HARRY.
Afundei a cara na almofada. O que é que tu foste fazer Harold? "Tu sabes o que é que fizeste!", ginchou o meu subconsciente. Pois sei caralho não precisas de te intrometer a toda a hora, filho da puta!
Eu disse que a amava.
Eu disse que a amava.
Eu disse que a amava.
Eu disse que amava.
EU DISSE QUE A AMAVA.
EU DISSE QUE A AMAVA.
EU DISSE QUE A AMAVA.
FODA-SE, PUTA QUE PARIU ESTA MERDA, EU DISSE QUE A AMAVA CARALHO.
"E beijaste-a....outra vez.", atacou o meu subconsciente de forma mesquinha. Cala-te caralho, para de me atormentar!
Porque é que eu deixo de funcionar perto dela? Foda-se de todas as opções possíveis...pronto não eram assim tantas parem de me julgar. Eu escolhi dizer-lhe que a amava? Eu disse-lhe mesmo a verdade? Eu disse não disse? Foda-se. Em que é que eu estava a pensar? Mas eu estava a pensar? Claramente não.
Eu sou tão burro. Perfeitamente burro, atenção. Não se esqueçam de todas a minhas maravilhosas qualidades. Não revirem os olhos, foi só uma observação inocente. Estão a faze-lo de novo! É suposto apoiarem-me!
Não, o que era suposto era eu manter-me afastado dela para beneficio de ambos e olha que lindo serviço. Boa Harold agora é que decidiste virar romântico. Sim senhora!
Mas sabem o que é a pior parte? Eu estou aqui deitado a ser o resmungão do caralho do costume em relação a uma decisão da qual eu não me arrependo. Não era suposto ter acontecido, foi uma merda de uma ideia mas eu não tenho uma pinga de arrependimento. Eu precisava que ela soubesse porque não era justo e porque mentir-lhe estava a comer-me as entranhas. Mas estou fodido não é? Agora ela vai querer lutar por mim.
Sim, vai porque eu sou fabuloso e caso não tenham percebido pelos relatos passados, ela quer é disto. Pisquei-vos o olho de forma provocadora e apontei para mim mesmo de forma arrogante. Porquê? Porque ainda tenho uma réstia de dignidade e porque posso caralho.
Mas voltado ao problema inicial, só quero atirar-me borda fora.
- Eu estou tão fodido. – resmunguei contra a almofada.
Bateram á porta. Não quero aturar ninguém, que merda.
- Ao menos aprenderam a bater á porta, foda-se finalmente. – resmunguei enquanto rodava a maçaneta. Dei de caras com Ashton. Eu queria perguntar-lhe da forma mais arrogante possível se estava aqui para me atormentar mas o meu cérebro tinha mais que fazer neste momento então saiu-me um olá um bocado sumido. Ashton parecia, tal como eu, esgotado.
- Posso entrar? – perguntou a medo.
Eu fiz-lhe sinal para que passasse sem saber muito bem se estava preparado para me defender se fosse caso disso. Ashton entrou e eu indiquei-lhe a cama para que se sentasse mas ele recusou com um gesto.
- Posso falar? Quer dizer, podes não interromper? – perguntou ele e a atrapalhação era notória. Iria ele pedir desculpa, ou ia simplesmente voltar a relembrar-me a péssima pessoa que sou?
- Não prometo nada. – disse e cruzei os braços.
Ele mexeu no cabelo desconfortavelmente.
- Eu nem sei por onde começar. Nunca tive amigos por isso nunca soube o que era perde-los tão rápido.
- Wow, isso foi o pedido de desculpas mais horrível que ouvi até hoje. – gracejei. – Mas eu aceito.
- Qual foi a parte do "podes não interromper?" que não entendeste? – perguntou Ashton mostrando-se aliviado.
YOU ARE READING
The Pirate Ship || h.s ||
AdventureEle odeia o oceano. O oceano é o melhor amigo dela. Ele detesta barcos. Ela vive num. Ele é cético. Ela já viu de tudo. "Life's pretty good, and why wouldn't it be? I'm a pirate, after all" - Johnny Depp