Capítulo Vinte & Seis

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- Quem? Hopper? Ele veio apenas para a missão. - coloquei a mão no seu ombro - Vamos embora.

- Eu sei que ele está aqui por outro motivo. - passou por mim.

- Miguel! Não! - corri até ele e me coloquei entre os dois novamente - Não faça nenhuma besteira. Estou com você e não com ele. Por favor, acabei de sobreviver a um atentado, vamos embora.

Finalmente ele me olhou e seu olhar mudou completamente, trazendo-o de volta à realidade.

- Você tem razão. - me puxou e me beijou - Vamos para a casa.

Segurei sua mão e caminhamos em direção ao seu carro. Fiquei receosa em olhar para trás, mas mesmo assim, o celular em meu bolso vibrava e com certeza, eu sabia quem era.

Abri a porta do apartamento e encarei a mobília, ficando aliviada por ter voltado para a casa.

- Estou feliz em te ver. Sinceramente, você não deu notícias, fiquei preocupado. - ele me disse - Você está bem?

- Não perdi nenhum membro do corpo, então, pode-se dizer que sim. - sentei-me no sofá e fui acompanhada por ele. - Passamos por muita coisa Miguel.

- Eu imagino.

- Não, você não imagina. - dei um sorriso sem abrir a boca - Ninguém pode imaginar que inferno é aquele. Só quem esteve lá, sabe como é.

- Eu sei. - sorriu e passou o braço pelo meu ombro - Vamos ser felizes Dana.

Duas semanas se passaram rapidamente. Desde então, não havia mais falado com Alex e muito menos respondi suas mensagens, mas soube que ele voltou para a casa dos pais. Não achei justo terminar com Miguel naquela noite, pois ele iria saber o motivo é não queria ficar brigada com ele, ficaria chato, mas desde o ocorrido, nos encontramos só a noite e mal ficamos juntos. Isso me chateia porque realmente, quero ter um relacionamento legal e ele não facilita nunca.

Entro pelo seu escritório e me deparo com a secretaria de cabeça baixa.

- Lucy? Está tudo bem?

- Ah, oi Dana. - sorriu - Está tudo ótimo, só estou um pouco cansada. - se endireitou - Quer falar com Miguel?

- Posso?

- Claro. - disse

Dei um sorriso para ele e caminhei até a porta, batendo na mesma e entrando, encontrando o Miguel ao beijos com uma louraça.

- Miguel? - coloquei a mão na boca, tentando esconder o meu desgosto.

- Dana? O que faz aqui? - Se levantou e empurrou a mulher para o lado - Não é o que parece.

- Com certeza é o que parece. - arrumei meu cabelo - Adeus Miguel.

Virei meu corpo e sai, mesmo aos protestos dele, caminhei até o elevador, apertando o botão da garagem. Meu celular não parava de tocar, então desliguei, para que ninguém soubesse onde eu estava.
Cheguei em casa vinte minutos depois e peguei uma mala, coloquei suas coisas e a deixei na entrada de casa, assim como um bilhete.

Nunca fui traída, e nunca trai, mas saber que uma dessas coisas aconteceu, me deixou magoada. O planando terminar o relacionamento em amizade, com toda certeza, foi por água a baixo.
Escutei um barulho na porta e então ele entrou, enfurecido por te-la deixado sem notícias.

- Por favor, me escuta.

- Não tem nada o que eu possa fazer quanto a isso. Pegue suas coisas e dê o fora daqui.

- Mas amor, eu não consigo ficar sem você.

- Vai ter que aprender. - abri a porta e esperei ele sair, para fecha-la novamente.

Desabei no sofá e peguei meu notbook. Sinceramente, eu não estava sentindo nada, a não ser rependimento.
Procurei passagens para o México e me dei bem, pois estava tendo festivais lá. Reservei uma passada de ida para depois de amanhã e outra para voltar daqui duas semanas. Reservei também o hotel que eu iria ficar e o local, que com.certeza, seria em Cancun. Peguei as chaves do carro e minha bolsa, então fui para a base, mesmo estando de short, blusa regata e tênis, me dirigi até a sala do meu pai.

- Pai? - bati na porta e entrei.

- Oi querida. - sorriu - Sente-se. O que a traz aqui?

- Eu vim me despedir. Daqui dois dias estarei indo para o México. E também vim assinar minhas férias.

- Que bom. Miguel vai com você?

- Não, não estamos mais juntos. - me levantei e caminhei até ele, sentando no seu colo. - Eu também sinto falta dela.

Ele me abraçou tão forte, que senti a dor de todos esses anos. Hoje, era aniversário da morte da mamãe.

- Bem, tenho certeza de que todos esses anos ela olhou por nós e vai continuar olhando. - ele disse - Tenha cuidado no México.

- Eu sempre tenho e além disso, se eu tomar um tiro, não vai fazer diferença, pois vai ser uma dor muito familiar.

Ele apenas riu.

- Posso te contar uma coisa? - ele perguntou

- É claro. - deitei no seu ombro.

- Eu não gostava nem um pouco daquele sujeito. - riu

Acompanhei ele e o abracei ainda mais.

- Eu te amo pai. - dei um beijo na sua bochecha.

- Também te amo querida.

Me despedi dele e fui até a recepção, onde assinei minhas férias e acabei encontrando com Raikes.

- Ai amiga, é sério que vai sair de férias? - ela disse

- Eu preciso, e além do mais, vou pra Cancun.

- Vai mesmo sem mim?

- Desculpe Cora, mas é vida.

- Tudo bem. - sorriu e me abraçou - Mande lembranças ao doutor.

- Manda você. Não estamos mais juntos. - dei um sorriso e caminhei para o meu carro.

Dois dias depois, estava em hotel luxuoso no México. Dei um sorriso e corri para fazer o check-in.
O quarto era uma mistura de tropical e luxo, fazendo o ambiente ficar ainda mais bonito e confortável.
Coloquei as roupas no closet e me troquei, prendendo o meu cabelo em um coque destruído e colocando um biquíni rosa. Peguei minha bolsa com a toalha, a esteira, o protetor solar e a canga. Puxei meu fone e o conectei no aparelho, colocando o óculos de sol e indo para a praia.

Estava comendo camarão, deitada em uma espreguiçadeira, debaixo de um guarda sol, quando senti algo molhado em meu corpo. Abri os olhos e dei de cara com Raikes, sorrindo feito boba para mim.

- O que está fazendo aqui? - perguntei

- Eu em, até parece que não ficou feliz em me ver. - sorriu - Você acha que nós iamos deixar você sozinha em Cancun?

- Nós?

Ela desviou sua atenção para o lado. Segui seu olhar e vi de longe, Nagata, Lynch, Ordy e Hopper. Sim, ele estava ali.

- Sabe, seu pai foi muito generosas conosco. - ela disse

- É, pode apostar. - papai falou, surgindo ao meu lado.

- Pai? Vai me dizer que também veio aqui para não me deixar sozinha?

- Isso também, mas estou aqui porque quero curtir minhas férias.

Dei um sorriso e me levantei, para abraçar os dois.

- Fico feliz que estejam aqui. - peguei minha caipirinha em cima da mesa - Hoje a noite, iremos festejar. Quero curtir essa noite.

- Aposto que vai. - Lynch disse
Abracei cada um da mesma forma, ignorando completamente o ocorrido.

Battleship - A Batalha Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora