Festa

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Como estão?


Camila's Pov

A notícia da festa se espalhou pela escola como fogo em palha seca. Quando Dinah me contou, eu hesitei. Festas não eram exatamente meu forte. Meu coração se apertou ao pensar em todo o potencial de humilhação. Mas, mesmo assim, ela insistiu.

— Camila, vai ser divertido! — ela exclamou, animada. — Eu prometo que tudo ficará bem. Você só precisa sair um pouco da sua zona de conforto. Vamos lá!

Olhei para Dinah, buscando um pouco de confiança nas suas palavras. Ela sempre fez o possível para me animar, mas a ideia de me expor a mais uma situação embaraçosa era aterrorizante. Eu sabia que Lauren estaria lá, e isso tornava tudo ainda mais complicado. O que aconteceria se ela me visse e decidisse brincar de novo? O medo começou a se infiltrar em mim, mas, no fundo, eu queria me sentir como uma adolescente normal por uma noite.

Finalmente, eu cedi e concordei em ir.

Quando chegamos à festa, a atmosfera era contagiante. Músicas pulsavam em um volume que fazia o chão vibrar, e as risadas ecoavam pelos corredores da casa. A iluminação suave das lâmpadas coloridas criava uma atmosfera de alegria e celebração, mas eu me sentia como uma estranha, uma espectadora em um mundo ao qual não pertencia.

Dinah tentou me arrastar para dançar, mas a cada passo, a ansiedade crescia dentro de mim. Observava os grupos de pessoas se divertindo, e uma sensação de solidão se instalou em meu peito. Enquanto todos dançavam e riam, eu sentia que estava presa em uma bolha, isolada. Era como se o mundo estivesse acontecendo ao meu redor, mas eu não fazia parte dele.

Depois de um tempo, a música e a alegria ao meu redor tornaram-se insuportáveis. Eu precisava de um respiro. Com um sutil aceno de cabeça para Dinah, que estava completamente envolvida na dança, decidi me afastar da festa e encontrei um canto mais tranquilo da casa.

E foi então que a encontrei.

Lauren estava encostada na parede de um quarto, os olhos vermelhos e o rosto inchado de chorar. A cena era tão inesperada que me fez hesitar. A capitã das líderes de torcida, a garota que todos admiravam e que eu secretamente adorava, estava ali, vulnerável e triste.

— Lauren? — chamei, hesitante.

Ela olhou para mim, surpresa. Por um momento, o olhar dela pareceu vazio, como se ela estivesse perdida em seus próprios pensamentos.

— O que você está fazendo aqui, Camila? — ela perguntou, secando as lágrimas com as costas da mão.

— Eu... apenas precisava de um tempo — respondi, tentando me manter calma.

Um silêncio pesado pairou entre nós. Fui tomada por um impulso de me aproximar. Não sabia o que estava acontecendo, mas havia algo na forma como ela olhava para mim que me fez sentir que, talvez, houvesse mais na história de Lauren do que eu imaginava.

— Por que você está chorando? — perguntei, minha voz baixa e suave.

Ela respirou fundo, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. — Eu só... eu não aguento mais essa pressão. Todo mundo espera que eu seja perfeita, e eu sinto que estou falhando. — A vulnerabilidade em sua voz era palpável, e eu a ouvi como um sussurro do meu próprio coração.

Era quase surreal ver Lauren assim, fragilizada. Por trás de sua popularidade e do papel que desempenhava, havia uma dor que eu nunca tinha percebido. Algo dentro de mim se abriu, uma conexão inesperada começando a se formar entre nós.

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