Capítulo 1: Um Novo Começo

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CLARA MARTINS

Clara Martins estava parada na frente do espelho do seu pequeno apartamento, tentando acalmar o turbilhão de pensamentos. A entrevista de emprego que teria em poucas horas era crucial. Com as contas acumuladas e o pai se recuperando de um acidente, ela precisava desse trabalho.

— Vai dar tudo certo — murmurou para si mesma, ajeitando o blazer azul emprestado de sua amiga Júlia. O tecido estava um pouco gasto, mas era o melhor que tinha. — Você já superou desafios maiores.

Pegou a bolsa e saiu apressada, torcendo para não perder o ônibus. Chegando ao endereço indicado, Clara se surpreendeu ao encontrar uma enorme mansão cercada por altos muros. A entrada era imponente, com um portão de ferro forjado e um jardim exuberante que se estendia até a entrada principal.

— Uau... é aqui mesmo? — sussurrou para si, hesitando antes de tocar o interfone.

Foi recebida por Dona Marisa, a governanta, que a conduziu até uma sala de estar luxuosa. Clara tentou não demonstrar seu nervosismo enquanto esperava. O lugar exalava riqueza e poder, o que só aumentava sua ansiedade.

— O senhor Arantes já vem atendê-la, senhorita Martins — informou Dona Marisa com um sorriso discreto.

Enquanto esperava, Clara observava cada detalhe da decoração: quadros caros, móveis clássicos e estantes cheias de livros. Tudo parecia excessivamente sofisticado e ela se sentiu pequena naquele ambiente. Quando Nicolas Arantes entrou na sala, Clara se levantou de imediato. Ele era mais jovem do que ela imaginava, talvez na casa dos trinta, com um semblante austero que a deixou um pouco intimidada.

— Senhorita Martins, certo? — ele disse, com um tom formal. — Por favor, sente-se.

Clara sentou-se novamente, tentando não parecer nervosa. Nicolas a observava com um olhar crítico, como se analisasse cada detalhe dela.

— Conte-me sobre sua experiência e por que acha que está preparada para ser minha assistente pessoal — ele começou, sem rodeios.

Clara respirou fundo e começou a falar sobre suas experiências anteriores, destacando seu trabalho em uma pequena empresa de eventos onde lidava com várias tarefas ao mesmo tempo.

— Eu sou organizada, dedicada e adoro desafios. Gosto de trabalhar com pessoas e acredito que posso contribuir muito aqui, mesmo sem conhecer totalmente a rotina da função — disse Clara, tentando manter a confiança na voz.

Nicolas assentiu, aparentemente satisfeito com a resposta.

— E o que você sabe sobre mim, senhorita Martins?

Clara hesitou. Sabia apenas que ele era um dos homens mais ricos do país, mas tinha pouco conhecimento sobre sua vida pessoal.

— Sei que o senhor é um empresário de sucesso e que valoriza a discrição e a eficiência — respondeu ela, escolhendo as palavras cuidadosamente.

Nicolas pareceu contemplar a resposta por um momento, depois soltou um leve suspiro.

— Sinceridade é uma qualidade rara. Vou lhe dar uma chance. Vamos ver como você se sai nas próximas semanas. Se me convencer de que pode lidar com minhas exigências, o emprego será seu.

— Muito obrigada, senhor Arantes! Não vou decepcioná-lo — disse Clara, tentando esconder o alívio em sua voz.

Ele acenou com a cabeça e se levantou, indicando que a reunião havia terminado.

— Marisa lhe mostrará o escritório e passará as primeiras instruções. Bem-vinda à equipe, senhorita Martins.

Clara saiu da sala com o coração acelerado. O primeiro passo estava dado. Agora, ela precisava provar que merecia estar ali.

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