Capítulo 22 - Sacrifícios

70 15 7
                                    

A luz da manhã se infiltrava pelas janelas empoeiradas da base militar, iluminando os rostos tensos de Lizzie, Penelope e Mg. O ar estava carregado, e cada um deles sentia o peso do que estava por vir, como se as paredes cinzentas ao redor ecoassem a ansiedade que pairava. Hoje era o grande dia, e todos sabiam o quanto isso significava.

Sentados à mesa, Lizzie pegou uma folha de papel e começou a listar os itens essenciais. Seu olhar estava concentrado, e suas mãos firmes mostravam a determinação de quem estava prestes a encarar um grande desafio.

-Ok... Temos as seringas e os medicamentos que precisamos para estabilizar Clarke. A ideia é remover as drogas que ele recebeu e, com isso, ajudá-lo a se recuperar e ficar forte o suficiente para a fuga, e claro não termos problemas no caminho.

Penelope, nervosa, batia levemente os dedos na mesa, repetindo o gesto como se fosse um mantra. Seus olhos permaneciam fixos no garoto inconsciente deitado na maca, com os lábios pálidos e a respiração lenta.

-Precisamos também de um plano para quando ele acordar - Completou com a voz tensa - Se ele não entender o que está acontecendo, pode entrar em pânico e estragar todo o plano.

Mg olhou para o rapaz e suspirou concordando - Se conseguirmos levá-lo para fora enquanto ele ainda estiver inconsciente teremos mais tempo para agir.

-E se alguém nos parar? Precisamos ter uma resposta pronta. Não podemos dar brechas.

-Podemos dizer que estamos fazendo uma transferência para um procedimento médico - Sugeriu a loira, cruzando os braços e analisando a situação - A maioria dos guardas não vai querer se envolver com um trabalho médico, especialmente se estivermos com jalecos. Eles estarão mais preocupados em manter a segurança do local e evitar problemas.

-E se precisarmos distrair algum deles? - Penelope se inquietou, a mente girando em torno das possíveis complicações - Precisamos de um plano de contingência para garantir que ninguém preste atenção em nós.

O cientista olhou em volta, batucando os dedos sobre a mesa - Se conseguirmos fazer isso sem que ele acorde, será mais fácil. Penelope, você pode carregá-lo nas costas. Ele parece ter uns 19 anos e é leve, então isso não deve ser um problema.

A garota encarou Clarke e suspirou concordando - Posso fazer isso. E se ele estiver dormindo, será mais simples..., mas precisamos garantir que tudo esteja pronto para quando começarmos a agir.

-Com todos os medicamentos e equipamentos prontos, ele ficará bem durante o transporte – Lizzie guardou o papel no bolso - E assim que chegarmos a um lugar seguro, podemos nos preocupar em tirá-lo das drogas e trazê-lo de volta à realidade.

O ambiente estava tenso, cada detalhe do plano sendo revisado repetidamente. Discutiam cada passo, avaliando os riscos e tentando prever qualquer imprevisto. A adrenalina crescia a cada ponto abordado, e todos se concentravam nos equipamentos e nos medicamentos necessários para garantir que Clarke se recuperasse o bastante para a fuga. E assim que os jalecos foram colocados, as meninas se prepararam para o último ensaio. Elas começaram a praticar algumas interações que poderiam ter com outros membros da equipe, tentando incorporar o jeito casual dos funcionários da base. Lizzie, olhando para Penelope, tentou simular a confiança que precisava para desviar qualquer dúvida.

-Eu sou apenas uma enfermeira levando um paciente para um exame, tudo bem? - Gesticulando como se estivesse conduzindo um paciente imaginário. Ela caminhou até a parede, parou e virou-se para a outra, tentando transmitir segurança.

-Exatamente. E nós precisamos mostrar que sabemos o que estamos fazendo - Penelope, concentrou-se em seu olhar e postura - Não podemos deixar que eles sintam que estamos nervosas. Vamos manter a calma e agir naturalmente.

Quando a Morte Desperta (Hosie)Onde histórias criam vida. Descubra agora