Portugal e o caminho do perdão

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Após assinar sua independência, Brasil deixou a mansão de Portugal sentindo alívio e expectativa. Um novo caminho se abria diante dele, cheio de desafios, mas também de liberdade.

No dia seguinte, ele estava em sua nova casa, organizando cartas de vários países que o parabenizavam. Entre as mensagens, uma chamou sua atenção: era de Argentina. Seu coração acelerou ao lembrar do último encontro, quando Argentina confessou seus sentimentos. Brasil abriu a carta com hesitação, relendo as palavras emocionadas de seu antigo amigo. Ele queria responder, mas não sabia como. O tempo havia passado e seus sentimentos eram confusos.

Enquanto ponderava, uma batida suave na porta interrompeu seus pensamentos. Espírito Santo entrou timidamente.

Espírito Santo: "Pai, você pode brincar com a gente?"

Brasil sorriu, acariciando o cabelo da filha.

Brasil: "Agora estou ocupado, meu amor."

Mas Espírito Santo insistiu, puxando sua mão.

Espírito Santo: "Só um pouquinho?"

Brasil, incapaz de resistir, cedeu. Quando deu seu consentimento, outros estados correram para dentro da sala, rindo e pedindo para brincar de esconde-esconde. Rindo, Brasil começou a contar, aproveitando o momento de leveza.

Enquanto procurava pelos estados, foi interrompido por Cisplatina, que entrou hesitante.

Cisplatina: "Senhor Brasil, Portugal está na porta e quer falar com você."

Brasil parou, seu sorriso desaparecendo por um momento.

Brasil: "Oh... tudo bem. Você pode avisar aos estados que a brincadeira acabou?"

Cisplatina assentiu e saiu para cumprir o pedido. Brasil suspirou, preparando-se para enfrentar Portugal mais uma vez.

Brasil se aproximou da porta, sentindo seu coração acelerar. Havia muito tempo que Portugal não o procurava diretamente, e agora, logo após sua independência, não sabia ao certo o que esperar. Ao abrir a porta, lá estava Portugal, com uma expressão séria, mas seus olhos revelavam algo diferente – uma certa tristeza e arrependimento.

Portugal: "Posso entrar?"

Brasil hesitou, mas assentiu, abrindo espaço para que Portugal passasse. Ambos caminharam em silêncio até a sala, onde Portugal parou, olhando ao redor como se buscasse as palavras certas.

Portugal: "Brasil... eu estive pensando muito ultimamente. Sobre tudo o que aconteceu entre nós." Ele respirou fundo, parecendo lutar contra suas próprias emoções. "Eu sei que causei muita dor a você. E eu me arrependo disso, mais do que você pode imaginar."

Brasil ficou quieto, seus olhos analisando o antigo colonizador. Ele já ouvira palavras de arrependimento antes, mas algo na voz de Portugal agora parecia mais genuíno.

Portugal: "Eu estava preso às minhas ambições, ao meu orgulho... e acabei afastando a única pessoa que me trazia paz." Portugal olhou diretamente para Brasil, com uma expressão mais suave. "Eu sei que isso não apaga o passado, e eu não espero que você me perdoe imediatamente. Só queria que soubesse que, há muito tempo, eu carrego esse arrependimento comigo."

Brasil suspirou, cruzando os braços. Era difícil esquecer tudo o que passara, mas também não podia ignorar a sinceridade que via nos olhos de Portugal.

Brasil: "Você causou muita dor, Portugal. Não foi fácil lidar com tudo isso, e ainda não é."

Portugal baixou a cabeça, concordando em silêncio.

Portugal: "Eu entendo. Mas se houver algum caminho para que eu possa consertar as coisas, estou disposto a tentar."

Brasil ficou em silêncio por um momento, seus pensamentos correndo em diferentes direções. Ele já era independente agora, não precisava mais temer Portugal, mas o passado ainda estava ali, entre eles.

Brasil: "Eu... ainda preciso de tempo. As feridas ainda estão aqui. Mas... eu aprecio que você tenha vindo até mim para falar."

Portugal olhou para ele com um misto de alívio e cautela.

Portugal: "Claro, eu entendo. E não vou pressionar. Eu só quero que você saiba que, independentemente do tempo, estarei aqui para quando você estiver pronto. Eu sempre vou me importar com você, Brasil."

Brasil assentiu, sentindo-se mais leve ao ouvir aquelas palavras, mas ainda cauteloso. A relação deles ainda era complicada, e o futuro incerto, mas, naquele momento, havia um começo de reconciliação.

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Oi pessoal, desculpa pela demora no capítulo. Tenho estado muito ocupada ultimamente, saindo bastante de casa e estudando, o que tem reduzido meu tempo livre para escrever. Espero que vocês gostem do capítulo! A ideia que tive foi de Portugal admitir que se arrepende do que fez ao filho, e assim Brasil o perdoaria ou não.

Ah, e outra coisa: para quem não sabe, Cisplatina foi o primeiro nome do atual Uruguai. Como a história está ambientada na época do Império, é por isso que o nome usado para o Uruguai é Cisplatina.

~Reencontro de infâncias: Entre Rivalidades e corações ~ Braarg Onde histórias criam vida. Descubra agora