Amazona e sua preocupação com Brasil

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No dia seguinte, Brasil estava em seu escritório, completamente imerso em pilhas de papéis e documentos. Já fazia dias que ele mal dormia, exausto por tentar lidar com todas as novas responsabilidades que sua independência trouxera. O peso das decisões e tarefas começava a vencê-lo, até que, sem perceber, ele adormeceu em meio ao trabalho.

Depois de algum tempo, Amazona entrou no escritório, com a intenção de avisá-lo que o almoço estava pronto.

Amazona: "Pai, o almoço... oh." Ela parou ao ver a cena familiar. "Ele dormiu de novo aqui no escritório."

Ela suspirou, olhando com carinho para o pai, visivelmente exausto. Sem querer acordá-lo, Amazona saiu silenciosamente, fechando a porta atrás de si, decidida a deixá-lo descansar um pouco mais.

Ao se juntar aos outros estados na mesa, São Paulo foi o primeiro a perguntar.

São Paulo: "E aí, Amazona? Brasil vai vir almoçar com a gente?"

Amazona balançou a cabeça, preocupada.

Amazona: "Infelizmente, não. Ele adormeceu no escritório de novo... acho que o melhor é deixar ele dormir. Ele está exausto de tanto trabalho."

Santa Catarina, com uma expressão séria, concordou. "É verdade, mas ele também precisa comer. Ele não pode continuar se esgotando assim."

Bahia, tentando trazer leveza ao momento, interveio. "Vamos deixar isso de lado por enquanto e comer. Quem sabe ele acorda mais tarde, aí a gente pode levar algo pra ele."

Os outros estados assentiram, e a refeição continuou, embora todos soubessem que a preocupação com Brasil ainda pairava no ar.

Horas se passaram, e o sol já começava a se pôr. Brasil ainda dormia profundamente em seu escritório. O cansaço acumulado o impediu de perceber o tempo passar. Enquanto isso, os estados continuavam com suas atividades, mas a preocupação com ele era evidente.

Amazona, que não conseguia ignorar a situação, decidiu preparar algo leve para quando Brasil acordasse. Ela entrou na cozinha e começou a fazer uma sopa simples, algo que ele pudesse comer sem se sentir sobrecarregado. Ao terminar, colocou a sopa em uma bandeja e foi até o escritório.

Ao entrar silenciosamente, ela notou que Brasil ainda dormia, o rosto apoiado sobre a mesa, cercado de papéis. Com cuidado, Amazona colocou a bandeja sobre a mesa ao lado dele e observou por um momento. Era raro vê-lo tão vulnerável. Ela sabia que ele estava dando o melhor de si, mas também sabia que ele não podia continuar assim.

De repente, uma batida suave na porta quebrou o silêncio.

Cisplatina entrou, hesitante. "Ele ainda está dormindo?"

Amazona assentiu. "Sim, está. Eu trouxe uma sopa para ele, para quando acordar."

Cisplatina olhou para Brasil e depois para Amazona. "Ele está se esforçando demais... devia descansar mais."

Amazona suspirou. "Eu sei. Mas ele se preocupa tanto com tudo, com todos nós... às vezes esquece de cuidar de si mesmo."

Cisplatina aproximou-se da mesa e tocou levemente o ombro de Brasil, como se quisesse garantir que ele estava bem, mas sem intenção de acordá-lo. "Talvez devêssemos ajudá-lo mais, dividir as responsabilidades."

Amazona sorriu levemente. "Eu acho que você tem razão."

Depois de um momento de silêncio, os dois saíram do escritório, deixando Brasil descansar. A bandeja com a sopa ficou lá, esperando o momento em que ele acordaria, pronto para recomeçar, mas com a certeza de que não estava sozinho em sua jornada

Quando a porta se fechou com um leve rangido, Brasil acordou, sobressaltado, como se tivesse sido tirado de um sonho. Ele esfregou os olhos, ainda desorientado, e olhou ao redor, tentando entender o que estava acontecendo. Foi então que ele notou a sopa em uma bandeja ao seu lado e, ao lado dela, um pequeno bilhete.

Com um suspiro, ele pegou o papel e o leu.

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"Coma antes de voltar a trabalhar, você precisa se alimentar, pai.

Com carinho, 
Amazona."

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Um sorriso triste se formou nos lábios de Brasil enquanto ele segurava o bilhete. Ele sabia que Amazona e os outros estados se preocupavam com ele, mas às vezes se esquecia de quanto ele próprio precisava cuidar de si. A verdade era que ele estava esgotado. Tantas responsabilidades novas, tantas expectativas... Ele queria fazer tudo certo, mas sentia o peso de tudo isso se acumulando.

Ele olhou para a sopa e, depois de um momento de hesitação, decidiu seguir o conselho de Amazona. Pegou a colher e começou a comer lentamente. O sabor simples e reconfortante o aqueceu por dentro. Enquanto comia, Brasil refletia sobre tudo o que havia acontecido nos últimos tempos — a independência, as novas relações com os outros países, as emoções confusas que tinha por Argentina.

"Eu realmente estou tentando", pensou ele, "mas às vezes parece demais."

Ao terminar a sopa, ele sentiu um leve alívio, tanto físico quanto emocional. Pegou o bilhete novamente, segurando-o entre os dedos, como um lembrete de que, apesar de tudo, ele não estava sozinho.

Com um suspiro profundo, Brasil se levantou da mesa, decidido a tomar um pouco de ar antes de voltar ao trabalho. Talvez, apenas talvez, fosse hora de confiar mais nos outros — e em si mesmo.

~Reencontro de infâncias: Entre Rivalidades e corações ~ Braarg Onde histórias criam vida. Descubra agora