A luz suave do sol entrava pela janela do quarto do hospital, desenhando padrões quentes nas paredes brancas. O ambiente era calmo, tranquilo, com o sussurro leve dos aparelhos e o cheiro suave de desinfetante preenchendo o ar. Pete estava deitada na cama, os lençóis puxados até a barriga um pouco sobressalente, e os olhos fechados, ainda inchados de cansaço. Em sua cabeça uma faixa branca cobria o machucado, deixando seus cabelos um pouco bagunçados, mesmo assim havia uma tranquilidade frágil em seu rosto, como se ele estivesse finalmente, depois de dias de tormento, começando a encontrar um momento de tranquilidade.
Quando seus olhos se abriram lentamente, a luz fez piscar algumas vezes antes de se ajustar. Por um instante, ele não sabia onde estava. O quarto era estranho, mas ao mesmo tempo acolhedor, uma mudança reconfortante em comparação com o cativeiro sombrio e úmido onde havia passado o que pareciam dias intermináveis. As dores em seu corpo ainda estavam ali, pontas surdas que lembravam os traumas recentes, mas não eram nada comparados à dor da alma.
Vegas estava sentado ao lado da cama, em uma cadeira pequena, curvado para a frente, observando-o com uma expressão que misturava colapso e tristeza. Seus olhos estavam vermelhos, como se ele não tivesse dormido por dias. Ele segurava a mão de Pete com cuidado, os dedos acariciando suavemente a pele machucada de seus pulsos, onde ainda havia marcas de cordas. Quando ele viu que Pete tinha acordado, seus olhos se iluminaram por um breve momento, como se vissem uma esperança renovada.
— Oi. — ele disse suavemente, um sorriso pequeno e tímido se formando em seus lábios. — Você está bem? Está sentindo alguma dor?
Pete demorou um segundo para responder, pois se as palavras precisassem ser arrancadas de um lugar profundo dentro dele. — Eu... acho que sim. — ele sussurrou, a voz rouca de tanto gritar por ajuda durante seu cativeiro. — Eu ainda...es... E os nossos filhos? — Pete leva sua mão a barriga e assim que sente a sobressalente solta um suspiro de alívio.
Vegas segurou a mão dela com mais firmeza, como se precisasse confirmar que aquilo era real, que Pete realmente estava ali, deitado diante dele. — Sim, eles estão bem. — Vegas confirmou, como se aquelas palavras pudessem evitar os horrores pelos quais Pete passou. Ele sabia que Pete precisaria de tempo – para se curar, para se sentir seguro de novo, para reconstruir a força que foi tirada dele. Mas estar ali, poder vê-lo e tocá-lo, era um milagre que Vegas não ousava ignorar.
Pete olhou para ele, os olhos cheios de lágrimas que ainda não tinham caído. — Eu pensei... eu pensei que nunca mais veria você. Que em algum momento perderia minha vida e a de nossos filhos. — Sua voz cortada no final, e ele virou o rosto para o lado, tentando esconder as lágrimas que agora escorriam livremente. Era como se todo o peso do medo, da dor e do problema estava desabando sobre ele de uma vez só, e Pete não sabia como processar tudo aquilo.
Vegas se levantou da cadeira e se inclinou sobre a cama, puxando-o para um abraço delicado, cuidadoso para não tocar em seus machucados. Ele sentiu o corpo dele tremer contra o seu, e as lágrimas de Pete molharem sua camisa, mas ele não disse nada. Apenas o segura com firmeza, deixando-o sentir que ele estava ali, que Pete não estava sozinho, que nunca mais estaria sozinho.
— Eu nunca deixaria você. — ele murmurou contra seus cabelos, a voz baixa e reconfortante. — Você está seguro agora, Pete. Ele não pode te machucar... Não pode machucar nossos filhos.
Pete se aninhou mais perto, o rosto enterrado no peito de Vegas, e por um momento, tudo o que ele queria era ficar ali para sempre, em um lugar onde nada de ruim pudesse encontrá-lo. Ainda doía, claro. Seu corpo doía, sua mente doía, e ele sabia que levaria tempo para as cicatrizes sumirem – ou, pelo menos, deixarem de doer tanto. Mas naquele momento, ele permitiu sentir um pouco de esperança.
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Flowers And Death - VegasPete
FanficSe uma dia uma pessoa entra-se em sua loja e cai-se desacordada em seu chão recém limpo, o, sujando de sangue, o que você faria?