas vezes, ele levou sua mão gentilmente à bochecha dela, sentindo o calor de sua pele, e perguntou com cuidado:
Brasil: "O que houve? Por que você está com essa cara triste? Aconteceu alguma coisa de ruim com você?"
Amazona hesitou. Ela não queria preocupar Brasil, mas já não conseguia mais segurar tudo dentro de si. Sua resistência interna estava se desgastando. Respirando fundo, ela desviou o olhar, e com um suspiro pesado, deixou que as palavras finalmente escapassem.
Amazona: "Eu tô cansada, Brasil... Eu estou sentindo dor, uma sensação estranha que parece... um fogo no meu corpo todo... Estou fraca."
Sua voz saiu quebrada, como se estivesse confessando algo que ela mesma não queria admitir. E então, sem conseguir mais conter, as lágrimas começaram a descer por seu rosto. Ela rapidamente desviou o olhar, envergonhada de mostrar essa vulnerabilidade.
Brasil, ao ver isso, sentiu um aperto no peito. Ele odiava vê-la daquele jeito. Não era apenas compaixão, mas algo mais profundo, algo que ele não sabia como descrever. Ele odiava ver Amazona sofrer assim.
Brasil: "Ei, não fique assim..." – ele disse, com a mesma suavidade de antes, embora sua voz agora carregasse um peso de tristeza – "Você sabe que é ruim te ver assim... Eu também sinto quando você sente."
Amazona tentou limpar as lágrimas rapidamente, mas era inútil. O choro continuava, como se fosse uma represa que finalmente se rompeu.
Amazona: "Eu sei, mas está difícil, Brasil... Eu estou queimando por dentro."
Ao ouvir isso, Brasil a puxou suavemente para mais perto de si, envolvendo-a em seus braços de forma protetora. Ele não precisava dizer nada. O calor de seu abraço e o som reconfortante de sua respiração eram o suficiente para tentar apagar o fogo que Amazona sentia por dentro. Ele acariciou os cabelos dela com cuidado, enquanto o som das ondas continuava a embalar aquele momento.
Brasil: "Eu estou aqui, Amazona... Você não está sozinha."
Aquelas palavras, tão simples e sinceras, tocaram fundo em Amazona. Ela encostou a cabeça no peito de Brasil, sentindo o calor dele, enquanto as lágrimas finalmente paravam de cair. O coração dele batia de forma firme, constante, e aquele som acalmava a tempestade dentro dela, mesmo que só um pouco.
O mar continuava a sua dança calma, as ondas indo e vindo, como se o universo soubesse que era hora de trazer um pouco de paz para ambos. A brisa acariciava seus rostos, e o sol já começava a descer no horizonte, pintando o céu de tons dourados e alaranjados. Aquele momento, embora triste, também era carregado de uma delicadeza e de um cuidado mútuo.
Eles permaneceram ali, sentados juntos, abraçados, compartilhando a dor, mas também a cura silenciosa que aquele momento proporcionava.
Continua...
---Finalmente fiz esse capítulo! Desculpa pela demora...
Gostarô? 🫶✨️
VOCÊ ESTÁ LENDO
~Reencontro de infâncias: Entre Rivalidades e corações ~ Braarg
FanfictionO brasil Sofria abuso mental e físico de portugal, o único jeito dele se livrar desses pensamentos era o jardim, a onde lá tudo era calmo... Dias depois portugal recebe uma notícia de seu velho amigo e rival, Espanha, falando que ele ia visitar p...