O Alívio do Amanhecer

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O sol da manhã entrava suavemente pela janela da cozinha, iluminando a casa de Brasil com uma luz dourada e quente. Ele estava sentado à mesa, uma xícara de café fumegante entre as mãos, absorvendo a tranquilidade daquele momento raro. Fazia muito tempo que não sentia essa paz. A vida parecia, enfim, estar entrando nos eixos.

Enquanto tomava um gole de café, Brasil refletia sobre tudo o que havia passado. Portugal havia sido uma figura tão complexa em sua vida. Tantas cicatrizes do passado, tanto ressentimento guardado. Mas agora, tudo isso parecia distante, como se tivesse sido enterrado sob uma avalanche de sinceridade e compreensão. Portugal, pela primeira vez, tinha se aberto verdadeiramente, mostrando seu lado humano, frágil. Ele não era mais o "demônio branco" que Brasil tanto temia e odiava. Agora, ele era apenas... seu pai.

Brasil sorriu para si mesmo, lembrando-se da noite em que finalmente se sentaram sob aquela árvore no quintal, e Portugal falou de sua mãe, Pindorama. Aquela revelação foi como um bálsamo para as feridas que Brasil carregava. Saber que ele era um reflexo de alguém tão importante para Portugal foi libertador. Ele não precisava mais lutar contra as sombras do passado. Pela primeira vez, ele sentia que tinha feito as pazes com suas origens.

O toque suave de um carinho interrompeu seus pensamentos. Ele olhou para o lado e viu Argentina se aproximando, ainda sonolento, mas com aquele sorriso carinhoso que ele conhecia tão bem.

Argentina: (bocejando) Você acordou cedo hoje, amor...

Brasil deu de ombros, sorrindo.

Brasil: Queria aproveitar a manhã. Tem algo de especial em acordar com a sensação de que tudo está no lugar certo, sabe?

Argentina: (sentando ao lado dele) Eu sei. Você parece mais leve ultimamente. Mais... feliz.

Brasil pegou a mão de Argentina e a segurou entre as suas, aproveitando o calor reconfortante do toque.

Brasil: Eu estou. Finalmente, as coisas com meu pai estão resolvidas. Ele... foi sincero comigo de uma forma que eu nunca achei que seria possível. Acho que eu precisava ouvir aquilo.

Argentina: (com um sorriso suave) Isso é incrível. Eu fico feliz por você. Sei o quanto isso te afetava.

Brasil suspirou, sentindo o peso das palavras. Era verdade. Aquele conflito interno com Portugal havia sido uma sombra constante em sua vida. E agora, parecia que o sol havia finalmente dissipado essa escuridão.

Brasil: (pensativo) E pensar que eu estava tão cheio de raiva. Hoje, eu percebo que, no fundo, só queria que ele me visse como eu sou. Não como um erro, não como uma extensão dele, mas como alguém que ele pode amar... do jeito que sou.

Argentina: (acariciando o rosto de Brasil) E ele te ama. Eu vejo isso. Mesmo que tenha demorado, ele mostrou isso.

Brasil assentiu. Era um sentimento estranho, mas bom. A sensação de que, finalmente, ele havia encontrado um ponto de equilíbrio em sua vida. Ele olhou para Argentina e sentiu uma onda de gratidão. Seu parceiro esteve ao seu lado em todos os momentos difíceis, mesmo quando Brasil não sabia como lidar com seus próprios sentimentos.

Brasil: (sorrindo) E você... sempre aqui. Sempre do meu lado, me aguentando.

Argentina riu suavemente, mas seus olhos brilharam com ternura.

Argentina: (brincando) Alguém tem que te manter na linha, né? Mas, sério, eu te amo. E ver você feliz é tudo que eu preciso.

Brasil apertou a mão dele, sentindo o coração aquecido. O amor entre eles parecia mais forte agora, sem as barreiras emocionais que antes os prendiam. Ele podia finalmente se entregar à felicidade sem se sentir culpado ou dividido.

Enquanto se acomodavam mais à mesa, o som da porta batendo suavemente ecoou pela casa. PR , seguido de SC e RS, que haviam aparecido sem avisar, como sempre faziam.

Rio grande do sul: (com um sorriso travesso) Acordou cedo, hein? Tá com aquela cara de quem tá em paz com a vida...

Paraná: (rindo) O que tá acontecendo aqui? Brasil finalmente resolveu parar de ser turrão?

Santa Catarina: (sentando-se à mesa) Claro que resolveu, né? Depois de tanto drama, tava na hora.

Brasil riu, sentindo a leveza da brincadeira dos amigos. Eles estavam certos. Pela primeira vez em muito tempo, ele estava em paz. As tensões haviam diminuído, as brigas com Portugal eram coisa do passado, e o relacionamento com Argentina estava melhor do que nunca.

Brasil: (sorrindo para todos) Acho que, finalmente, estou onde sempre quis estar. Tudo está no lugar certo.

A manhã seguiu entre conversas descontraídas e risadas. Enquanto o sol subia mais alto no céu, Brasil percebeu que aquele momento simples, com as pessoas que ele amava, era tudo o que ele precisava para ser feliz.

Ele havia lutado muito para chegar até ali. E agora, ele podia finalmente aproveitar a recompensa de sua luta. Tudo estava resolvido, e ele estava pronto para abraçar o futuro com leveza.

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