RJ convencendo SP a sair um pouco

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São Paulo estava no seu escritório, cercado de papéis, analisando documentos da prefeitura e resolvendo questões políticas. A noite lá fora era silenciosa, mas dentro de sua mente, o ritmo frenético de sempre não cessava. Ele era o tipo que vivia em função de trabalho, sem parar para respirar.

De repente, a porta se abriu com suavidade. Rio de Janeiro entrou, com aquele jeito descontraído, trazendo consigo uma leveza que contrastava com a seriedade do ambiente.

Rio: "Salve, Sampa! Beleza, mano? Eu sei que cê curte ficar na sua, mas, pô, olha só... tu tá sempre atolado nesses negócios aí, mal troca uma ideia comigo... Que tal dar um tempo nisso tudo e trocar uma conversa? Só nóis dois, sussa."

São Paulo levantou o olhar da papelada, sem tirar o foco total dos documentos.

São Paulo: "Valeu, Rio... mas, na moral, não tô muito afim agora, não. Tenho um monte de coisa pra resolver aqui."

Rio se encostou na porta, cruzando os braços com um sorriso no rosto, como se já esperasse essa resposta.

Rio: "Ah, qualé, mano? Sempre nessa correria. Tu é foda, São Paulo, parece que nunca desacelera. A vida passa, malandro, e cê tá aí, sempre preso nesses compromissos, nas planilhas, nas contas... Tira um tempo pra relaxar, fala comigo, troca uma ideia. Vamo falar de coisa boa."

São Paulo suspirou, largando a caneta por um momento, e virou a cadeira para encarar Rio. Ele sabia que o jeito leve e solto do carioca sempre mexia com ele, como se o tirasse de seu eixo.

São Paulo: "Cê sabe como é, Rio... Aqui o trampo é pesado, a pressão é braba. Não dá pra largar tudo assim do nada, tá ligado? Cada minuto conta."

Rio: "Pô, São Paulo, tu leva isso a sério demais, véi. A gente já tá há dias na mesma. Eu curto ficar contigo, de verdade, mas só ver cê enterrado nesse monte de papel... não rola. Bora aproveitar mais, tipo, viver, tá ligado?"

São Paulo olhou para o horizonte além da janela do escritório, com as luzes da cidade piscando no céu nublado. Ele não queria admitir, mas parte dele sabia que Rio tinha razão. O trabalho era importante, mas às vezes ele esquecia de que havia vida fora daquele escritório.

São Paulo: "Tá bom, Rio, eu entendo. Mas eu sou assim, né? Cê sabe. Sempre fui focado, sempre tive essas responsabilidades. Não é tão fácil pra mim relaxar como é pra você."

Rio sorriu de lado, se aproximando lentamente da mesa de São Paulo, encostando as mãos na beirada. Ele olhou direto nos olhos de São Paulo, o que sempre o deixava um pouco desconcertado.

Rio: "Focar é uma parada boa, mano, mas e eu? Não dá um tempo pra nóis, não? Eu também tô aqui, tô colado contigo. Vamo viver mais, tipo, pegar leve. Vai me dizer que cê nunca quis fazer algo diferente comigo, sem se preocupar com política ou os negócios?"

São Paulo tentou não transparecer o desconforto. Por mais que ele tentasse se manter sério, o olhar de Rio sempre o desarmava. A verdade era que ele gostava da companhia do carioca, mas admiti-lo era algo que não vinha fácil.

São Paulo: "Olha, Rio, às vezes eu penso sim. Cê tem um jeito que... sei lá, tira meu foco. Mas é difícil pra mim largar tudo. Eu não sou como você, que consegue levar a vida na boa."

Rio se aproximou mais, agora encostando no braço de São Paulo com um toque leve.

Rio: "Eu sei, cara. Cê não precisa ser igual a mim, não. Mas vamo combinar, ficar nessa maratona sem fim não vai te fazer bem. Vamo dar um rolê, sair, curtir um pouco. Nem que seja só uma caminhada pela cidade. Prometo que não vou deixar o papo ser só de trabalho."

São Paulo pensou por um segundo. Havia algo na presença de Rio que sempre o deixava mais leve, por mais que ele não quisesse admitir. E talvez, só dessa vez, ele pudesse se permitir um momento de descanso, uma pausa para algo além de números e compromissos.

São Paulo: "Beleza, Rio... Vou te dar essa moral. Mas só uma caminhada, hein? Sem enrolar."

Rio deu um sorriso de vitória e se afastou, estendendo a mão para ajudar São Paulo a se levantar da cadeira.

Rio: "Tá vendo? Sabia que ia conseguir te tirar dessa cadeira, Sampa. Bora, que a noite tá só começando."

Eles saíram juntos do escritório, caminhando pela cidade que nunca dorme. As ruas de São Paulo estavam iluminadas, e o som da cidade ao longe criava uma sinfonia única. Rio e São Paulo andavam lado a lado, com uma proximidade que, embora não precisasse ser dita, era sentida.

Durante o caminho, Rio comentou sobre as belezas da cidade, sobre como, apesar da correria, São Paulo tinha um charme próprio. E, pela primeira vez em muito tempo, São Paulo permitiu-se relaxar, escutando as palavras suaves de Rio, que sempre pareciam transformar tudo em algo mais leve e bonito.

Rio: "Tá vendo como é bom dar um tempo? É nessas horas que a gente vê o que realmente importa."

São Paulo: "Cê tem razão, Rio. Às vezes a gente precisa mesmo parar e só... viver. Acho que cê me faz ver isso mais do que qualquer outra pessoa."

Eles trocaram um olhar que dizia mais do que qualquer palavra. Um olhar que misturava respeito, amizade e um toque de algo mais profundo. A caminhada continuou, e a cidade foi o cenário perfeito para aquele momento de paz e conexão entre eles.

~Reencontro de infâncias: Entre Rivalidades e corações ~ Braarg Onde histórias criam vida. Descubra agora