Antes que Killian pense em proferir alguma palavra, o interrompo e digo:
- Calado.
Ele arregala os olhos, indignado com o que acabei de dizer.
- Eu não ia falar nada.
- Talvez não, mas você estava pensando – afirmo. – Pensar é pior do que falar.
- Não é não - rebate.
Killian aparenta estar confuso, mas, ao mesmo tempo, entende exatamente o que eu quis dizer e sabe que estou certa.
- É, sim, e sabe por quê? Porque significa que você é covarde o suficiente para não falar o que está pensando.
- Foi você quem mandou eu não perguntar nada – vocifera.
- Quer dizer que agora eu mando e você obedece?
- Eu não obedeço você, Vaga-lume. Já tivemos essa conversa antes.
É lógico que me lembro, como poderia me esquecer do primeiro momento em que Garcia me deixou excitada?
Apesar disso, não vou deixá-lo sair por cima.
- Me empresta seu celular - peço estendendo a mão para pegar o aparelho. Sem pensar, ele me entrega o celular e guardo em meu bolso traseiro.
Killian me olha confuso, mesmo assim, não deixa de fazer o que eu peço.
- Agora me dê sua mão - ele entrelaça seus dedos nos meus, sem me questionar, novamente. Poderia só ter segurado minha mão, mas tudo bem. - Bom cachorrinho – falo, sorrindo dando alguns tapinhas em sua cabeça, simbolizando o bom comportamento.
Quando ele percebe que fez tudo o que pedi, solta minha mão rapidamente e se afasta de mim, fechando a cara, enquanto dou risada.
- Isso não tem graça, Vaga-lume.
- Tem sim.
- Eu fiz essas coisas porque quis, tá legal.
- Vou fingir que acredito em você.
Tiro seu celular do meu bolso para devolvê-lo, mas antes aproveito para ver o horário.
- Cacete, já é uma e meia da manhã.
- O tempo passou rápido - concordo com a cabeça.
- Bom, eu vou ir comer alguma coisa. Tchau. – comento, indo ao estacionamento.
- Deixa que eu te levo - Killian oferece, aparecendo ao meu lado.
- Não precisa, estou de carona com o Nate.
- Acho que ele já foi embora, Vaga-lume.
- O quê? - Digo, enquanto procuro o carro de Nate, mas não o vejo em lugar nenhum.
- Sinto muito, Vaga-lume, mas ele não está mais aqui.
- Não acredito que ele me deixou aqui sozinha.
- Ele não te deixou sozinha.
- Como não?
- Te deixou comigo.
Paro por um minuto, compreendendo o que o Sr. Biscate fez.
- Desgraçado - sussurro, mas acredito que Killian ouviu, porque escuto uma risada fraca vindo dele.
- Vem, Vaga-lume. Vou te levar para comer.
- Quem disse que eu vou com você? - Cruzo os braços.
- Para de ser teimosa, Vaga-lume. É só um lanche – insiste.

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Asas da Fortaleza
RomantizmSó porque você mora em uma casa grande e tem uma família rica, não significa que tudo seja perfeito, às vezes aquilo que você mais deseja talvez esteja a milhares de quilômetros de distância e o que mais teme, convive com você. Mas e se o seu maior...