A porta do apartamento se abriu lentamente, e Vegas entrou, apoiando Pete pelo braço. Ele estava visivelmente cansado, o rosto pálido e alguns ferimentos superficiais. Cada passo era lento, cuidadoso, como se todo o corpo estivesse lutando contra o peso da exaustão. Mesmo assim, havia um alívio palpável em seus olhos, como se o simples fato de estar ali, em casa, fosse um milagre em si.
Enquanto estava no hospital, Pete disse que não voltaria tão cedo para a mansão, pois aquele lugar ainda o afetam. Ele culpou os hormônios da gestação, já que em situações normais, ele não ligaria para uma coisa tão banal. Então Vegas comprou uma cobertura no melhor prédio da cidade. Eles iriam ficar ali até que Pete conseguisse voltar para casa.
Vegas o ajudou a se sentar no sofá, ajeitando as almofadas para que Pete ficasse o mais confortável possível. Pete suspirou, recostando-se, e fechou os olhos por um momento, deixando o cansaço tomar conta. O apartamento estava silencioso, exceto pelo som suave da respiração dele e pela chuva lá fora, que caía de forma suave e constante, como um sussurro reconfortante.
— Devagar, amor. — disse Vegas, sua voz baixa e calma, enquanto ajeitava um cobertor sobre Pete. Ele estava tentando esconder a preocupação em seu rosto, mas os olhos traem o medo que ainda não havia se dissipado. Ver Pete naquele estado, depois de tudo pelo que ele passou, era algo que ele nunca imaginou enfrentar.
Aquele olhar preocupado e doce que lançava para Pete, era tão diferente do olhar de horas atrás que ele emitia em Taiwan.
Pete abriu os olhos lentamente e tentou sorrir, mas o gesto foi interrompido por uma leve dor que o fez levar a mão ao ventre. Vegas imediatamente se abaixou ao lado dele, segurando sua mão com firmeza. — Está doendo? Precisa de alguma coisa?
— Não, estou bem. — ele murmurou, apertando suavemente a mão de Vegas. — É só... tudo parece tão irreal. Estar aqui, com você... Depois de tudo aquilo, parece que nunca ia acabar.
Vegas sentiu um nó se formar na garganta. Ele se lembrava claramente de cada segundo em que Pete esteve desaparecido — as noites sem dormir, a sensação de desespero constante, a busca frenética. E agora, ele estava de volta, mas nada era como antes. Ele sabia que havia feridas invisíveis, muito mais profundas do que as marcas no corpo de Pete.
— Você está seguro agora. — ele disse, e as palavras saíram como uma promessa. — Eu juro, Pete... ninguém vai te machucar de novo. Não vou deixar.
Ele assentiu, e seus olhos encheram-se de lágrimas, não de tristeza, mas de alívio. — Eu sei, Vegas. Você sempre esteve lá por mim. Eu só... eu só não sabia se conseguiria voltar.
Vegas respirou fundo, tentando manter a calma. — E os bebês? — Ele perguntou, com a voz hesitante, como se tivesse medo da resposta. Era uma pergunta que ele evitou fazer o dia todo, temendo o pior. Mesmo que antes de sair, tenha falado com o médico, ele ainda não conseguia ficar calmo sobre esse assunto, não até tudo está perfeitamente bem.
Pete colocou a mão sobre o ventre e, por um momento, ficou em silêncio. Depois, ele olhou para Vegas e sorriu suavemente, embora os olhos ainda estivessem marejados. — Os médicos disseram que está tudo bem. Fizeram alguns exames e... os nossos bebês são fortes, Vegas. Mais fortes do que eu poderia imaginar.
As palavras de Pete fizeram algo dentro de Vegas finalmente relaxar. Era como se uma corrente que estivesse apertando seu peito tivesse finalmente se soltado, permitindo que ele respirasse de verdade pela primeira vez em dias. Ele se inclinou para frente e tocou delicadamente o ventre dele, quase com reverência, como se quisesse se certificar de que tudo era real.
— Eles vão ficar bem, Pete. Nós dois vamos fazer de tudo para isso. — ele disse, e as palavras eram tão firmes quanto uma oração. — Vamos passar por isso juntos.
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Flowers And Death - VegasPete
Fiksi PenggemarSe uma dia uma pessoa entra-se em sua loja e cai-se desacordada em seu chão recém limpo, o, sujando de sangue, o que você faria?