Capítulo Dezessete - A Minha Trilha Sonora

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" Too young to die, stop flyin' little child." ( Tão jovem para morrer, pare voando pequena criança.)

Eu sempre pensei na morte como o fim dos tempos, mas eu estava enganada. Acreditei que se sacrificar pela pessoa que amo seria uma boa maneira de morrer mas como sempre, isso não aconteceu.

Acordei em uma sala toda branca, minha visão embaçada, tentando se ajustar com a claridade do quarto. Olhei em volta e vi Cora sentada lendo uma revista, do seu lado estava Nagata, apoiado com a cabeça no seu ombro tirando um cochilo. Ela balançou ele assim que me viu e se levantou, vindo até mim.

-Dana, como se sente? - perguntou entusiasmada.

- Baleada. - falei.

Ela deu um sorriso e segurou a minha mão direita.

- Já vi que seu senso de humor está afiado hoje. - sorriu - O médico disse que você vai ficar bem e poderá receber alta amanhã.

- Isso é ótimo, não é? - sorri - Quanto tempo fiquei desacordada?

- Três dias. - falou

- E o Alex?

- Ele foi para casa dos pais no Canadá e pediu para avisar que não sabe como volta. Ele disse que precisava pensar. - falou - Sinto muito amiga.

Olhei para o lado e vi Nagata me olhando com pena. Olhei de novo para Raikes e dei um sorriso.

- Não é sempre que a gente é abandonada baleada, em um hospital pelo próprio noivo. - sorri - Eu vou ficar bem.

O médico entrou e me dirigiu um sorriso de orelha a orelha. Era o mesmo médico que havia me atendido da outra vez, doutor Miguel.

- Você irá ficar bem senhorita Shane. - sorriu - Pode ir pra casa hoje mesmo, mas iremos fazer alguns exames extras.

- Tudo bem, obrigada.

Ele sorriu e me levou para fazer esses exames.

Quando voltei, já estava de noite. Eles me deram remédios para dormir, apagaram a luz e me deixaram sozinha.

No dia seguinte, acordei por volta das 9:00 da manhã. Me levantei e senti uma pontada no quadril, onde eu havia levado o tiro. O médico entrou com a prancheta e me dirigiu um sorriso caloroso.

- Você está bem? - perguntou

- Só estou com um pouco de dor no quadril. - falei

- Bom, eu irei ceder as muletas pra você. - sorriu - Vai te ajudar a se mover melhor.

- Tudo bem, obrigada. - sorri

- Aqui está sua alta. - falou - E os resultados dos exames estão em ordem. - colocou a prancheta na cama - Tome um banho, sua amiga está aqui para leva-la embora. Jajá ela entra.

Dei um sorriso forçado e caminhei com dificuldade para o banheiro.

- Obrigada mais uma vez. - sorri

Ele acenou com a cabeça e saiu me deixando sozinha. Uma enfermeira entrou e me ajudou a tomar um banho por causa do curativo. Coloquei um vestido florido e calcei uma saldália. Penteei os meus cabelos, passei um gloss, peguei minha ficha e sai do quarto. Raikes estava me esperando na sala da recepção, entreguei a ficha para enfermeira e sai do hospital. Raikes estava com o meu Mustang conversível 2014. Quando me aproximei do carro, ela o ligou e o ronco to motor me arrepiou.

- Ele sentiu saudade. - passando a mão no painel

Ela deu uma risada e disparou o acelerador afundo.

Ela parou em frente a casa de meu pai, desceu do carro, abriu a porta pra mim e me ajudou a descer.

- O que viemos fazer aqui? - perguntei

- Seu pai está dando um churrasco. - sorriu

Peguei as muletas, me apoiei nelas e entrei na casa. Caminhamos até o jardim que estava impecável como sempre. Havia muitas pessoas e quando elas me viram, correram pra me dar um abraço e desejar os parabéns. Agradeci por educação sem entender nada do que estava acontecendo, me aproximei de meu pai e antes de eu falar alguma coisa, ele estendeu um envelope e me entregou.

- Antes que pergunte o porque dos parabéns, - sorriu - leia a carta.

Peguei a carta de sua mão, abri o envelope e comecei a ler.

" Nós, da Marinha dos Estados Unidos da América, desejamos os comprimentos a tenente e capitã de corveta Dana Annie Shane que com seu eroísmos de batalha ganhou o título de "Comandante" nesta segunda-feira, dia dezenova de janeiro de dois mil e quinze. Cabe nos informar que a senhorita Dana, ganhou uma medalha por ser aquelas que ajudou a salvar o mundo. Parabéns!"

Coloquei a mão na região do peito esquerdo e fechei os olhos. Dei um sorriso tão grande que a minha única alternativa era pular de alegria, mas minha felicidade foi interrompida pelo ferimento que eu estava na barriga. Abracei meu pai e dei um beijo em sua bochecha.

- Isso é sério? - perguntei entusisamada

- Tem o selo. - sorriu

Dei mais um abraço nele e me sentei pra comer. Raikes se sentou ao meu lado e começou a conversar diversos assuntos comigo.

- Dannie. - sorriu - Alex pediu para lhe desejar os parabéns.

- Na próxima vez que você falar com ele, fala que eu agradeci. - falei seca

Ela balançou a cabeça, me abraçou e me desejou parabéns. Subi para o meu antigo quarto, precisava ficar um pouco sozinha. Me deitei na cama e fiquei pensando no que Nagata havia me dito hoje mais cedo. Eu precisava tocar a minha vida, precisava esquece-lo, eu precisava fazer a minha trilha sonora.

Battleship - A Batalha Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora