Capítulo Vinte & Nove ( Parte Um)

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A noite, fizemos uma fogueira na beira da praia. Raikes começou a cantar uma música e todos nós a seguimos. Aos poucos, várias pessoas foram se juntando com a gente, mesmo quem estava andando na praia, pegava um lugar nos troncos e nos acompanhava.
Um homem se aproximou de nós e sentou-se ao meu lado, posicionou o violão no colo e começou a tocar Save Me do Hanson.

- Dana? - Lynch se aproximou e me entregou um violoncelo.

- O quê? Não! Não vou tocar. Estou enferrujada. - neguei

- Larga a mão ser tonta. - Hopper se aproximou e colocou a mão no ombro - Acho que não vai querer nos desapontar.

Bufei em respostas e peguei o instrumento, caminhei até o homem que tocava violão e né sentei ao seu lado.

- Paradise do Coldplay? - perguntei.

Ele acentiu e começou a introdução. Acompanhei ele por outras duas músicas e me declinei na quarta, dizendo que já estava muito cansada e que iria me recolher.
Quando cheguei no quarto, troquei de roupa e me deitei, virando para o lado oposto da parede, olhando para a vidraça que estava com as cortinas abertas.
Alex entrou e minutos depois deitou-se ao meu lado. Passou sua mão esquerda por debaixo do meu pescoço e com a direita, puxou me para mais perto, estalando um beijo no meu ombro.

Após alguns dias, voltamos para a casa. Estava tudo como eu imaginava. Eu de férias, curtindo o Hawaii, com minha família ao meu lado. Tudo bem, que eles eram apenas meus colegas de trabalho, mas sim faziam parte de minha família.
Em dentro de uma semana eu iria estar casada e só Deus sabe o quanto eu estou nervosa. Imaginem se a uma semana pro casório já estou assim, como será quando for no dia? Acredito que irei errar todos os meus votos, falarei o nome dele errado e direi "não" quando na verdade teria que dizer "sim". É, vai ser fogo.

- No que você está pensando? - Alex cochicou no meu ouvido, me envolvendo pela cintura.

- Bem, eu estava pensando em como seria o nosso casamento. Com certeza eu erraria tudo, diria "não" para você e erraria seu nome. - dei um sorriso.

- Amor, se você fizer isso...

- Não se preocupe, escreverei na mão seu nome. - ri - A vista daqui é linda não é? - me referi ao Missouri, onde estavamos.

- É tão linda que eu queria te fazer uma proposta. - ele disse - O que você acha de casarmos aqui?

- Tem certeza?

- É claro né. - me virou e roçou seus lábios nos meus. - O que você acha?

- Por mim tudo bem.

Ele me se aproximou de mim e me beijou. Bem, eu poderia descrever como um daqueles beijos de novelas, com direito a sorrisos, mordidas e segunda dose.

A medida que a semana foi passando, eu ficava casa vez mais nervosa, esperando o "sábado" chegar. Tudo bem que, a maioria das noivas ficam nervosas antes de se casarem, mas até Raikes concordou que meu nervosismo não era normal. Nunca fui tão insegura, talvez seja pelo fato de que pela primeira vez em toda minha vida, irei fazer uma coisa que irá durar para sempre. A novela entre eu e Hopper pode com certeza acabar com um final feliz e olha que tudo começou em um simples domingo. Geralmente, novelas começam em segundas (digo isto porque assisto muitas novelas, principalmente quando estou de férias) e não nos domingos, cinzentos e melancólicos.
Meu pai disse que quando ele conheceu minha mãe, foi em um domingo, na festa de formatura da escola. Acho que estamos destinados a conhecer pessoas em pleno domingo.

- Dana?

- Sim? - respondi, sem saber quem era, olhei para trás e apenas sorri - Lílian!

- Posso conversar com você querida?

- É claro. Vamos até o jardim?

Ela acentiu e tomou meu braço, caminhando lado a lado comigo.

- Está nervosa?

- Muito. Olha que eu não sou de ficar nervosas em situações como essas, mas é minha primeira vez e...com certeza será a última. Desculpe, mas quando fico nervosa, eu acabo falando muito.

- Eu entendo. - ela sorriu - Bem, eu sempre sonhei em ver meus filhos casados e depois da morte de Stone, meu feitio foi para o Alex. Um dos dias mais felizes de minha vida foi quando me casei com Joseph e consequentemente foi o nascimento dos meus filhos. Outro dia que fiquei muito feliz foi quando Alex nos apresentou a você. Você sabe que sempre pode contar comigo querida.

- Obrigada. - peguei na sua mão e dei um beijo na mesma - A senhora foi a mãe que eu não tive.

Ela sorriu e me puxou para um balanço.

- Então, você escreveu seus votos?

- Eu tentei, mas nada saiu do jeito que eu queria. É preferível falar tudo na hora. - gargalhei - Eu não tenho dons para escrever.

- Bem, improvisação sempre é melhor. - ela dei uma batidinha nas minhas costas e continuou a conversar comigo.

Ficamos trocando fofocas, como mãe e filha fazem naturalmente até sermos interrompidas.

- Achei vocês! - Alex apareceu, dando um susto em nós duas.

- Por Deus querido, não faça mais isso. Sua mãe não tem mais vinte anos. - ela colocou a mão no lado esquerdo do peito e respirou fundo.

- Desculpe. Não foi a intenção. - ele sorriu e sentou-se ao lado dela - O que vocês estavam conversando?

- Nada de mais. - respondi - Apenas fofocas.

- Fofocas é? - Ele arqueou a sobrancelha e sorriu

- Eu vou deixa-los. - Lílian disse e se levantou - Alex, não se esqueça que essa noite, não poderá durmir com a Dana. Quero você aqui e nada de lá.

- Sim senhora. - ele riu - Eu vou sair com os meninos, fica tranquila.

- Juízo. - ela riu e se afastou.

- Vai sair é? - perguntei, ainda com o espaço que estava entre nós, onde Lílian estava.

- Hum...vou. - ele desligou para o meu lado e passou o braço pelo meu ombro.

- Sabe, eu vou em um clube com as meninas hoje a noite.

- Vai? Eu não deixei.

- Eu também não deixei você ir com os meninos e nem por isso estou reclamando. - encarei ele.

- Tudo bem, cada um vai para a sua despedida de solteiro. E combinaremos uma coisa, o que acontece na despedida, fica na despedida certo?

- Certo. - falei - Sem gogogirls.

- E sem gogoboys.

- Fechado.

Battleship - A Batalha Dos MaresOnde histórias criam vida. Descubra agora