Harry.
Um dia e meio depois, finalmente, Zayn e os gays subiram as velas e colocaram a chave de volta no seu sítio começando imediatamente a brilhar. O barco começou lentamente a deslocar-se na direção indicada pelo feixe de luz.
Eu permanecia encostado ao enorme mastro do barco, sem fazer um caralho da vida. Não queria ter de enfrentar nada. Só queria, desesperadamente, que esta viagem tresloucada chegasse ao fim. Ou então estava na altura de acordar desta porra deste sonho. Sonho não, pesadelo. Quero a minha vida de volta.
Ao olhar para a imensidão de H20, cloreto de sódio, outros minerais e bichinhos irritantes com barbatanas e dentes percebi que continuava a desprezar tudo aquilo. Como era possível gostar? A água é gelada, não é potável, existem criaturas com uma dentadura maior que a minha cabeça, plantas esquisitas e nojentas, existem correntes tão fortes que nem o melhor nadador do mundo consegue resistir, a profundidade é escura e desconhecida...a lista continua e continua. Não há absolutamente nada que me atraia para um local como este. É perigoso, traiçoeiro e incerto.
Ninguém se deu ao trabalho de perguntar porque é que não estou a barafustar com qualquer coisa. É fodido mas estou habituado. Nunca ninguém quer saber.
Eu sabia que adiar qualquer tipo de interação não era solução e já que ninguém queria saber eu levantei-me a arrastei o meu traseiro gostoso e definido até encontrar Nathan. No momento pareceu-me a tarefa mais fácil.
Alguma vez pensaram no quão irritante é ver tudo o que nos rodeia a mudar drasticamente? É que a mim irrita.
Não foi difícil encontra-lo. A sua cara estava escondida pela cabeleira loira de Kelsey enquanto riam encostados à parede da popa do barco.
- Nate, meu grandessíssimo animal! – chamei, perfeitamente indiferente à língua dele que no entretanto navegara para o oceano garganta da Kelsey.
Ele gemeu e demorou eternidades a tirar a língua lá de dentro.
- Foda-se fizeste alongamentos para poderes esticar tanto? – ultimamente ele só me irrita. Tudo me irrita.
- Harold, seu empata-fodas do caralho! – atirou ele. Kelsey parecia pouco à vontade e depressa se levantou apesar de Nate ter reclamado. Olhou-me frustrado.
- O que é que queres? Ia dar-lhe a maior foda da vida dela! – ele parecia um louco, os seus olhos azuis perturbados com a possibilidade de não dar uma foda.
Era uma obsessão nojenta e só agora eu entendia o quão errada era. Agora que olhava para Nathan, mais parecia que me estava a olhar ao espelho. Ele era o meu espelho. Ele era como eu, porque eu o moldei à minha maneira. Ele era assim porque eu quis que ele fosse como eu. Eu criei aquilo porque me sentia diferente, sozinho, deslocado. Claro que nunca dei um caralho para o que ele fazia, não tinha mais amigos. Só tinha amigas e eram com benefícios. Benefícios muitos bons, enfim. Agora tenho outras pessoas na minha vida e ele estava a prejudica-las sendo um besta hormonal como eu.
- Podemos falar? – perguntei.
- Tem de ser agora caralho?
Foda-se estás com uma puta nos cornos não tarda!
- Sim caralho, tem de ser agora, a foda pode esperar!
- Uma foda nunca pode esperar. – retorquiu parecendo mais irritado. – Foda-se vou procurar a Kelsey. – continuou levantando-se.
- Nathan foda-se!
- Foda-se nada! Agora queres falar comigo? Vai falar com o teu melhor amigo não de sempre mas para sempre Ashton! – gritou furioso.
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The Pirate Ship || h.s ||
AdventureEle odeia o oceano. O oceano é o melhor amigo dela. Ele detesta barcos. Ela vive num. Ele é cético. Ela já viu de tudo. "Life's pretty good, and why wouldn't it be? I'm a pirate, after all" - Johnny Depp