Capítulo Seis

216 15 0
                                    

DANA SHANE


Abri os meus olhos lentamente, tentando me adaptar com a única fonte de luz que tinha naquele lugar. Meus braços e pernas estavam amarrados em cordas, meu corpo inteiro estava dolorido. Os músculos imploravam por um descanso, mas eu queria tentar sair daquele lugar. Eu tinha uma faca escondida na lateral da minha bota, mas a posição que eu estava não favoreceu nenhum um pouco para que eu a pegasse.

Um barulho ao longe chamou a minha atenção, fazendo com que eu me encolhesse ainda mais no cantinho em que eu estava. Foi então que eu percebi que minha boca estava tapada com alguma coisa que eu não soube identificar, parecia uma focinheira. A porta da sala onde eu estava foi aberta bruscamente, revelando três figuras altas caminhando em minha direção. O som estridente de ferro contra o chão ecoava por todos os lados, fazendo com que uma sensação ruim percorresse meu corpo. Fechei meus olhos fortemente à medida em que ele ficava mais perto, torcendo para que eu fosse esquecida ali. Mas então ele simplesmente parou e a curiosidade foi maior. Quando eu tornei a abri-los, um grito estridente escapou pela minha garganta, sendo abafado pela "focinheira".

A criatura desconhecida era muito semelhante a nós, com certeza seriam uma raça inteligente. Eles não possuem cabelos, o nariz era largo, o espaçamento entre os olhos bem longo, dentes mais fortes e uma espécie de barba feita com o mesmo tecido celular da sua pele, parecendo até uma extensão. Ela vestia uma armadura de ferro, protegendo todo o seu corpo. Talvez as condições da nossa atmosfera não sejam propícias para a existência deles até o momento.

Eles começaram a se comunicar em sua própria língua, apontando e fazendo gestos em minha direção. Um deles caminhou até mim, pegando em meu braço e me levantando do chão sem nenhum esforço. Eu não iria tentar lutar, sei que as consequências seriam extremas caso eu me excedesse. Ele me arrastou até uma maca de metal, desfazendo os nós das cordas e me prendendo dessa vez em mordaças de couro. Tentei emitir algum som, mas somente gemidos ecoavam, me deixando totalmente nervosa. O alien tirou o que tapava minha boca e com isso eu senti um certo alívio, podendo finalmente tentar me comunicar.

— Quem são vocês? — falei — O que vocês estão fazendo aqui? O que querem comigo? — eles permaneceram em silêncio, deixando-me totalmente aflita.

Uma nova luz foi acesa na minha direção e eu tive que estreitar meus olhos por causa da claridade. Percebi que era uma camêra quando eles começaram a gesticular para ela, olhando em minha direção de vez em quando.

— Vocês estão me gravando? Será que ninguém aqui responde uma per... — fui interrompida com um forte tapa no rosto, arrancando um filete de sangue no meu lábio inferior — Merda, isso dói.

Outro tapa e mais outro. minha cabeça já estava rodando e ainda sim não entendia o que estava acontecendo ali. Socos foram disparados pelo meu abdômen, fazendo dessa vez o sangue escorrer pela minha boca. Eu poderia não compreender o que aquelas criaturas estavam falando, mas eu sabia reconhecer uma risada de longe e eles estavam rindo de mim. O sangue que percorria minhas veias ferveu e a minha única reação foi me debater, tentando arrancar aquelas mordaças.

As luzes se apagaram e eles se foram, deixando-me com meus pensamentos e a sensação de impotência. As lágrimas escorriam pelas minhas bochechas em uma velocidade avassaladora e diversos flashes com a minha família e amigos passavam pela minha mente, eu tinha a sensação de que nunca mais iria vê-los.

— Por favor, faça silêncio — uma voz masculina soou, dizendo-me que eu não estava sozinha — Quanto mais você implora, mas eles te torturam.

— Quem é você? — perguntei, respirando fundo e tentando controlar o choro.

— Isso não importa agora, como você está se sentindo?

Battleship - A Batalha Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora