Capítulo 23 - Sentimentos Revelados

81 16 11
                                    

-Espera, Elena! - Hope exclamou, sua voz um pouco mais alta do que pretendia, ela olhou rapidamente para Josie, sentindo o coração acelerar – Tem uma coisa... que precisamos contar a você

As três caminharam em silêncio pelas ruas movimentadas da comunidade, o peso de tudo que estava por vir pairava sobre elas como uma sombra

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

As três caminharam em silêncio pelas ruas movimentadas da comunidade, o peso de tudo que estava por vir pairava sobre elas como uma sombra. As luzes fracas das casas vizinhas lançavam silhuetas estranhas no chão, e o som abafado de seus passos misturava-se ao leve murmúrio da cidade. Hope, com o olhar fixo à frente, lutava contra a inquietação crescente em seu peito. Ela sabia que aquela conversa mudaria tudo, mas também sabia que não podia adiar mais, afinal os mercenários as encontraram.

Josie, que vinha logo atrás, estava absorta em seus próprios pensamentos. Seus olhos castanhos, geralmente tão vivos e determinados, agora pareciam opacos, refletindo as incertezas que pesavam sobre ela. Até que de repente sentiu um toque suave em sua mão. Hope, ao seu lado, entrelaçara os dedos nos dela, num gesto firme e tranquilizador. A mais nova levantou o olhar, encontrando os olhos azuis, onde havia um lampejo de calma e confiança. A conexão silenciosa entre as duas foi o suficiente para que Josie sentisse seu peito relaxar, respirando um pouco mais aliviada

A líder que estava a alguns passos à frente, mantinha um ritmo firme, mas havia algo em sua postura que traía sua incerteza. Embora ela não demonstrasse abertamente, suas mãos se moviam nervosamente de tempos em tempos, como se tentasse dissipar a tensão crescente. Elena sentia que algo maior estava prestes a ser revelado, e isso a deixava em alerta. E quando finalmente chegaram na casa da mais velha, ela abriu a porta e fez um gesto para que as duas entrassem, ainda sem dizer uma palavra. O silêncio era espesso, quase sufocante, enquanto elas atravessavam o corredor simples e entravam na sala.

-Sente-se - As olhou, a voz saiu calma, mas carregada de suspeita - Vou pegar algo para vocês beberem

As duas se sentaram em silêncio, lado a lado no pequeno sofá. Hope sentiu a tensão familiar no ar, aquela sensação inquietante que a alertava de que a conversa que se aproximava não seria fácil. Ela lançou um olhar de canto para Josie, que parecia imersa em seus próprios pensamentos, os dedos inquietos e os olhos evitando os dela. Nenhuma das duas mencionou o beijo, e com os mercenários em seu encalço, talvez não houvesse mesmo espaço para esse tipo de conversa agora. Mas Hope sabia que o assunto não desapareceria por conta própria. O medo de que Josie achasse que tudo não passava de uma brincadeira a consumia por dentro. Precisava ser clara, precisava colocar os sentimentos na mesa, antes que fosse tarde demais. A última coisa que queria era magoá-la e por mais que tentasse ignorar, havia algo em Josie que a desarmava completamente, e ela sabia que não poderia deixar isso de lado.

Respirando fundo, sentindo o peso da responsabilidade se acumular em seus ombros. Hope tentou processar as palavras, sabia que não era boa nisso, especialmente quando se tratava de sentimentos. O mundo em que viviam não deixava muito espaço para vulnerabilidades, e ela havia aprendido a endurecer seu coração desde cedo. Mas, com Josie, era diferente e isso parecia ficar ainda mais visível depois do beijo. E foi naquele momento que ela percebeu que cada olhar, cada gesto silencioso parecia desarmá-la de maneiras que ela não entendia completamente. O pensamento de perder a confiança de Josie a atormentava. Precisava encontrar o momento certo para falar, para deixar claro que aquele beijo não foi um erro, muito menos um impulso vazio.

Quando a Morte Desperta (Hosie)Onde histórias criam vida. Descubra agora