Capítulo 06 - Ecos na Escuridão

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Desculpe a demora, mas segue mais um capitulo fresco com altas emoções 😇

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Assim que atravessaram a porta lateral, o ar fresco da noite invadiu os pulmões das mulheres, mas não houve tempo para alívio, estavam ainda em território desconhecido, onde o perigo espreitava a cada canto. Hope liderava, com passos ágeis e firmes, enquanto Penelope segurava sua própria mochila com força, tentando manter-se em silêncio e controlar o próprio medo.

Conforme avançavam pelos becos estreitos, o som abafado de risadas ecoou à frente. Hope estendeu a mão, sinalizando para que parassem, seus olhos azuis fixos na origem do som. Agachando-se atrás de uma pilha de destroços, ela espiou por entre as sombras e viu uma cena que a fez estremecer. Um homem enorme de braços tatuados e músculos volumosos, segurava outro pessoa pelas golas da camisa ensanguentada. O grandalhão ria descontroladamente, enquanto o outro se debatia em vão, sussurrando palavras que já não podiam ser entendidas. 

E como se estivesse se divertindo com tudo, o homem musculoso jogou a vítima no chão com brutalidade, sacou uma faca, e com uma precisão fria, cravou-a no peito do outro terminando o serviço. O sangue escorria livremente, mas o homem apenas riu, como se fosse um jogo cruel. Ele se abaixou, arrancou a faca do corpo inerte e começou a limpá-la em seu próprio casaco, como se estivesse num ritual de prazer sádico.

Penelope, ao ver a cena, levou as mãos à boca, tentando conter qualquer suspiro horrorizado. Já a ruiva sentiu o sangue ferver nas veias, mas manteve-se fria. Sabia que se tentasse atirar ali seria suicídio, poderia fazer aqueles que estavam lutando do outro lado da rua acabar ouvindo e serem atraídos pelo som e isso as condenariam.

Então teve uma ideia suicida.

-Segure minha mochila... eu vou cuidar dele.

-Espera... o que? Ele tem o dobro do seu tamanho

E então um sorriso brotou nos lábios da ruiva.

-Você não me viu lutar... acredite.

A outra hesitou, mas obedeceu, pegando a mochila com mãos trêmulas. Hope puxou a faca de seu cinto, sentindo o peso familiar nas mãos. O olhar dela endureceu, fixo no homem que ainda estava entretido em seu próprio espetáculo de crueldade. Ele não as tinha visto ainda, o que significava que Hope tinha uma chance de acabar com isso rapidamente.

Entretanto, enquanto se movia em direção a ele, acabou pisando em um caco de vidro que se espalhava pelo chão. O estalo ressoou como um sinal de alerta, ecoando na quietude do ambiente. O sorriso sádico do homem se desfez, seus olhos se estreitaram e ele se virou para encará-la.

-Olha o que temos aqui? - Rosnou, erguendo a faca ensanguentada com uma expressão de deleite - O que faz sozinha aqui gracinha... quer se divertir também?

-A com certeza eu quero

A adrenalina disparou nas veias de Hope, mas ela não hesitou. Se aproximou lentamente e quando estava próxima o suficiente, ela deslizou para o lado, o corpo se movendo com a agilidade adquirida por anos de treinamento. E então lançou um golpe certeiro na altura do joelho dele, fazendo-o cambalear para trás e rosnar de dor, mas não demorou muito para se recompor, erguendo a faca em um ângulo ameaçador.

Hope percebeu que ele não era um oponente fácil e então se preparou para a defesa assim que o viu avançar em sua direção, a faca cortando o ar enquanto ela se esquivava, conseguia sentir o ar quente passar perto de seu rosto. E naquele momento a tensão era palpável, cada movimento deles carregava a energia de um duelo mortal, ele era bom, não podia negar isso. Ela tentou se afastar, mas o homem a alcançou, desferindo um golpe que acertou sua costela. A dor a atravessou, mas não havia tempo para hesitar.

Quando a Morte Desperta (Hosie)Onde histórias criam vida. Descubra agora