Capítulo Vinte & Dois - Família Otikaha

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As seis em ponto o despertador do meu relógio tocou. Me levantei e comi uma barrinha de cereal, acordando o resto do pessoal.
Quando todos estavam preparados, partimos em direção ao nosso destino.
Pouco mais do meio dia, havíamos chegado a rua onde a família Otikaha estava escondida.
Caminhamos até o final da rua e paramos em frente à um estabelecimento residencial.

- É o lugar da foto. - olhei para o papel da minha mão e para o local a minha frente. - Machado, Lewis e Blaze, para os fundos. Ordy, Jackson e Lynch, encondam-se aqui fora e vocês, entrem comigo. Vasculhamos a casa inteira e não encontramos nenhum sinal de vida, ate entrarmos na cozinha e eu reparar um portão de ferro atrás de um armário.

- Nagata, me ajude aqui. - me posicionei em uma das laterais do móvel e junto com Nagata, arrastamos o mesmo.

Descemos as escadas em silêncio, parando no final dela. Hopper se posicionou atrás da porta e a abriu, deixando que eu entrasse primeiro. Atrás de um gerador, havia duas crianças escondidas que quando me olhou, demonstrou todo o medo que elas sentiam.

- Não tenham medo. - falei em língua árabe - Não vou machuca-los. Viemos atender o pedido de vocês. Vamos leva-los para um zona militar segura e cuidar dos feridos.

Quando terminei de falar a frase, três mulheres saíram de trás de um monte de caixas de papelão e nos encaram, sendo seguidas por mais três homens de aparentemente da minha idade.

- Olá, sou Citizen Otikaha. Foi eu quem pediu ajuda. - Estendeu a mão. - Agradeço por ter vindo.

- É o meu trabalho. Na mensagem, você disse que tem feridos. Posso vê-los?

- Por favor, me acompanhe. - falou e começou a caminhar até uma estante.

- Hopper, venha comigo. Nagata, avise o pessoal lá em cima para descerem e ajudarem.

- Sim senhor. - Nagata disse e subiu.

Hopper me seguiu e juntos entramos a uma passagem secreta com Citizen. Dentro de uma enorme sala, haviam crianças, idosos e alguns feridos. Peguei tudo o que eu tinha de utilidade dentro da mochila e comecei a limpar os ferimentos que estavam piores.

Ouvimos tiros vindo do andar de cima. Levantei o meu olhar e encarei os dois soldados a minha frente.

- Esperem aqui, eu vou checar lá em cima. - falei

- Não! Dana... - Hopper disse.

- É uma ordem Hopper.

Ele me olhou enfurecido e se endireitou, olhando diretamente nos meus olhos.

- Sim senhor. - falou

Assenti e subi para o andar de cima, onde o que eu vi primeiro foi o corpo de Jackson caído perto do fogão.

- Nagata? - falei no comunicador - Onde você está?

- Comandante, estamos no lado de fora. A casa está cheia de rebeldes. Eles nos seguiram.

Ouvi um barulho de arma sendo engatilhada e o cano da mesma sendo encostado na minha cabeça. Me virei lentamente e encarei o homem que estava me observando.

- Comandante? Comandante?

- Estou bem, espere só um minuto.

Apenas dei um sorriso para o homem e dei um chute no meio de suas pernas, fazendo ele largar a arma e cair no chão. Levantei o meu fuzil e o acertei, fazendo a mesma coisa com mais dois homens que estavam descendo as escadas. Verifiquei os outros cômodos e encontrei mais três, atirando nos mesmo e levando um tiro na altura do ombro esquerdo.

- Merda! - respirei fundo e levantei o pulso direito - Está limpo, podem entrar.

Os meu soldados entraram, mas senti a falta de Machado e Lewis.

- Onde estão Lewis e Machado? - perguntei, observando os lados.

Blaze me olhou e balançou a cabeça, passando por mim e descendo as escadas. Logo atrás dele desceram Lynch, Ordy, Nagata e por ultimo eu, que ficou para arrastar o armário no lugar e fechar o portão. Olhei a pequena mancha de sangue no meu ombro e desci as escadas, parando ao ver Nagata e Raikes abraçados.

- Eu disse que isso iria dar em alguma coisa. - me aproximei do Ordy e dei uma batidinha no seu ombro. - Agora só falta você, Blaze e Lynch.

- Dana, eu já tenho a minha. - falou

- Bem, não me deixe esquecer de conhecê-la. - sorri e caminhei até a área onde estavam os feridos, Citizen e Hopper. - Citizen, por acaso tem algum banheiro por aqui?

- Sim, é por ali. - apontou para uma porta e me dirigiu um sorriso. Peguei uma gin-tônica, uma pinça, agulha, linha e gaze para limpar o ferimento.

- Você está bem? - Hopper perguntou, me seguindo.

- Estou ótima. - dei um sorriso e entrei no banheiro, começando a tirar a parte de cima da farda. - Está calor aqui em baixo e preciso tirar a bala do meu ombro antes que infeccione.

- Você foi baleada de novo? - se aproximou e examinou meu ombro - Isto está feio.

- Está doendo. - dei um sorriso - Pegue o frasco pra mim?

- Eu faço isso. - falou

- Você sabe?

- Amor, eu fiz coisas úteis enquanto fui para a casa dos meus pais. - ele limpou as mãos e jogou o resto do liquido no meu braço.

- Agora eu sei como o menino naquele posto sofreu. - falei e respirei fundo - Ele quase me matou hoje.

- Ele quem?

- Um dos rebeldes. Ele apontou a arma para minha cabeça, mas não foi por ele que levei o tiro. A única coisa que pensei naquele momento foi em você.

Ele levantou o olhar e sorriu, voltando a encarar o ferimento. Hopper pegou a pinça e tirou a bala do meu ombro, tirando o tecido necrosado e costurando a ferida. Ele colocou a gaze e me deu um analgésico, pegou o meu colar e me observou, me dando um beijo.

- Eu amo você. - falou - Não se esqueça disso.

- Eu nem preciso responder. Você já sabe. - peguei o casaco e amarrei na cintura, ficando apenas com uma camiseta regata branca - Acho que esses feridos é a minha deixa.

- Nada disso senhorita. - falou - Precisa descansar. Eu cuido deles, ou terei que costurar sua ferida quando ela abrir novamente se não ficar parada.

Eu apenas concordei e caminhei até a sala onde todos estavam e com a porta fechada.

Battleship - A Batalha Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora