Capítulo Vinte - Centro da Morte

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Assim que o avião abaixou o freio de pouso e os colocou em solo Iraquiano, soltei minha respiração, e balancei a cabeça. Todos se levantaram e pegaram suas coisas, nós três fomos os últimos a saírem do avião. Quando coloquei o meu pé para fora, senti um ar denso, e vi uma destruição completa em volta da base. Meu coração começou a palpitar de ansiedade e uma dor imensa me consumiu, quando vi aqueles soldados caídos no chão, mortos.

- Nossa! - falou Raikes

O silêncio pairou sobre nós e o comandante da base se apresentou.

- Senhores e senhoras, meu nome é Comandante Justin Saikes. - falou - Estou aqui para dizer o que vocês vão fazer. Por favor, me acompanhem. - Começou a caminhar

Entramos dentro da base e fomos direto para uma sala igual a que tínhamos na marinha. Quando cada um ocupou o seu lugar, a luz se apagou e fotos apareceram no telão.

- Pois bem marinheiros. - falou o comandante - Estas fotos que estão vendo, acabaram de chegar para nós. Não sei se vocês já foram avisados, a guerra acabou e mesmo assim, existem alguns grupos rebeldes. Precisamos que ajudem a evacuar os dois bairros mais perigosos.

Grupo um, siga o sub tenente Olavo, enquanto o grupo dois, ficará comigo. - falou

Os soldados do grupo um, se levantaram a seguiram o sub tenente Olavo, saindo da sala. A porta se fechou, e a imagem da tela mudou, aparecendo uma família presa em um atacado.

- Está família nos pediu ajuda, alegando que estão sem comida e que tem feridos. O trabalho de vocês é ir não só até essa família, mais todos os sobreviventes e trazerem eles para cá. Comandante Shane? - perguntou

Me levantei e bati continência, esperando ele fazer a mesma coisa.

- Senhor. - afirmei

- Você me acompanhe, o resto, vão se preparar. - Abriu a porta - Vocês irão partir daqui duas horas. Estão dispensados!

Ele saiu da sala, eu o seguindo, caminhando para dentro da sala ao lado.

- Comandante. - se sentou - Tenho algumas ordens para lhe dar.

- Pois não senhor.

- Bem, esses rebeldes não estão brincando, então quero que passe para os outros soldados o que irei te falar. Não tenha piedade daquele que tem a marca da aranha no braço. - falou - Não falei para eles, porque sei que alguns têm piedade, mas digo diretamente para você. Não tenha piedade.

Eu não entendi muito o que ele falou. Até parece que aquilo é pessoal. Demorei um pouco para entender o que ele havia falado e concordei com a cabeça, deixando sua sala. Assim que cheguei na minha cabine, que havia mais cinco camas, todos pararam para me observar, com expressões de preocupação. Deitei na cama e cobri os olhos com a mão.

- O que foi? - perguntou Nagata

- " Não tenha piedade daqueles que possuem a marca da aranha no braço." - repeti a fala do general e dei uma entonação no piedade.

- Piedade? - perguntou Hopper

- A marca da aranha? - perguntou Raikes

- Sim piedade e sim a marca da aranha. - falei - Se vocês vissem o jeito que aquele cara falou comigo, vocês iam tremer inteiros. Eu percebi que aquilo não era só um assunto profissional ou governamental e sim pessoal. Acho que alguém dos rebeldes, fez algo para o general.

- Por que seria pessoal? Esses rebeldes querem acabar com o Iraque Dana. - falou Ordy

- Ordy, eu vou falar mais uma vez o que ele me falou. - fiz uma pausa - Eu não falei para os outros soldados porque eu sei que eles tem piedade, mas estou falando diretamente com você. - falei

- Com certeza, esse cara não presta. - falou Raikes

- Tenho certeza disso. - falou Lynch - Descanse Dana, partiremos daqui apouco.

Eu sabia exatamente o que fazer. Todos saíram menos Alex, ele se juntou ao meu lado na cama e ficou me acalmando.

- Não se preocupe. - acariciou meu rosto - Não vou deixar que nada aconteça com você.

- A questão não é essa Alex. - me sentei - Ele acha que eu sou igual ao meu pai e eu não sou. Tenho dignidade e tenho piedade, posso até ser parecida fisicamente com o almirante mas, eu não sou igual a ele. - me encostei na parede - Eu posso muito bem matar e não matar aqueles que tenham a marca da aranha.

- Dana, não estou dizendo que você não é piedosa e disso eu sei muito bem. - sorriu e eu também - Mas, pelo fato de ser igual ao seu pai eu discordo e acho que você deveria ter orgulho disso. Teu pai é um homem bom e sabe agir quando precisa.
" Ele teve piedade de mim quando voltei alegando que precisava novamente da marinha e que precisava de você. Ele é um homem honesto, protetor e sensível por mais que pareça estranho e você também é. Quando estava toda ferrada naquela cama de hospital, você perguntou por mim e eu tinha te deixado. Foi a pior coisa que eu descidi fazer na minha vida e depois de dias tentei voltar mais soube que estava feliz com outro. Deixei você de lado e tentei seguir com a visa, mas foi difícil ver uma foto sua com aquele cara. "

Olhei para ele e acariciei sei rosto, sentindo sua barba crescendo e seus olhos azuis batendo com os meus.

- Eu ainda não terminei com ele. - falei

Ele concordou com a cabeça e deslizou para o meu lado, segurando minha mão.

- Eu amo você Hopper. - sorri - E se me deixar novamente eu vou atrás de você e corto aquilo que te dá mais prazer. - falei séria

Ele me olhou e deu um sorriso, me puxou para o seu colo e me abraçou forte.

- Não pretendo fazer isso nunca mais Shane. - sorriu perto da minha bochecha - E...eu amo você também querida.

Battleship - A Batalha Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora