Expectativas

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Como estão?

Camila's Pov

Três meses se passaram desde que começamos a nos ajustar a essa nova realidade, e as coisas estavam longe de ser fáceis. Lauren agora está com cinco meses de gravidez, e, embora eu estivesse me esforçando ao máximo para conciliar a escola e o trabalho no rancho, havia dias em que parecia que tudo estava desmoronando. O trabalho era cansativo, mas o que mais me esgotava era tentar lidar com a instabilidade emocional de Lauren e seus desejos estranhos, que pareciam piorar a cada semana.

Hoje era um dia especial. Eu mal podia conter a ansiedade. Finalmente descobriríamos o sexo do bebê, e, embora Lauren não estivesse demonstrando tanta empolgação quanto eu, tentei ignorar isso. Sabia que ela estava passando por muita coisa, e me convenci de que, no fundo, ela também estava animada, só não sabia como mostrar.

— Está pronta? — perguntei a Lauren, enquanto nos preparávamos para sair de casa. Eu tentava soar casual, mas por dentro estava fervendo de expectativa.

— Acho que sim — respondeu ela, sem muita emoção, colocando a mão na barriga.

Tentei sorrir, mesmo que uma parte de mim quisesse saber por que ela não parecia tão animada quanto eu. Talvez fosse o medo de todas as responsabilidades que nos aguardavam, mas eu sabia que, ao descobrir o sexo do bebê, algo dentro de nós mudaria. Esse seria o momento em que tudo se tornaria ainda mais real.

(....)

Chegamos à clínica, e meu coração batia acelerado. Sentei ao lado de Lauren enquanto esperávamos nossa vez, e percebi que ela estava inquieta, mexendo nervosamente no celular, mas sem prestar atenção a nada. Talvez estivesse apenas com medo do que viria a seguir.

Quando o médico nos chamou, segurei a mão de Lauren e a ajudei a subir na maca. O gel frio foi colocado em sua barriga, e a imagem do bebê apareceu na tela. Eu mal conseguia conter minhas emoções, sentindo as lágrimas se acumularem nos meus olhos.

— Então, vocês querem saber o sexo do bebê? — perguntou o médico, com um sorriso gentil.

— Sim! — respondi quase sem respirar, meu coração batendo rápido.

Ele apontou para a tela, explicando o que estava vendo, e então disse:

— É uma menina!

Eu senti uma onda de felicidade invadir meu peito. Não consegui segurar as lágrimas e comecei a chorar, olhando para Lauren, esperando que ela estivesse compartilhando da mesma alegria.

Para minha surpresa, vi que Lauren também estava emocionada. Ela tentava segurar as lágrimas, mas algumas escaparam, correndo por suas bochechas. Foi a primeira vez em meses que a vi reagir dessa forma, e algo dentro de mim se encheu de esperança.

— Uma menina — sussurrei, sorrindo para ela.

Lauren assentiu, e, por um breve momento, parecia que estávamos conectadas novamente. Por mais que ela estivesse passando por um turbilhão de emoções, aquele instante nos uniu de uma maneira que eu não esperava.

(....)

A caminho de casa, ainda pensava no que significava ter uma filha. O que faríamos a seguir? Como seria cuidar de uma criança? Eu estava assustada, sim, mas também animada. E, acima de tudo, determinada. Não fugiria da responsabilidade, e faria o que fosse necessário para dar a melhor vida possível para nossa filha.

Mas, olhando para Lauren, percebi que, embora ela tivesse se emocionado durante o exame, algo ainda a incomodava. Eu sabia que teria que ser paciente, dar a ela o tempo necessário para processar tudo isso.

— Está tudo bem, Lauren? — perguntei suavemente.

Ela respirou fundo e olhou pela janela, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas.

— Só estou tentando lidar com tudo — ela respondeu. — É muita coisa... eu ainda não sei se estou pronta.

Eu a segurei pela mão, apertando suavemente.

— Não estamos sozinhas nisso — sussurrei. — Vamos conseguir. Juntas.

Ela não respondeu, mas apertou minha mão de volta. E naquele momento, mesmo com todas as dúvidas e medos, eu sabia que daríamos um jeito. Por mais que o caminho fosse incerto, nossa filha merecia todo o amor e cuidado que podíamos oferecer.

Até Logo!


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