Do outro lado da cidade...
O sol começava a se pôr no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e vermelho enquanto Lizzie e Penelope caminhavam pelas ruas desertas da cidade. O silêncio era estranho, quebrado apenas pelo som distante do vento soprando pelos edifícios abandonados. As duas mantinham as mãos firmes nas facas, sempre atentas a qualquer movimento suspeito.
-Está ficando tarde... - A morena murmurou, seus olhos escaneando o ambiente ao redor, atenta aos possíveis perigos que poderiam espreitar nas sombras - Para onde estamos indo, afinal?
A loira hesitou por um momento antes de responder. Ela não queria admitir, mas aquele lugar, aquele hotel decaído que estavam prestes a entrar, trazia mais do que memórias dolorosas. Era parte do seu passado, uma peça de quem ela era antes do colapso do mundo. Mas também, guardava algo crucial: um comunicador que ela havia escondido ali, uma linha direta que poderia usar e se comunicar com os militares. Se conseguisse ativá-lo, poderia chamá-los e garantir que voltasse à base.
-Há algo que eu preciso pegar aqui – Finalmente falou, sem olhar para a mulher ao lado - Um comunicador que deixei antes de... sair a procura de Josie. É a nossa única chance de chamar os militares.
Penelope arqueou uma sobrancelha, surpresa com a revelação, mas decidiu não pressionar. Havia algo na voz de Lizzie que a fez perceber que não era apenas sobre o comunicador, tinha mais alguma coisa, uma camada de emoções que ela parecia estar tentando esconder.
Ao chegarem ao hotel, o prédio estava em ruínas. A fachada, que antes era imponente, agora mostrava janelas quebradas e era coberta por vegetação que começava a invadir a entrada. Penelope avançou com cautela, segurando a faca com firmeza. Já a loira parou por um momento, observando o lugar, tentando se acostumar com o cenário desolado que antes fora tão diferente.
-É aqui? - Lançou um olhar curioso para a mais alta, que não respondeu imediatamente, os olhos se fixando na porta como se estivesse revivendo memórias antigas.
-Sim, é aqui – Respirou fundo dando um primeiro passo - Vamos logo com isso.
Elas empurraram a porta e entraram no lobby do hotel, o som das suas botas ecoando no piso de mármore quebrado. Dentro do hotel, sentiam a quietude opressiva no lugar, como se as paredes ainda carregassem as memórias. Penelope olhou ao redor, tentando imaginar como aquele lugar era antes do apocalipse, mas a atmosfera sombria rapidamente a trouxe de volta ao presente, e ela segurou sua faca com mais força, mantendo-se próxima da loira.
As duas subiram as escadas com cautela, cada degrau rangendo sob seus pés. Ao pisarem no segundo andar, o ambiente revelou-se quase irreconhecível - pedaços do teto haviam desabado, e o corredor estava parcialmente bloqueado por escombros. Penelope analisava ao redor, seus sentidos atentos a qualquer sinal de perigo, enquanto Lizzie caminhava logo atrás, sentindo o coração bater acelerado no peito, a ansiedade crescente com cada passo que davam.
Quando chegaram ao corredor desejado, A loira parou abruptamente diante de uma porta antiga e desgastada. Ficou imóvel por alguns instantes, o olhar preso nos detalhes da superfície. Seus olhos, normalmente cheios de determinação, agora mostravam uma hesitação incomum, refletindo uma mistura de incerteza e lembranças que pareciam segurá-la, como se estivesse revivendo algo que a impedia de seguir em frente.
Notando a mudança de comportamento da outra. Penelope franziu o cenho, tentando entender o que estava acontecendo.
-O que foi? - A voz saiu mais preocupada do que imaginou - Está tudo bem?
A loira piscou algumas vezes, como se estivesse tentando voltar à realidade, mas não conseguia desviar o olhar da porta.
-Essa... essa era minha casa.
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Quando a Morte Desperta (Hosie)
Fiksi PenggemarO ano era 2024, e o mundo enfrenta um colapso total devido a uma infecção zumbi de origem desconhecida. Hope, uma soldada marcada por cicatrizes profundas, é encarregada de uma missão crucial: levar Josie, uma jovem em coma, a uma base do governo. J...