Azul como a cor dos seus olhos

Capítulo 30

O caos se espalhou pelo grande salão como fogo em palha seca. Jungkook, com o coração a mil, segurava Jimin em seus braços, sentindo o corpo frágil dele perder a força a cada segundo que passava. O rei futuro estava em pânico, o que nunca havia experimentado antes, fazendo com que sua voz soasse mais desesperada.

— Jimin! Não... por favor, fique comigo!

O plebeu, com os olhos entreabertos, ainda tinha um pouco de vida. O veneno era forte, mas seu espírito era mais forte ainda. Mesmo entre a dor que o consumia, ele conseguiu murmurar algo que apenas Jungkook conseguiu ouvir:

— Não me deixe... — disse Jimin com dificuldade, sua respiração ficando mais pesada.

Jungkook, sem perder tempo, olhou ao redor em busca de ajuda. Ele sabia que não podia perder seu amor. Não depois de tudo que passaram. Levantou-se, ainda segurando Jimin com força, como se o simples ato de segurá-lo pudesse impedir que ele se afastasse da vida.

— Chame o curandeiro! — gritou Jungkook para os guardas ao redor. — Agora!

Os guardas correram para buscar o curandeiro real, enquanto o servo responsável pelo envenenamento já havia sido preso e estava sendo levado sob os gritos furiosos de alguns dos nobres que haviam testemunhado a cena. A agitação no salão era imensa, mas, para Jungkook, só existia Jimin em seus braços, o rapaz que ele amava mais do que sua própria vida.

Ele levou Jimin rapidamente para fora do salão, correndo pelos corredores do castelo, ignorando os olhares chocados dos que o viam passar. Seus olhos estavam fixos no rosto pálido de Jimin, que lutava para se manter consciente. Jungkook sabia que o tempo estava contra eles, e seu coração doía com a ideia de perder a pessoa que ele jurara proteger.

Finalmente, o curandeiro chegou aos aposentos de Jungkook, onde ele havia colocado Jimin em sua cama. O velho curandeiro, com suas longas barbas brancas e mãos ágeis, começou a examinar Jimin com rapidez e precisão. Ele usava ervas e poções de cura, misturando-as com habilidade.

— É grave, Majestade, mas ele tem uma chance, — disse o curandeiro, sua voz séria. — O veneno não foi uma dose letal, mas o tempo é curto. Precisamos agir rápido.

Jungkook permaneceu ao lado de Jimin, segurando sua mão enquanto o curandeiro trabalhava. Seus olhos estavam fixos no rosto adormecido de Jimin, e ele não conseguia evitar as lágrimas que escorriam silenciosamente. Ele nunca se sentira tão impotente.

— Jimin... por favor... não me deixe... — sussurrou Jungkook, apertando a mão de Jimin. — Eu ainda preciso de você. Nosso futuro... nossos planos...

Horas se passaram, e o processo de cura parecia uma eternidade. O curandeiro aplicava compressas de ervas, administrava poções amargas e usava de toda sua sabedoria para purgar o veneno do corpo de Jimin. Durante esse tempo, Jungkook não saiu do lado dele. Seus olhos estavam fixos em Jimin, observando cada respiração frágil que ele tomava.

Finalmente, após o que pareceram dias, Jimin começou a mostrar sinais de melhora. Sua respiração se estabilizou, e a cor lentamente retornou ao seu rosto. O curandeiro suspirou aliviado.

— Ele sobreviveu, Majestade, mas precisa descansar. O corpo dele ainda está muito fraco.

Jungkook deixou escapar um suspiro profundo, a tensão finalmente deixando seus ombros. Mas o alívio foi misturado com um medo persistente. Eles haviam superado essa batalha, mas havia algo mais sombrio à espreita. Alguém tentou assassinar Jimin, e o príncipe sabia que essa ameaça não havia acabado.

Ele não descansaria até descobrir quem estava por trás da tentativa de assassinato.

Naquela noite, Jungkook se sentou ao lado de Jimin, que agora dormia tranquilamente. O quarto estava silencioso, exceto pelo som suave das respirações de Jimin. Jungkook segurava a mão dele, sentindo o calor retornar ao corpo de seu amado, e com isso, um fio de esperança surgiu em seu coração.

Mas no fundo, ele sabia que as sombras que os rodeavam estavam mais perto do que jamais estiveram.

Enquanto ele olhava para Jimin, adormecido, sua mente voltou para Joon-woo, seu irmão. Havia algo no comportamento de Joon-woo nos últimos dias que o incomodava. O ciúme em seus olhos, as palavras sussurradas entre os conselheiros... Seria possível que seu próprio irmão tivesse algo a ver com a tentativa de envenenamento?

Essa dúvida começou a crescer em seu coração, mas Jungkook sabia que não podia se precipitar. Ele precisaria de provas, e a única maneira de obtê-las seria confrontar Joon-woo diretamente.

Mas antes de qualquer coisa, Jungkook sabia que precisava se certificar de que Jimin estava completamente fora de perigo.

Na manhã seguinte, quando o sol surgiu sobre o horizonte, Jimin finalmente abriu os olhos. Seus movimentos eram lentos, e ele ainda sentia o corpo fraco, mas estava vivo. Quando seus olhos encontraram os de Jungkook, um sorriso suave surgiu em seu rosto.

— Eu... estou vivo? — murmurou Jimin, sua voz rouca.

— Você está, — disse Jungkook, com um sorriso que ele não conseguiu conter. — E eu nunca estive tão grato por isso.

Jimin tentou se sentar, mas Jungkook o impediu suavemente.

— Ainda não. Você precisa descansar, — disse ele, seus olhos fixos nos de Jimin. — Você foi envenenado. Mas o curandeiro conseguiu salvar você.

Os olhos de Jimin se arregalaram ao lembrar do que havia acontecido. O banquete, o servo, o cálice de vinho... Ele olhou para Jungkook, uma mistura de alívio e medo em seus olhos.

— Alguém tentou nos matar, — disse Jimin com firmeza. — Quem fez isso... eles ainda estão lá fora.

Jungkook assentiu, a expressão de seu rosto endurecendo. Ele sabia que Jimin estava certo. O perigo ainda não havia passado.

— Eu vou descobrir quem foi, — prometeu Jungkook, apertando a mão de Jimin. — E vou garantir que isso nunca mais aconteça.

Mas no fundo, ambos sabiam que essa batalha estava longe de terminar. Havia forças maiores em jogo, e o futuro que eles tanto sonhavam estava agora mais ameaçado do que nunca.