Argentino Protetor

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Brasil suspirou profundamente, sentindo o peso das palavras de Argentina. Havia algo reconfortante na presença do amigo, algo que fazia com que Brasil sentisse que, talvez, as coisas pudessem melhorar. Ele olhou para Argentina, observando o brilho nos olhos dele, a expressão genuína de preocupação e carinho.

Brasil: - "Eu... nunca tive alguém que realmente se importasse assim. Obrigado, Argentina."

Argentina sorriu, e por um momento, o ar pesado que pairava sobre o jardim parecia se dissipar.

Argentina: - "É para isso que servem os amigos, não é? Para estarem lá, nos bons e maus momentos."

Brasil assentiu, sentindo-se agradecido por ter encontrado alguém como Argentina. Mesmo em meio à escuridão que cercava sua vida na mansão de Portugal, havia uma luz, uma esperança de que ele não estava totalmente sozinho.

Brasil: - "Eu gostaria que as coisas fossem diferentes. Que eu pudesse sair daqui e viver minha própria vida, longe de... tudo isso."

Argentina ficou em silêncio, refletindo sobre as palavras de Brasil. Ele sabia que a situação do amigo era difícil, mas também sabia que, às vezes, tudo o que alguém precisa é de um pouco de apoio para encontrar a força necessária para seguir em frente.

Argentina: - "Um dia, Brasil... um dia, você vai encontrar seu caminho. E quando esse dia chegar, você vai ver o quanto é forte e o quanto merece ser feliz."

Brasil sorriu, um sorriso verdadeiro, ainda que tímido. Pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu uma centelha de esperança acender dentro de si.

Brasil: - "Eu espero que sim, Argentina. E espero que, quando esse dia chegar, você esteja ao meu lado."

Argentina: - "Eu estarei. Prometo."

O silêncio que se seguiu não era mais pesado nem desconfortável. Era um silêncio cheio de promessas não ditas, de uma amizade que começava a florescer em meio a um ambiente hostil. As folhas das árvores continuavam a cair, dançando ao sabor do vento, enquanto os dois amigos compartilhavam um momento de paz e compreensão.

De repente, os dois foram interrompidos pelo som de passos no cascalho. Brasil se encolheu instintivamente, reconhecendo o som de longe. Portugal estava voltando do encontro com Espanha, e sua presença sempre trazia uma tensão no ar.

Portugal: - "Brasil, onde você está?"

Brasil congelou, mas Argentina se levantou rapidamente, determinado a não deixar seu amigo enfrentar aquilo sozinho.

Argentina: - "Brasil, lembre-se do que eu disse. Eu estou aqui."

Portugal apareceu logo em seguida, o olhar severo e desconfiado se fixando em Brasil, mas, ao perceber Argentina ali, seu semblante mudou. Ele não queria causar uma cena na frente do filho de Espanha.

Portugal: -  "Ah, aí está você, Brasil. Quem é seu amigo?"

Argentina: - "Sou Argentina, filho de Espanha. Brasil e eu estávamos apenas conversando. Espero que não seja um problema."

Portugal forçou um sorriso, disfarçando a frustração. "Claro que não, jovem Argentina. Brasil pode ser um pouco... distraído às vezes, mas fico feliz que ele tenha encontrado alguém com quem conversar."

Brasil abaixou a cabeça, evitando o olhar de Portugal, mas sentindo a presença tranquilizadora de Argentina ao seu lado.

Espanha estava procurando Argentina para eles irem embora.

Espanha: - "Ah! aí está vc, eu estava te procurando filho, vamos..

Argentina olha pra Espanha sem chances de defender o Brasil, ele se despede do Brasil e vai até Espanha indo embora..

Brasil observou Argentina se afastando ao lado de Espanha, sentindo uma pontada de ansiedade crescer dentro de si. A presença reconfortante de Argentina parecia se distanciar mais a cada passo, e o ar ao redor de Brasil voltou a pesar.

Assim que os dois desapareceram de vista, Brasil ouviu a voz de Portugal, agora mais próxima e suave, mas ainda carregando uma autoridade inescapável.

Portugal: - "Vamos para dentro de casa, Brasil?"

O tom de Portugal era carinhoso, quase paternal, mas havia algo em sua expressão que fazia Brasil se sentir desconfortável. Os olhos de Portugal estavam mais calmos do que de costume, mas o brilho frio neles sugeria que qualquer erro, por menor que fosse, não seria facilmente perdoado.

Brasil hesitou por um momento, olhando para a entrada da mansão. Sua mente estava em conflito—parte dele queria confiar naquela suavidade inesperada, mas a outra parte, a que estava acostumada com a dor e a desconfiança, o mantinha em alerta.

Brasil: - "Sim, senhor."

Ele seguiu Portugal para dentro da mansão, tentando manter uma distância respeitosa, mas não tão grande que o chamasse a atenção. O caminho até o interior da casa parecia mais longo do que o normal, o silêncio entre eles crescendo a cada passo.

Quando chegaram ao salão principal, Portugal parou e se virou para Brasil. Havia uma leveza no olhar de Portugal agora, mas ainda assim, Brasil não conseguia relaxar.

Portugal: - "Você gosta de Argentina, não é?"

Brasil ficou em silêncio, não sabendo como responder sem provocar algum tipo de reação indesejada.

Brasil: - "Ele é... gentil."

Portugal assentiu lentamente, como se estivesse avaliando cada palavra.

Portugal: - "Isso é bom. Você precisa de amigos, Brasil. Amigos de confiança, que possam te guiar. Eu só quero o melhor para você."

Brasil sentiu o peso daquelas palavras. Elas soavam tão diferentes do que estava acostumado a ouvir de Portugal, mas ele não conseguia se livrar da sensação de que havia algo mais por trás delas.

Brasil: - "Obrigado, senhor."

Portugal deu um passo à frente e pousou a mão sobre o ombro de Brasil, apertando-o levemente. O gesto poderia ser interpretado como um afeto genuíno, mas a seriedade no rosto de Portugal fazia com que Brasil permanecesse tenso.

Portugal: - "Agora, vá descansar. Você teve um longo dia, e amanhã será outro dia cheio. Lembre-se, Brasil, eu sempre estou aqui por você, e quero que você confie em mim."

Brasil assentiu, tentando esconder a confusão e o medo que se misturavam dentro dele. Ele queria acreditar nas palavras de Portugal, mas a realidade que conhecia o mantinha sempre em alerta.

Brasil: - "Sim, senhor. Boa noite."

Portugal: - "Boa noite, Brasil."

Brasil se retirou para seu quarto, sentindo o olhar de Portugal em suas costas até desaparecer no corredor. Quando finalmente fechou a porta, ele soltou um suspiro pesado, encostando-se na madeira fria.

Apesar das palavras gentis de Portugal, Brasil não conseguia se livrar da desconfiança. Ele sabia que, naquela mansão, nada era tão simples quanto parecia, e que cada gesto de bondade poderia esconder algo mais sombrio.

E, enquanto a noite avançava, Brasil se deitou na cama, tentando encontrar conforto nas palavras de Argentina, a única fonte de esperança que ele tinha naquele momento.

~Reencontro de infâncias: Entre Rivalidades e corações ~ Braarg Onde histórias criam vida. Descubra agora